2024
EXPEDIENTE GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA Publicação do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo Rua Frei Caneca, 1282, Consolação - São Paulo/SP CEP 01307-002 - Centro Tel. (11) 4349-9900 - www.cremesp.org.br Presidente do Cremesp Angelo Vattimo Coordenador da Assessoria de Comunicação Alexandre Kataoka Chefe da Assessoria de Comunicação Carolina Marcelino Edição Júlia Remer e Nara Damante Revisão Aglaé Silvestre, Fátima Barbosa, Júlia Remer, Ivolethe Duarte e Nara Damante Capa e diagramação Alexandre Paes Dias Imagem de capa Natali_Mis / istockphoto.com CAT - Central de Atendimento Telefônico Tel. (11) 4349-9900 Atendimento na sede: Rua Frei Caneca, 1.282 (das 9h às 18h) E-mail: asc@cremesp.org.br
SUMÁRIO CARTA DO PRESIDENTE ............................................................................ 6 PREFÁCIO . ............................................................................................... 8 1. O QUE SÃO MÍDIAS SOCIAIS . ............................................................10 2. FUNCIONALIDADES ...........................................................................14 3. REGRAS BÁSICAS ...............................................................................15 4. COMO ESCREVER . .............................................................................18 5. COMO PUBLICAR “SELFIES”. ..............................................................20 6. O QUE CURTIR, COMPARTILHAR OU COMENTAR .............................29 7. PERFIL PESSOAL X PERFIL PROFISSIONAL .............................................32 8. PUBLICIDADE .....................................................................................34 9. PERMUTAS E PARCERIAS . ..................................................................37 10. DIVULGAÇÃO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS .................................42 11. EVENTOS . ........................................................................................44 12. ENTREVISTAS E ARTIGOS NA IMPRENSA ..........................................46
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 6 As novas regras para a publicidade médica, estabelecidas pela Resolução CFM nº 2.336/2023, trouxeram interpretações diferentes e modificaram algumas restrições, oferecendo oportunidades de o médico divulgar seu trabalho nos meios de comunicação, especialmente nas redes sociais. É necessário dizer que, apesar das mudanças e da modernização na forma de se comunicar, os princípios éticos continuam os mesmos. Devemos, sim, divulgar nosso serviço, o qual implica a responsabilidade e o compromisso com a ética. Essa recente atualização, feita após um amplo debate e estudo entre as sociedades de especialidades, os Conselhos de classe e o Conselho Federal de Medicina (CFM), representa um avanço em relação às regras que, muitas vezes, eram derivadas de decretos-leis, que existiam antes mesmo da criação dos Conselhos de Medicina. A Resolução traz caminhos inéditos, possibilitando a utilização das redes sociais para a divulgação do nosso trabalho, bem como dos equipamentos. Também viabiliza a postagem de imagens de pacientes relacionadas à especialidade, com caráter educativo, desde que os critérios presentes na normativa sejam obedecidos. CARTA DO PRESIDENTE
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 7 Muitas vezes, com o cotidiano atribulado que vivemos, precisamos de informação rápida e confiável. Nesse sentido, a atual gestão do Cremesp produziu este Guia de Boas Práticas na Divulgação Médica, com vistas a simplificar essas normativas e trazer ao médico o que ele realmente precisa saber para realizar sua publicação com segurança. São textos curtos e simples, com imagens que ajudam a elucidar os principais aspectos. Não deixe de ler! Angelo Vattimo Presidente do Cremesp
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 8 Quando o Cremesp editou o Guia das Boas Práticas das Redes Sociais para Médicos, em 2022, a exposição (muitas vezes, exagerada) de alguns profissionais nos motivou a elaborar orientações para o uso ético dessas ferramentas online. O tempo passou e as mídias sociais ganharam ainda mais amplitude, transformando-se no principal gerador de informação para muitos, embora exija critério para a adoção das fontes corretas, detentoras de credibilidade. Mas já era necessário se adequar ao momento e promover mudanças, para que houvesse melhores oportunidades de divulgar as atividades médicas. E não só nas redes, mas também em outras mídias impressas, eletrônicas e digitais, tanto na publicidade quanto nas entrevistas à imprensa ou nas participações em eventos. O avanço das redes sociais levou o Conselho Federal de Medicina (CFM) a debater por mais de três anos, juntamente com a Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame - CFM), da qual participei com mais 19 integrantes, que se debruçaram sobre as necessidades dos médicos em apresentar seus trabalhos ao público, permitindo anunciar suas qualificações com maior evidência, sem comprometer a ética. PREFÁCIO
