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Norma: PORTARIAÓrgão: Ministério da Educação/Gabinete do Ministro
Número: 1256 Data Emissão: 17-10-2012
Ementa: O Anexo à Portaria MEC nº 1.310, de 10 de novembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União de 11 de novembro de 2010, Seção 1, páginas 6 a 8, que instituiu a matriz de distribuição de recursos financeiros aos Hospitais Universitários Federais, passa a vigorar na forma do Anexo a esta Portaria.
Fonte de Publicação: Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 18 out. 2012. Seção I, p.18-19

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

GABINETE DO MINISTRO

 

PORTARIA MEC/GM Nº 1.256, DE 17 DE OUTUBRO DE 2012

Diário Oficial da União; Poder Executivo, Brasília, DF, 18 out. 2012. Seção I, p.18-19
ALTERA A PORTARIA MEC/GM Nº 1.310, DE 10-11-2010

 

O MINISTRO DE ESTADO DA EDUCAÇÃO, no uso da atribuição que lhe confere o art. 87, parágrafo único, inciso I da Constituição, resolve:

 

Art. 1º O Anexo à Portaria MEC nº 1.310, de 10 de novembro de 2010, publicada no Diário Oficial da União de 11 de novembro de 2010, Seção 1, páginas 6 a 8, que instituiu a matriz de distribuição de recursos financeiros aos Hospitais Universitários Federais, passa a vigorar na forma do Anexo a esta Portaria.

 

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data da sua publicação.

 

ALOIZIO MERCADANTE OLIVA

 

ANEXO (ALTERA A PORTARIA MEC/GM Nº 1.310, DE 10-11-2010)

MATRIZ DE DISTRIBUIÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS AOS HOSPITAIS UNIVERSITÁRIOS FEDERAIS - HUs

 

Para se alcançar o método de cálculo para distribuição de recursos financeiros aos Hospitais Universitários Federais - HUs, deve-se considerar três etapas:

 

I - Classificação;

 

II - Agrupamento; e

 

III - Cálculo para divisão dos recursos financeiros.

 

I - CLASSIFICAÇÃO

 

Os HUs serão avaliados em função dos seguintes critérios:

 

1. Porte e Perfil;

 

2. Desempenho; e

 

3. Integração com SUS.

 

Os critérios estão associados a 16 indicadores, a cujos resultados será atribuída determinada pontuação.

 

A somatória da pontuação será a base para a etapa de agrupamento dos HUs.

 

1 - PORTE E PERFIL

 

As relações de indicadores com os respectivos resultados e a pontuação associada estão dispostas na Tabela 1:


Tabela 1: Pontos de Porte e Perfil dos Hospitais

Indicador

1 ponto

2 pontos

3 pontos

4 pontos

1.1

Número de Leitos Ativos

20 a 49

50 a 149

150 a 299

300 ou mais

1.2

Número de Leitos de UTI

1 a 4

5 a 9

10 a 29

30 ou mais

1.3

Número de Partos de Alto Risco

-

1 a 899

900 ou mais

-

1.4

Número de Salas Cirúrgicas

1 ou 2

3 ou 4

5 ou 6

7 ou mais

1.5

Número de Habilitações

1 a 5

6 a 25

26 a 38

39 ou mais

* os resultados dos indicadores com valores diferentes daqueles definidos nos intervalos terão pontuação igual à zero.

 

1.1 - Número de Leitos Ativos (nla) - O número de leitos e sua ocupação dão a dimensão da capacidade de atendimento do hospital em termos quantitativos. Neste cálculo foram desconsiderados os leitos destinados à saúde suplementar e particular, assim, para apurar o quantitativo de leitos aplica-se a seguinte fórmula: 

 

nla = ( nlm) / 12

Onde:

 

nla - número de leitos ativos

 

nlm - número de leitos ativos por mês

 

1.2 - Número de Leitos de UTI (nlu) - Trata-se do leito de maior custo do hospital, e definidor para a sua capacidade em atender procedimentos de maior complexidade. O quantitativo de leitos é apurado por meio da seguinte fórmula:

 

nlu = nlm / 12
 

Onde:

 

nlu - número médio de leitos de UTI ativos no ano

 

nlum - número de leitos de UTI ativos por mês

 

1.3- Número de Partos de Alto Risco (npar) - A realização desses procedimentos aponta para a necessidade de estrutura e equipes para o atendimento dos partos e suporte pós-parto para a puérpera e recém-nascido de alto risco, como leitos de UTI adulto e neonatal, que são de alto custo. A apuração deste indicador é alcançada por meio da fórmula:

 

npar = ∑ npcar + npnar

 

Onde:

 

npar - número de partos de alto risco

 

npcar - número de partos cesáreos de alto risco

 

npnar - número de partos normais de alto risco

 

1.4- Salas Cirúrgicas (nsc) - As salas de cirurgias demandam estrutura, equipes e leitos de retaguarda, cujo custo estará diretamente relacionado ao perfil e volume das cirurgias realizadas - eletivas, urgência, traumatológicas, transplantes. A verificação do número de salas de cirurgia ativas se dá por meio da seguinte fórmula:

 

nsc = nscm / 12

Onde:

 

nsc - número médio de salas de cirurgias ativas no período

 

nscm - número médio de salas de cirurgias ativas por mês

 

1.5 - Número de Habilitações (nh) - As habilitações permitem avaliar a dimensão qualitativa da capacidade de atendimento dos hospitais (complexidade dos pacientes atendidos) e de sua integração ao Sistema Único de Saúde, agregando resolubilidade e custo aos leitos.

