CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Stefan Cunha Ujvari
SAÚDE PÚBLICA (pág. 4)
Suspeitas de dengue podem ser chikungunya
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA (pág. 5)
Normatização para atendimento
ANUIDADE 2015 (pág. 6)
Desconto deve ser solicitado online
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Avaliação em nível nacional
SAÚDE SUPLEMENTAR (págs. 8 a 9)
Suspensão de atendimento
VETERANOS (pág. 10)
Reconhecimento
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Acessibilidade & Cidadania
CONSULTA (pág. 12)
Revalidação de diplomas
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Prontuário eletrônico
PROCESSO SELETIVO (pág. 14)
Bolsas de pesquisa
HOMENAGEM (pág. 15)
Adib Jatene
BIOÉTICA (pág. 16)
Ebola: atender ou não?
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
Crer e fazer
“É mister buscar coesão entre as entidades médicas e apoio de outras instituições da sociedade civil por mais investimentos à saúde”
Médico de São Paulo, mais um ciclo praticamente concluído e novamente estamos às vésperas das festas de fim de ano, do verão e das férias. Todo o Brasil já reduz a marcha e faz planos para o amanhã. De novo nos vemos em reflexão, passando a vida a limpo, planejando e mirando um futuro melhor.
É isso que desejo a você: dias melhores e um 2015 de conquistas. A escolha é sempre nossa, é sua. Nosso destino não é algo cartorial, passível de entrega a alguém via procuração. A transformação e as conquistas podem vir a qualquer momento, até agora mesmo. O início é crer; em seguida, fazer acontecer.
Expresso aqui meus votos para que tenha fé na vida sempre, se vista (e invista) de coragem, do desejo de realizar, que faça de 2015 o seu ano, o melhor de todos, até a chegada de 2016. São votos extensivos aos seus familiares e amigos, à sociedade, a todos os médicos e profissionais de saúde, aos pacientes, aos cidadãos que dia a dia constroem nosso País.
Do ponto de vista coletivo, registro minha confiança de que faremos melhor e seremos mais efetivos em 2015. A classe médica, como sempre, travará contendas importantes, mas há possibilidade de vencê-las todas. O início é crer, arregaçar as mangas e fazer acontecer.
É mister, por exemplo, buscar coesão entre todas as nossas entidades representativas e apoio de outras instituições da sociedade civil para a luta por mais investimentos à saúde. A destinação adequada de recursos é premissa para a racionalização da gestão, qualificação da infraestrutura, contratação de profissionais, remuneração mais honesta e outros ajustes necessários ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Também precisamos estar unidos e fortes para impedir que a formação médica entre em colapso. A graduação já não vai bem há anos, o que tem sido constatado ano a ano pelo Exame do Cremesp. Para piorar, nos vemos frente à possibilidade de formação de “especialistas” em massa, sem que exista base. O alicerce começa com infraestrutura adequada e com preceptores (médicos responsáveis por conduzir, orientar e supervisionar a formação dos residentes) competentes e habilitados, só para falar o mínimo.
Há no ar ainda interrogações quanto ao Programa Mais Especialidades, apresentado na campanha eleitoral, pela presidente eleita. Queremos detalhamento dele e participar ativamente de sua construção para que seja um projeto responsável e efetivo. O que não admitiremos é engolir uma espécie de “Mais Médicos 2”.
Enfim, não nos faltarão batalhas e, como já é tradicional, os médicos não fugirão à luta. Estaremos vigilantes, trabalhando por dias melhores e em defesa de uma saúde digna.
Feliz 2015, faça e aconteça.
Opinião
Respeito e dignidade aos médicos
Lacildes Rovella Júnior
Conselheiro do Cremesp
Com o aumento crescente de escolas médicas, será que possuiremos professores e preceptores em quantidade suficiente e bem preparados?
Ao receber a carteira profissional de médico, na década de 70, jamais poderia imaginar como estaria a Medicina quarenta anos depois.
Confesso que, naquele momento, estava maravilhado com aquela conquista e tinha consciência de que a minha realização profissional dependeria, em muito, da minha dedicação e do meu constante aperfeiçoamento.
Tinha como ídolos os chefes dos departamentos da faculdade que, com seus conhecimentos e cultura, nos ensinavam o que era ser médico. E olha que vivíamos em uma época em que o saber não tinha a facilidade dos meios atuais. Faziam com que nos sentíssemos importantes e responsáveis pela missão que teríamos que cumprir.
Há alguns anos tenho o privilégio de entregar a carteira profissional aos jovens médicos, e antes de proferir qualquer palavra, fico tentando imaginar o que tem em mente os novos colegas.
O que mudou neste 40 anos?
Naquela época, ao completarmos o curso de Medicina, as opções para a Residência Médica resumiam-se às principais especialidades: Clínica, Cirurgia, Pediatria e Ginecologia e Obstetrícia. Hoje, temos 58 especialidades reconhecidas no Brasil pela AMB/CFM, além das áreas de atuação. Com o número crescente de escolas médicas, será que possuiremos professores e preceptores em quantidade suficiente e bem preparados?
O avanço tecnológico e científico é inexorável, mas e a qualidade de formação dos novos médicos? Não basta formá-los a qualquer custo. Não basta trazer médicos de fora.
Na realidade, o que mudou nestes 40 anos (e vem mudando numa velocidade espantosa) é o respeito e a dignidade com que nós, médicos, éramos tratados.