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 9 No Cremesp, trouxemos o conjunto de diretrizes que compõem a Resolução CFM nº 2.336/2023 para mais perto do médico que atua em São Paulo com este Guia das Boas Práticas de Divulgação Médica, que revisa a versão anterior e oferece novas orientações, sob a luz da norma atual. A intenção continua sendo a de evitar que os médicos incorram em infrações ético-profissionais involuntariamente, por desconhecer as regras. A magnitude da Resolução torna possível realizarmos a propagação legítima de nossas habilidades, consagradas pelo Ato Médico. Ela está contemplada no nosso Guia de forma sucinta, clara, didática e recheada de exemplos do que pode ou não ser feito. Esperamos que, com essa publicação, possamos continuar auxiliando o médico em sua jornada na Medicina. Alexandre Kataoka Coordenador da Assessoria de Comunicação do Cremesp
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 10 Mídias sociais são plataformas facilitadoras de redes e conexões sociais entre pessoas, grupos ou organizações que compartilham dos mesmos valores ou interesses. Elas envolvem sites, blogs, vlogs e também redes sociais (Facebook, Hangout, Instagram, LinkedIn, TikTok, X (ex-Twitter), WhatsApp, Telegram e YouTube, entre outras). Desta forma, toda ferramenta de comunicação digital que permite conectar e levar à interação entre as pessoas, emqualquer lugar domundo, pode ser considerada mídia social. Sites – Páginas digitais disponíveis na internet por meio de um determinado domínio (endereço online), que servem para divulgar informações institucionais, pessoais ou comerciais. Blogs - Páginas online, atualizadas com frequência, que funcionam como diários pessoais ou institucionais. Vlogs – Vídeos online que oferecem conteúdo informativo, opinativo ou institucional, armazenados em plataformas, como o YouTube. 1. O QUE SÃO MÍDIAS SOCIAIS [1] Baurzhan Ibrashev / istockphoto.com [1]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 11 Facebook – Apresenta funcionalidades e possibilidades de interação, com publicação de textos, fotos, vídeos (permanentes ou de curta duração), criação de eventos, transmissões ao vivo e uso de comunicadores instantâneos. Também funciona como ferramenta de publicidade, permitindo alcançar públicos específicos, segmentados de acordo com região, sexo, interesse e idade. Hangout – Ferramenta do Gmail utilizada para troca de mensagens via chat, com possibilidade de uso de fotos e videochamadas. Instagram – Permite interação online com imagens e vídeos (permanentes ou de curta duração) entre os usuários, incluindo aplicação de filtros digitais e compartilhamento de uma variedade de serviços de redes sociais, como Facebook, Twitter, Tumblr e Flickr. Kwai - Rede social com foco na publicação de vídeos, similar ao TikTok. É mais voltada à criação e divulgação de conteúdos de entretenimento, que podem ser compartilhados em outras redes sociais, como WhatsApp. LinkedIn – Tem como diferencial estabelecer relacionamentos profissionais, tornando possível encontrar emprego, anunciar vagas, fazer parcerias e networking, produção de conteúdo (artigos e reprodução de matérias diversas) e desenvolvimento de negócios.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 12 TikTok – Plataforma de publicação de vídeos curtos, mais utilizada para conteúdo de entretenimento. Assim como o YouTube, usa algoritmos de inteligência artificial para selecionar o melhor conteúdo de acordo com as preferências do usuário. X (ex-Twitter) – Instrumento para divulgação de notícias factuais e pontuais, emtempo real,muito utilizado por formadores de opinião.Adota publicação de textos comnúmero determinado de caracteres, alémde fotos, vídeos e links. WhatsApp – Aplicativo de mensagens instantâneas de texto, voz e vídeo para smartphones, que tambémpode ser utilizado em desktops e tablets. Permite ainda envio de arquivos, imagens, vídeos e documentos em PDF, além de realizar ligações telefônicas gratuitamente pela internet. Signal – Aplicativo de mensagens instantâneas de texto, similar ao WhatsApp. Tem como principal diferencial o foco na privacidade. É um aplicativo de nicho, voltado para conversas seguras, individuais ou em grupo. Telegram – Serviço de mensagens instantâneas de texto, voz e vídeo, semelhante ao Whatsapp, que pode ser utilizado em smartphones, tablets e computadores. Threads - Aplicativo de conversa em texto, semelhante ao X (ex-Twitter). O aplicativo, desenvolvido pela Meta — empresa responsável por plataformas como Instagram e Facebook —, permite postagens com até 500 caracteres, links, fotos e vídeos de até cinco minutos.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 13 YouTube – Site de divulgação e compartilhamento de vídeos postados pelos usuários, que podem ser visualizados livremente. Permite a criação de canais específicos, descrições e interação com os espectadores. Spotify - Serviço digital que dá acesso instantâneo a milhões demúsicas, podcasts, vídeos e outros materiais de criadores de conteúdo no mundo todo.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 14 Interação e relacionamento são palavras-chaves no ambiente digital. Diferentemente das mídias tradicionais, em que emissor (quem transmite a informação) e receptor (quem recebe a informação, sem interferência no conteúdo ou interação com o emissor) da mensagem têm papéis distintos, na internet, os canais são de mão dupla, ou seja, o público não só pode como deve interagir. As mídias sociais servem para: Otimizar a comunicação; Divulgar um trabalho ou estudo; Divulgar serviços e/ou produtos; Compartilhar ideias e informações, desde que respeitando os limites do que é ético e verdadeiro, apontando fontes confiáveis; Acessar notícias (reais e fake news), cabendo o discernimento na escolha de fontes confiáveis; Reencontrar amigos de longa data e fazer novas amizades, ampliando inclusive o networking. 