 

nh = número de habilitações de media (procedimentos estratégicos) e alta complexidade verificada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES.

 

2- Desempenho

 

O desempenho dos HUs será medido por meio da aplicação de indicadores selecionados por sua importância estratégica, subdivididos em:

 

a) Indicadores de Gestão; e

 

b) Indicadores de Ensino e Pesquisa.

 

A relação de indicadores com os respectivos intervalos de resultados esperados e a pontuação associada são apresentados na Tabela 2:

 

Tabela 2 - Fatores de desempenho - Intervalos de Adequação e Pontuação

Indicadores de Gestão

Indicador

Intervalo

Pontos

2.1

Taxa de Ocupação Hospitalar

60 a 69

0,5

 

 

70 a 100

1

2.2

Taxa de Média de Permanência – Hospital Geral e Especialidade

4,3 a 7,4

1

 

Taxa de Média de Permanência - Maternidade

2,9 a 4,4

1

2.3

Número de Funcionários por Leito

4,6 a 7,7

1

Indicadores de Ensino e Pesquisa

Indicador

Intervalo

Pontos

2.4

Número de Alunos por Docente

4,9 a 11,7

0,5

2.5

Número de Docentes por Residente

0,8 a 1,85

0,5

2.6

Número de Pesquisas Aprovadas pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP por Docente da Instituição

0,6 a 0,9

0,5

 

 

1 ou mais

1,0

2.7

Número de Internações por Aluno de Medicina

9,7 a 46,8

0,5

2.8

Número de internações por Residente

43,6 a 163,9

0,5

O Instituto de Psiquiatria, em razão da especificidade do atendimento prestado recebeu 1 ponto no indicador Taxa de Média de Permanência.

 

Quando o resultado de algum indicador não estiver contido no respectivo intervalo, conforme apresentado na tabela acima, será atribuída pontuação igual a zero.

 

a) Indicadores de Gestão

 

2.1 - Taxa de Ocupação Hospitalar (txoh)*

 

txoh= npd/ nld

 

Onde:

 

txoh: Taxa de Ocupação Hospitalar;

 

npd: Nº de Pacientes Dia (num período); e

 

nld: Nº de Leitos Dia (mesmo período).

 

2.2- Taxa de Média de Permanência (txmp)

 

txmp= ndi/ti

 

Onde:

 

txmp: taxa média de permanência;

 

ndi: número de dias de internação

 

ti: total de internações

 

A taxa de ocupação hospitalar e a taxa média de permanência são indicadores clássicos, sensíveis para a avaliação da gestão dos leitos hospitalares, indicando aspectos qualidade da gestão do processo assistencial e de atividades meio às quais se relacionam diretamente.

 

2.3 - Número de Funcionários por Leito (nfl) - O número de funcionários por leito reflete a gestão de recursos humanos – números aquém do preconizado podem resultar em má qualidade da assistência e números além do preconizado podem indicar má gestão e ineficiência.

 

nfl = nf/ nla

 

nfl - número de funcionários leito

 

nf - número de funcionários da instituição

 

nla - número de leitos ativos

 

b)Indicadores de Ensino e Pesquisa

 

2.4 - Número de Alunos por Docente (nad)

 

nad = na/nd

 

Onde:

 

nad - número de alunos por docente

 

na - número de alunos da instituição

 

nd - número de docentes da instituição

 

2.5 - Número de Docentes por Residente (ndr)

 

ndr= nd/nr

 

Onde:

 

ndr - número de docentes por residente

 

nd - número de docentes da instituição

 

nr - número de médicos residentes na instituição

 

Os indicadores número de alunos por docente e número de docentes por residente refletem a cobertura de docentes por alunos da graduação e residentes, sendo a dedicação do docente inversamente proporcional ao número de alunos sob sua responsabilidade.

 

2.6 - Número de Pesquisas Aprovadas pelo Comitê de Ética e Pesquisa - CEP por Docente da Instituição (npad) - O indicador número de pesquisas aprovados pelo CEP/docente reflete a dedicação do docente ao registro e publicação de sua produção científica.

 

npad = npa/nd

 

Onde:

 

npad - número de pesquisas aprovadas pelo CEP por docente da instituição

 

npa - número de pesquisas aprovadas pelo CEP

 

nd - número de docentes da instituição

 

2.7- Número de Internações por Aluno de Medicina (niam)

 

niam = ni/nam

 

Onde:

 

niam - número de internações por aluno de medicina

 

ni- número de internações realizadas na instituição no período

 

nam - número de alunos de medicina da instituição

 

2.8 - Número de Internações por Residente (nir)

 

nir = ni/nr

 

Onde:

 

nir - número de internações por residente

 

ni - número de internações realizadas na instituição no período

 

nr - número de médicos residentes da instituição

 

Os indicadores número de internações/aluno de medicina e número de internações/residentes refletem a oportunidade do aluno/ residente ter sob sua responsabilidade leitos/pacientes – maior oportunidade significa potencialmente maior oportunidade de aprendizagem.