2. FUNCIONALIDADES [2] Thicha Satapitanon / istockphoto.com [2]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 15 3. REGRAS BÁSICAS O Conselho Federal de Medicina (CFM) atualizou as regras para publicidade médica por meio da publicação da Resolução n° 2.336/23, que entrou em vigor em março de 2024. A nova normativa aumentou as permissões do que o médico pode divulgar nas redes sociais, mas é importante reforçar que não está “tudo liberado”. No ambiente digital, ou seja, em qualquer plataforma de mídia social na qual o médico tenha perfil, é obrigatória a inclusão de sua identificação profissional na página principal (bio ou perfil). Confira algumas informações que precisam estar presentes na página inicial: A palavra “médico” deve estar explicitada; O número de registro no CRM; O número de RQE, quando o médico for especialista; É possível divulgar até duas especialidades e as áreas de atuação relacionadas a elas. De acordo com a norma, os médicos que possuem RQE têm a opção tambémde adicionar outras qualificações, como pós-graduação lato sensu e stricto sensu (devidamente cadastradas no CRM), mesmo que não estejam diretamente relacionadas à sua especialidade, contanto que estejam devidamente cadastradas no Conselho Regional de Medicina. [3] boonstudio / istockphoto.com [3]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 16 Já no caso de perfis de hospitais ou clínicas, as informações sobre o diretor técnico devem estar presentes e evidentes, incluindo seu nome e qualificações. *Em ambos os casos, não há a necessidade de que cada peça (ou postagem/post) tenha os números do CRM e RQE, pois tais informações já estão no perfil. Porém, caso a peça seja compartilhada emoutros perfis e/ou aplicativos demensagens instantâneas, como oWhatsApp, é necessário que esses dados sejam incluídos na publicação. Outra novidade é que o médico pode compartilhar informações sobre o trabalho, emoções, depoimentos sobre a relação médico-paciente e também exemplos práticos, desde que os pacientes envolvidos não sejam identificados. Isso contribui para uma visão mais humanizada do médico, demonstrando que estes profissionais também têm Hospital MNP 2.5M seguidores 200 seguindo Hospital Pediátrico MNP, Registro 000-0, Diretor Técnico-Médico: Dr. João da Silva, CRM-SP 000-0, Pediatria, RQE: 000-0 @DraIsabeleDermato 1.3M seguidores 920 seguindo Apaixonada pela vida! Médica Dermatologista - CRM-SP: 0000-0/ RQE-SP: 000
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 17 suas dores e que, muito além da profissão, se sensibilizam com seus pacientes. Vale ressaltar que os comentários da publicação devem se limitar ao contexto clínico, respaldados pela literatura médica. Agora, é permitido, também, que os médicos compartilhem fotos e/ou vídeos do seu dia a dia com os colegas de trabalho, porém sempre tendo o cuidado de não expor nenhum paciente. Vale ressaltar que não é permitido expor imagens de consultas ou procedimentos em tempo real, seja pelos stories do Instagram ou por qualquer outro meio, a menos que tenha por finalidade a apresentação em eventos para capacitação médica. @Dr.FernandoLima 422 posts seguidores seguindo 13.7K 358 Seguir @Dr.FernandoLima Médico Ginecologista e Obstetra Atuando em SP Ausência de números de CRM e RQE
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 18 4. COMO ESCREVER O médico é um profissional com educação formal bastante valorizada. E escrever um texto corretamente faz parte de sua postura profissional. O ambiente digital possibilita que você escreva de forma mais coloquial e descontraída, mas, é necessário ter cautela para não utilizar uma linguagem extremamente informal e imprópria, uma vez que isso pode impactar na credibilidade do médico junto aos usuários das redes sociais. Assim: Saiba exatamente o que quer transmitir; Escreva com clareza suas ideias; Utilize o português correto; Evite palavras impróprias, ofensivas, rudes, obscenas, agressivas ou imorais, sob o ponto de vista de alguma religião ou estilo de vida; Não utilize termos, expressões ou ideias discriminatórias sob qualquer aspecto; [4] andrei_r / istockphoto.com [4]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 19 Resista ao recurso de tentar dar um caráter menos “pesado” a um tema sério por meio de piada ou brincadeira, mesmo que sutil. A interpretação da comunicação escrita, sem o contato com gestos e emoções ao vivo, pode ter um efeito oposto ao que se quer transmitir e causar polêmicas desnecessárias. A linguagem, as expressões e os termos normalmente utilizados na Medicina nem sempre são de fácil entendimento para o grande público. Sempre que possível, “traduza” e simplifique as explicações; É equivocado pensar que textos, vídeos e imagens publicados na internet são gratuitos e de livre utilização. Em geral, eles pertencem a alguém. É indispensável respeitar os direitos autorais, especialmente no caso de trilhas sonoras em vídeos ou no uso de fotos ou imagens. Na dúvida, consulte se pode utilizar, dando o devido crédito ao autor, ou utilize de bancos de imagens públicos. Transmissões ao vivo (lives) são úteis para aumentar o engajamento. Podem ser utilizadas para divulgar ou realizar eventos ou até mesmo para promover uma discussão sobre determinado assunto. No entanto, procure fazê-las em um ambiente controlado, com poucas chances para o inesperado. A espontaneidade gera maior interesse mas, ainda assim, é recomendável escrever um roteiro, mesmo que resumido, para ter ideia clara do objetivo da live e dos pontos que pretende abordar. Durante a transmissão, é preciso ter cautela com as respostas aos comentários, sobretudo se a live for aberta ao público em geral e não apenas aos seus seguidores.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 20 5. COMO PUBLICAR SELFIES É muito comum, sobretudo em redes sociais mais voltadas à publicação de imagens, como o Instagram, que os usuários publiquem as chamadas selfies, que nada mais são do que autorretratos. É válido que o médico queira compartilhar fotos de si mesmo, principalmente em seus perfis pessoais, uma vez que essa prática oferece um ar de descontração e, além disso, também é uma forma de se comunicar com seus seguidores ou até mesmo de documentar um momento importante. A publicação de selfies é permitida, assim como a de imagens e/ou áudio, desde que não contenham elementos sensacionalistas ou gerem concorrência desleal. [5] VioletaStoimenova / istockphoto.com [5]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 21 Começo mais um dia com disposição em fazer o meu melhor pelos pacientes. Há dois anos desenvolvo minhas funções neste hospital com muita dedicação. Começo mais um dia no melhor hospital da cidade para realizar tudo que nossos pacientes precisam! PERMITIDO VEDADO APARELHOS E RECURSOS TECNOLÓGICOS Muitas vezes é de interesse do médico e/ou clínicas e consultórios a divulgação de aparelhos e recursos tecnológicos, utilizados na realização dos procedimentos oferecidos. Esse tipo de publicação é permitida, contanto que o equipamento tenha registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) — ou órgão que a suceda — e que o método ou técnica divulgado seja reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Porém, o médico deve se atentar se a forma com que a publicação foi feita não garante ou insinua bons resultados ou tem caráter sensacionalista e/ou autopromocional.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 22 PERMITIDO PERMITIDO ENDEREÇO E INFORMAÇÕES DE CONTATO É salutar e compreensível que o médico queira divulgar suas informações de contato em seus perfis nas redes sociais e, com a nova Resolução, isso é perfeitamente possível. O médico pode divulgar o endereço da clínica e/ou consultório, bem como telefones para contato e e-mail. O portfólio de atendimento (planos, seguros, procedimentos etc.) e as formas de agendamento de consulta também podem ser divulgados. @DraIsabele_dermato NOVIDADE! Agora temos em nossa clínica um novo modelo de Ultrassom Microfocado! Agende sua consulta agora! Cel: (11) 5555-5555 Rua das Belezas, 33 - sl1 - Centro @Dr.RicardoSilva TOXINA BOTULÍNICA AGENDE SUA CONSULTA! CEL: (11) 9999-9999 Praça Maria José Santos, 13 A aplicação de toxina botulínica é uma técnica amplamente utilizada para amenizar as rugas e linhas de expressão facial através do relaxamento muscular. A durabilidade varia com cada paciente. Agende agora sua consulta! VEDADO NOVIDADE! Agora temos o Renuviun em nossa clínica! Esse aparelho promove retração da pele de até 80%! Resultado inigualável! Conheça esse super lançamento Renuviun em nossa unidade no centro de São Paulo. Marque sua consulta agora mesmo! clinicasaude.com.br (11) 9999 9999
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 23 VALORES DE CONSULTAS E EXAMES A divulgação de valores de consultas e/ou exames é permitida, bem como as formas de pagamento, desde que não caracterizem pacotes, consórcios ou similares. No entanto, os valores de procedimentos não deverão ser colocados em anúncios publicitários — estes devem ser acordados entre o médico e o paciente previamente à execução. A divulgação dos valores de procedimentos não é permitida, também, pelo fato de que o diagnóstico do paciente é um ato médico, de modo que, a partir do momento em que você precifica determinada intervenção, é como se o próprio paciente estivesse fazendo seu diagnóstico e determinando o procedimento mais adequado. O anúncio de abatimentos e descontos em campanhas promocionais também pode ser feito, sendo proibida a venda casada. PERMITIDO VENHA NOS CONHECER Rua das Flores, 233 São Paulo - SP clinicasaude.com.br (11) 9999 9999
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 24 Clínica KiBella Como um passe de mágica renove a beleza que existe em você! Conheça nossa promoção exclusiva. Aplicação de Botox por apenas R$799,90. Linhas de expressão, pele envelhecida, nunca mais. Aproveite e renove-se! #BelezaParaTodas @clinica_kibella Botox aplicação de Agende já R$ 799,90 (12) 909099090 PERMITIDO IMAGENS DE “ANTES E DEPOIS” Um grande anseio de boa parte dos médicos é a publicação de imagens de "antes e depois" de procedimentos. Com a nova Resolução, fica permitido que o médico faça esse tipo de divulgação, contanto que tenha finalidade educativa. As imagens podem ser fotos reais de pacientes, desde que: Os pacientes autorizem formalmente o uso da imagem, lembrando que esta concessão pode ser retirada a qualquer momento; O anonimato do paciente seja preservado; Dados como nome, telefone, endereço físico ou eletrônico e perfis nas redes sociais não sejam divulgados; A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) seja respeitada. VEDADO Clínica Nutrologia SP Aproveite nossa inauguração! Venha conhecer nossos profissionais com especialidades em nutrologia! @clinica_nutrologiasp_sp Saúde e nutrição! Agende sua consulta com valor promocional de inauguração! De R$ 500,00 Por R$ 400,00 Promoção