 

3- Integração com o SUS

 

Este critério tem como objetivo demonstrar o nível de integração e participação dos HUs no SUS.

 

A relação de indicadores com os respectivos resultados esperados e a pontuação associada são apresentados na Tabela 3:

 

A pontuação atribuída a cada um desses critérios está disposta na Tabela 3:

 

Tabela 3 - Fatores de Integração ao SUS - Intervalos de "Adequação" e Pontuação

Indicadores

Resultados Esperados

Pontos

Porta de entrada

PS

2

 

PA

1

 

PA Maternidade

0,5

Contratualização

Sim

1

Habilitações

6 a 25

0,5

 

26 a 38

1

 

39 ou mais

2

* sendo PS - Pronto Socorro e PA - Pronto Atendimento.

 

3.1-Porta de entrada: O tipo de porta de entrada de um hospital pode agregar custos, pois estes variam de acordo com a complexidade do atendimento realizado e tem forte influência sobre a organização dos demais serviços do hospital devido à sua demanda por apoio diagnóstico, disponibilidade de salas para cirurgias de urgência e retaguarda de leitos.

 

3.2-Contratualização: A contratualização demonstra a integração dos hospitais ao SUS, pois o processo vai além da mera formalização da relação contratual entre o SUS e as instituições, ela pressupõe a definição de metas qualitativas e quantitativas, do papel do hospital da rede pública de serviços de saúde, obrigações e responsabilidades das partes e instrumentos de avaliação e monitoramento do cumprimento das metas.

 

3.3-Número de Habilitações (nh) - assim como a contratualização, a habilitação representa a interlocução dos HUs com o Sistema Único de Saúde - SUS.

 

nh = número de habilitações de media (procedimentos estratégicos) e alta complexidade verificada no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES)

 

4- Totalização da Pontuação

 

A classificação dos HUs é resultado da somatória da pontuação final dos indicadores dos critérios Porte e Perfil, Desempenho e Integração ao SUS multiplicada pelo número de leitos ativos (nla).

 

Ressalta-se que este critério foi retomado por ser o mais importante na definição do porte do hospital. 

 

Dessa forma, tem-se uma pontuação final (PF) como resultado para a classificação de cada HU:

 

PF = (PPP + PD + PISUS) x nla

 

Onde:

 

PF - Pontos Final

 

PPP - Pontos perfil e porte

 

PD - pontos de desempenho

 

PISUS - pontos de integração com o SUS

 

nla - número de leitos ativos

 

II – AGRUPAMENTO

 

Com a pontuação obtida chegou-se a 7 grupos, conforme tabela 4:

 

Tabela 4 - Agrupamento por pontuação

Tipo

Grupo

Pontuação

Geral

HG1

de 12.000 a 21.000 pontos

Geral

HG2

de 4.000 a 11.999 pontos

Geral

HG3

de 3.000 a 3.999 pontos

Geral

HG4

de 2.000 a 2.999 pontos

Geral

HG5

de 1.000 a 1.999 pontos

Maternidade

MA

de 300 a 4.300 pontos

Especialidade

ES

de 0 a 1.200 pontos

III - Cálculo para divisão de recursos financeiros

 

Após o agrupamento dos HUs reaplica-se a Taxa de Ocupação Hospitalar de acordo com a seguinte fórmula:

 

HG1 - PF x txoh

 

HG2 - (PF x txoh)x2

 

HG3, HG4 e HG5 - (PF x txoh)x3

 

MAT e ESP - (PF x txoh)x4

 

Onde:

 

PF - Pontos finais

 

HG - Hospital Geral

 

MAT - Maternidade

 

ESP - Especializados

 

txoh - Taxa de Ocupação Hospitalar

 

Com base na pontuação alcançada por cada HU, foi definido o percentual de recursos para cada hospital, apurado por meio da seguinte fórmula:

 

PFT = 100%

 

PF = X

 

PF/PFT x 100 = PRF

 

Onde:

 

PFT - pontos finais da rede de HUs

 

PF - pontos finais por HU

 

PRF - percentual de recursos que cada HU será contemplado

 

Quando definido o valor a ser distribuído, o montante que cabe a cada HU é apurado por meio da seguinte fórmula:

 

TRHU = (TR x PRF)

 

Onde:

 

PRF - percentual de recursos que cada HU será contemplado

 

TR - Total de recursos financeiros

 

TRHU - Total de recursos financeiros por HU

 

* Conforme Anexo da Portaria GM nº 1.101, de 12/06/2002.

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Vide: Situaçao/Correlatas
ALTERA a Portaria MEC/GM nº 1.310, de 10-11-2010 - Institui a Matriz de Distribuição de recursos financeiros aos Hospitais Universitários Federais.