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 25 Além disso, vale ressaltar que o médico não pode oferecer nenhuma vantagem, seja pecuniária ou por meio de descontos, para fazer comque o paciente ceda sua imagem. Essa prática, além de ser antiética, pode comprometer a relação médico-paciente, uma vez que o paciente pode se sentir pressionado a autorizar a divulgação de sua imagem. ATENÇÃO! As imagens de pacientes não podem ser tratadas, melhoradas ou sofrer qualquer tipo de edição que distorça o resultado do procedimento. Portanto, é proibido o uso de softwares como Photoshop, Lightroom, Canva e de filtros e similares, comumente utilizados para esse fim. Essas ferramentas só podem ser usadas caso o médico queira recortar, adequar a luz e nitidez ou adicionar tarjas, com o intuito de preservar a identidade do paciente. O médico também deve ter cautela com o tipo de imagem divulgada. Fotos de mamas femininas, região glútea ou íntima são proibidas em respeito ao pudor e à privacidade do paciente. Também não é permitido filmar procedimentos médicos em andamento, com exceção de partos, cujas imagens pertencem exclusivamente à paciente. Caso o profissional opte por utilizar imagem de bancos de imagem, como iStock, Shutterstock ou mesmo os gratuitos, é necessário que o médico indique na publicação de onde o material foi retirado e, caso seja de banco de dados próprio ou de terceiros, é necessária a autorização por parte do detentor dos direitos autorais. Como divulgar as imagens? Todas as imagens, independentemente de pertencer ou não a bancos de imagens ou a pacientes reais, devem ser acompanhadas de texto educativo com as indicações terapêuticas, fatores que influenciam possíveis resultados e descrição e imagens das complicações descritas na literatura científica. Imagens de “antes e depois”, de forma isolada, não são permitidas.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 26 Exemplo de Publicação: Isto é um incômodo para você? LaBella LaBella A abdominoplastia é uma cirurgia plástica realizada com o objetivo de remover o excesso de gordura e de pele do abdome, ajudando a diminuir a flacidez e deixando a barriga mais lisa e dura, sendo possível também remover estrias e cicatrizes presentes no local. Temos alcançado respostas satisfatórias no tratamento de nossos pacientes. Veja o antes e depois de algumas pacientes LaBella LaBella LaBella LaBella Os principais riscos da abdominoplastia são acúmulo de líquido; hematomas; necrose no local da ferida; infecção da ferida da cirurgia; abertura precoce dos pontos; assimetria ou mudança de posição da cicatriz; entre outros POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 27 As publicações devem seguir quatro etapas obrigatórias, como exemplificado: 1- Apresentação da enfermidade ou da aparência estética que incomoda o paciente, reforçando que o médico é o profissional apto a diagnosticar o problema, possíveis sequelas e apontar as condutas mais adequadas. Também deve indicar o melhor tratamento para a situação. Esta apresentação pode ser em texto, vídeo ou banco de imagem; 2- Fotos ou vídeos de pacientes antes da realização do procedimento, utilizando ao menos quatro diferentes pessoas, com o intuito de que sejam contemplados distintos biótipos e faixas etárias; 3- Fotos ou vídeos de pacientes após a intervenção médica, expondo os possíveis resultados e, novamente, utilizando ao menos quatro pacientes distintos. 4- Descrição de possíveis resultados insatisfatórios ou complicações, que podem ser expostos por meio de ilustrações, fotografias ou textos. Clínica LaBella Registro - 999999 Diretora Técnico-Médica - Angela M. Dantas CRM/SP 999 999 LaBella LaBella www.labella.com.br (11) 99999 9999 CONSEQUÊNCIAS *Imagens fornecidas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP)
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 28 Caso omédico queira, ele pode compilar as imagens emumvídeo ou website, para o qual ocorra o direcionamento pelas redes sociais. Entretanto, se optar pelo vídeo, o tempo de exposição deve ser o mesmo para todos os cards, com o mínimo dois segundos para cada quadro. CONTEÚDOS EDUCATIVOS No ambiente digital, o médico pode — e deve — produzir conteúdos educativos e informativos voltados ao esclarecimento da população. Faz parte do papel deste profissional abordar assuntos relacionados à saúde com o intuito de combater a disseminação de notícias falsas e de conscientizar a sociedade sobre temas importantes. Todas as publicações devem se pautar na ética e ter respaldo científico. Para a produção desse tipo de conteúdo, o médico pode aproveitar um tema que está “quente” no momento e tendo ampla repercussão na mídia ou, até mesmo, utilizar campanhas e datas comemorativas da saúde já consolidadas, como o Janeiro Roxo e o Setembro Amarelo, por exemplo. Há, também, a possibilidade de abordar procedimentos médicos, explicando, de maneira didática e simplificada, como são feitos e citando os possíveis riscos que possam ter, seja por meio de um vídeo explicativo ou de um post estático nas redes sociais — lembrando que as regras citadas acima devem ser respeitadas. Você sabe o que é Acesse o site e veja os resultados! Clínica LaBella Registro - 000000 Diretora Técnica-Médica: Angela M. Dantas CRM/SP 999 999 LaBella ABIDOMINIPLASTIA?
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 29 6. O QUE CURTIR, COMPARTILHAR OU COMENTAR As mídias sociais possuem características mais informais que os meios de comunicação em geral e, por esse motivo, dão a impressão de que é permitido falar sobre tudo, da maneira que quiser, sobre qualquer coisa ou pessoa. Essa falsa premissa tende a propiciar situações embaraçosas ou conflituosas. Mas é necessário lembrar que tudo o que é publicado na internet, mesmo que apagado em seu dispositivo móvel ou desktop, é devidamente indexado e armazenado na internet, ficando acessível a milhões de usuários. A partir do momento em que uma opinião é publicada, comentada ou compartilhada, ela pode passar a ser alvo de questionamentos (de amigos e anônimos), o que pode impactar na reputação digital do usuário. Especialmente no caso do médico usuário das mídias sociais, o que dizer e como dizer pode causar reações e impactos positivos ou negativos não só pessoais como também da categoria médica e/ou da instituição em que esteja vinculado. Então, a regra de ouro é pensar [6] Doucefleur / istockphoto.com [6]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 30 sempre antes de publicar, lembrando que arrependimentos são válidos apenas antes de escrever. E que você será responsabilizado por tudo o que publicar, uma vez que, para comprovar, basta alguém printar a tela. Use as mídias sociais para disseminar ideias e informações úteis à sociedade. Mas sempre procure compartilhar conhecimentos que foram amplamente comprovados cientificamente, de fontes conhecidas e confiáveis, evitando o sensacionalismo. Evite compartilhar: Por impulso; Posicionamentos polêmicos; Desrespeito à diversidade e condutas discriminatórias (física, mental, de estado civil, etnia, idade, gênero, origem, classe social, orientação sexual, crença religiosa ou ideológica); Informações ilegais ou que possam acarretar difamação, calúnia ou injúria. RECEBIMENTO DE COMENTÁRIOS Ler e responder comentários exige paciência e distanciamento, uma vez que podem conter críticas. A forma escrita abre possibilidades para que o usuário se expresse em um tommais agressivo do que faria ao vivo. Cabe ao médico proprietário do perfil (ou alguém com conhecimento de redes sociais, que lhe assessore) ter tranquilidade para resolver a questão e explicar o motivo do posicionamento postado. Responda às interações pertinentes de forma educada, marcando com @ antes do nome da pessoa que será respondida, para garantir que ela receba uma notificação da ferramenta, quando atendida.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 31 REPOSTAGENS É natural que o médico queira compartilhar elogios de pacientes e, eventualmente, de colegas, sobre sua atuação. Com a nova resolução, isso é permitido, contanto que a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) seja respeitada. E que as repostagens não sejam reiteradas, ou seja, realizadas em uma frequência superior a duas por semestre, para que não configure sensacionalismo e prática de concorrência desleal. MÉDICO INFLUENCIADOR DIGITAL O conceito de influenciador foi expandido com a internet. Se antes os influenciadores eram artistas, empresários, políticos e outras figuras públicas com presença frequente na mídia, atualmente levam esta denominação aqueles que são relevantes para um grupo de pessoas, reunidas no universo virtual, exercendo grande influência sobre elas. Desta forma, ummédico especialista ou que elabore conteúdo de uma área específica em seu canal nas redes sociais ganha ainda maior responsabilidade ao se tornar influenciador digital. Influenciadores são amplificadores de uma mensagem nas redes. Tenha certeza de que o tema tratado tem bases científicas ou são calcados em estudos aprovados e regulamentados, e deixando claro se estão disponíveis no Brasil. Os médicos influenciadores devem se ater às mesmas normas aplicadas à publicidade, definidas pela Resolução n° 2.336/23 do CFM. Vale ressaltar que, a partir do momento em que o médico reposta publicações ou mensagens de terceiros em seu perfil, estas passam a ser consideradas postagens do médico, e estão sujeitas às normas do Manual da Codame do CFM e da Resolução n° 2.336/23.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 32 7. PERFIL PESSOAL X PERFIL PROFISSIONAL Ainda que o médico tenha dois perfis para logar-se às mídias sociais, as mesmas recomendações são válidas para ambos os casos. Afinal, mesmo uma opinião, declarada em perfil pessoal e fechado, pode vazar por algum motivo. E mesmo perfis configurados com privacidade podem se tornar públicos por meio de um print ou foto feito por qualquer usuário. Portanto, nenhuma conta em rede social pode ser considerada 100% privada. Por segurança, deixe o perfil pessoal em suas redes sociais desconectado enquanto atualiza o profissional e vice-versa. Isso pode evitar eventuais confusões ou constrangimentos, caso mensagens de conteúdo impróprio sejam postadas. Caso prefira posicionar-se como médico em seu perfil pessoal, lembre-se de que os cuidados devem ser os mesmos que você teria em um perfil profissional, respeitando o Código de Ética Médica. Se o médico sinalizar, em rede social, que trabalha em alguma instituição pública ou privada, deve estar ciente de que precisa utilizar também o código de ética corporativo. Em geral, as instituições de saúde prezam pela reputação e credibilidade, não permitindo que seus funcionários: [7] everythingpossible / istockphoto.com [7]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 33 Misturem opiniões pessoais com posicionamentos corporativos; Respondam as postagens negativas ou caluniosas sobre a instituição. Essa atitude deve ser tomada, exclusivamente, pela área de Comunicação; Exponham terceiros, como pacientes, colegas ou demais funcionários, por meio da publicação de informações, vídeos ou fotos; Comente ou compartilhe informações estratégicas que não estejam acessíveis ao público externo, como documentos; cadastros; contratos; informações financeiras; projetos; admissões, demissões e mudanças de cargos e salários; assim como boatos e fatos não oficiais. Lembre-se de que o que você publica, comenta e compartilha repercute em sua imagem, agregando valor positivo ou negativo à sua reputação pessoal e profissional.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 34 8. PUBLICIDADE Médicos e instituições de saúde têm o direito de adquirir espaço em veículos de comunicação para fazer propaganda com fins de esclarecimento (no caso de campanhas de saúde pública) ou de promover seu nome e suas instituições, fornecendo informações como: endereço físico ou virtual, telefone e outros, além de imagens, áudios e textos para formar, manter ou ampliar clientela. Esses anúncios devem ser assinados por diretores técnicos ou presidentes de entidades associativas e sindicais, quando se tratar de pessoas jurídicas; e o médico, no caso de pessoa física. De maneira geral, em qualquer anúncio publicitário, o médico não pode portar-se de forma sensacionalista ou autopromocional, praticar concorrência desleal ou divulgar conteúdo inverídico. De acordo com o capítulo 6, artigo XVI, § 2º, “entende-se por sensacionalismo: a) divulgar procedimento com o objetivo de enaltecer e priorizar sua atuação como médico ou do local onde atua; b) utilizar veículos e canais de comunicação para divulgar abordagem clínica e/ou terapêutica médica que ainda não tenha reconhecimento pelo CFM; publicidade médica [8] isayildiz / istockphoto.com [8]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 35 c) adulterar e/ou manipular dado estatístico e científico para se beneficiar individualmente ou à instituição que integra, representa ou o financia; d) apresentar em público técnica, abordagem ou método científico que deva ser limitado ao ambiente médico, inclusive a execução de procedimentos clínicos ou cirúrgicos; e) veicular em público informação que possa causar intranquilidade, insegurança, pânico ou medo de forma coletiva ou individual, mesmo que para fatos conhecidos; f) usar de forma abusiva, enganosa ou sedutora representações visuais e informações que induzam à percepção de garantia de resultados”. Neste mesmo capítulo e artigo, no § 3º, “entende-se por promocional referir-se a si próprio, ao serviço em que atua ou a técnicas e procedimentos de modo a conferir-se propriedades e qualidades privilegiadas”. A prática de mostrar imagens de “antes e depois” compromete o médico à garantia de resultado. Ainda no mesmo capítulo e artigo, no § 4º “entende-se por concorrência desleal: a) reportar em suas redes próprias, ou nas de terceiros, insinuações de haver feito descobertas milagrosas ou extraordinárias cujo acesso é condicionado à abertura sucessiva de novas abas, fornecimento de informações pessoais ou pagamento; b) dirigir-se em suas redes próprias a outros médicos, especialidades ou técnicas e procedimentos de forma desrespeitosa, com palavras ou imagens ofensivas à honra, à decência ou à dignidade dos que pretende atingir; c) anunciar a prestação de serviços médicos gratuitos em seu consultório privado, aplicando-se esse mesmo princípio à empresa de qualquer ramo que contrate médicos para prestação de serviços em Medicina;
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 36 d) não anunciar, enquanto estabelecimento assistencial, ente associativo ou sindical médico, campanhas preventivas, curativas ou de reabilitação, sem identificar o patrocinador da ação”. Já conteúdo inverídico é definido no § 5º como: “toda propaganda ou publicidade com o anúncio de práticas revolucionárias ou milagrosas, ou novos procedimentos que não tenham sido aprovados para uso médico pelo CFM”. O médico não pode participar de propaganda de medicamento, insumo médico, equipamento, alimento e outros produtos que induzam à garantia de resultados. Também não é permitido a médicos, associações e sindicatos médicos e estabelecimentos assistenciais de Medicina chancelar ou atribuir elogios a produtos alimentícios, de higiene pessoal ou de ambientes e de material esportivo, pelo mesmo motivo. Também está vedado ao médico participar de propaganda/publicidade de medicamentos, insumos médicos, equipamentos, alimentos e quaisquer outros produtos, induzindo à garantia de resultados. O médico deve ter cuidado para que não realize propaganda enganosa ao paciente, o que não significa apenas promessa de resultados milagrosos, mas a induzir à crença em domínios de técnicas exclusivas, capacitações não oficiais na formação do médico ou contratação de influenciadores ou celebridades conhecidas do público para abalizar a garantia de resultados. É considerada propaganda enganosa “prometer e não cumprir”, o que fere os princípios da ética médica, como o Código de Defesa do Consumidor. A publicidade médica não pode envolver consórcio, sorteios ou premiações. O médico não pode fazer propaganda ou manter material publicitário — nas dependências de seu consultório ou da instituição médica de que faça parte — de empresas farmacêuticas, de órteses e próteses, óticas ou de insumos médicos de qualquer natureza. Mesmo quando ele for investidor/sócio em qualquer delas. Ou seja, não se pode usar da imagemde médico para divulgar produtos ou serviços dessas áreas.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 37 9. PERMUTAS E PARCERIAS O médico pode estabelecer parcerias com empresas ou entidades para a divulgação de aparelhos, recursos tecnológicos e serviços de saúde. Mas deve observar algumas regras: O equipamento deve ser aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e tenha uso autorizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM); Na divulgação, não pode haver promessa ou garantia de resultados, nem menção a privilégio na utilização ou na técnica; Não é ético utilizar expressões exageradas ou comparativas para descrever os aparelhos ou serviços. A descrição do equipamento deve ser mencionada conforme o registro na Anvisa. Lipo sem cortes para uma barriga perfeita Conquistar um abdômen sarado ficou mais prático e acessível. Venha realizar o procedimento que tem obtido excelentes resultados emmilhares de pacientes no mundo. Dr. Marcos Sales Equipamento XP Lipo Pro de última geração [9] Cecilie_Arcurs / istockphoto.com [9]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 38 Permutas Oferecer serviços ou procedimentos do médico ou da clínica em troca de qualquer tipo de divulgação a ser feita por paciente celebridade (artística ou de qualquer área do conhecimento) ou influenciador digital continua sendo vedado. Essa prática fere o Código de Ética Médica e pode ser caracterizada como concorrência desleal. "Minha harmonização facial ficou super natural, graças ao dr. Roberto Dias. Só ele tem uma técnica exclusiva que garante bons resultados." Márcia Borges, atriz, modelo e influencer
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 39 Parcerias publicitárias É permitido participar de peças publicitárias de produtos ou instituições, próprios ou de terceiros, como membro do corpo técnico de clínicas e hospitais ou de planos e seguros de saúde. Mas é obrigatória a identificação completa do médico, com nome e números de CRM e RQE, conforme estabelece a Resolução CFM nº 2.336/2023. Sempre que realizar campanhas patrocinadas, o médico precisa identificar o patrocinador da ação, atuando com transparência. Como médico, eu cuido da minha saúde e da minha família. No Hospital Plural Mais, você encontra estrutura e assistência de qualidade, com profissionais capacitados que atuam em todas as especialidades médicas. PLURAL MAIS, CUIDANDO DE QUEM CUIDA. Dr. João Souza, médico clínico geral CRM 952.340 RQE 99.999
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 40 As parcerias publicitárias são permitidas, com exceção da divulgação de medicamentos, insumos médicos, equipamentos, alimentos e outros produtos que induzam à garantia de resultados. E nem de serviços por meio de consórcios ou similares. Cuidado! O médico deve certificar-se de que o produto ou serviço anunciado do parceiro não representa propaganda enganosa ao consumidor. Parcerias em consultório Quando fizer publicidade nas dependências do seu consultório, não é permitida a divulgação de empresas dos ramos farmacêuticos, óticos, de órteses e próteses ou insumos médicos de qualquer natureza, mesmo que o médico seja investidor em uma dessas empresas. Da mesma forma, a norma sinaliza que o médico comete infração se mantiver consultório no interior de estabelecimentos farmacêuticos, óticos, de órteses e próteses ou de insumos de uso médico. LUMED, A MARCA DE MEDICAMENTOS PARA TODOS PEÇA NA FARMÁCIA MAIS PRÓXIMA Dra. Stela Borges Médica gastroenterologista CRM 845.677
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 41 Vale ressaltar a diferença entre parceria publicitária e permuta. A parceria envolve a utilização da imagem do médico junto a determinada instituição, marca, produto ou serviço, como um aval, mediante ou não compensação financeira. Ela é permitida, mas, ainda assim, com ressalvas (veja na página 40). Já a permuta é totalmente vedada por pressupor o oferecimento de serviço médico em troca da divulgação feita por pacientes.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 42 10. DIVULGAÇÃO DE CLÍNICAS E CONSULTÓRIOS É possível mostrar, nas redes sociais, o ambiente de trabalho, fotos ou vídeos do médico ou de sua equipe e auxiliares. Também pode compartilhar informações sobre o trabalho e o relacionamento com os pacientes, desde que eles não sejam identificados. Os comentários devem limitar-se ao contexto clínico, respaldados pela literatura médica. Pode ser divulgado o endereço da clínica, como realizar marcações e quais os planos e seguros aceitos para consulta, assim como valores e formas de pagamento (desde que não caracterizem pacotes ou consórcios). Clínica Smith Rua Pinheiro do Vale, 354 Campestre - São Pedro do Campo (SP) Consulta: R$ 500 Atendemos amaioriados planos de saúdepor reembolso Agende agoramesmopeloWhatsApp: 11 99455-5555 Dra. Lidia Smith – Médica endocrinologista CRM 875.344 - RQE 98.999 [10] dragana991 / istockphoto.com [10]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 43 Em relação aos preços, é possível anunciar abatimentos e descontos em campanhas promocionais, mas sem qualquer tipo de venda casada (se pagar uma consulta ganha um exame, por exemplo). Os valores para procedimentos devem ser acordados previamente com o paciente e não devem ser colocados em anúncios publicitários. FAÇA O SEU PREENCIMENTO LABIAL COM ESPECIALISTA PAGANDO APENAS LIGUE AGORA (11) 91234-4321 3X 99 R$ ,00
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 44 11. EVENTOS O médico tem o dever de declarar conflitos de interesse quando participar de eventos e debates (ou em qualquer veículo de comunicação), como webinários e mesas redondas organizados por leigos e abertos ao público em geral pelas plataformas de internet. Essa regra é idêntica para os speakers de laboratórios nos congressos e outros eventos médicos. Também vale ressaltar que, obrigatoriamente, todo evento precisa ter um médico como seu responsável técnico, devidamente registrado no Conselho Regional de Medicina. Em geral, não é possível expor imagens de consultas ou procedimentos em tempo real nas redes sociais. A exceção são as palestras ou participações em eventos científicos fechados, destinados apenas a médicos e estudantes de Medicina. Neles, é permitido utilizar imagens com transmissão em tempo real, de aplicação de técnicas de abordagem. Mas, para isso, é necessário obter autorização prévia do paciente ou de seu representante legal. O médico deve ter atenção também para não se envolver em concursos de empresas que promovem eventos com premiações de “melhores profissionais”, concursos ou homenagens do tipo. E nem permitir que seu nome esteja associado a esses eventos. [11] skynesher / istockphoto.com [11]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 45 Pediatra da década Prof. dr. Marcelo Twiges foi eleito o melhor pediatra da década pela Associação Curumim, com mais de 50 mil cesáreas realizadas, seis artigos em revista especializada de reconhecimento internacional e clientela em todo o Brasil.
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 46 12. ENTREVISTAS E ARTIGOS NA IMPRENSA Quando na presença da imprensa — seja para a mídia tradicional ( jornal, revista ou emissoras de rádio e TV) ou online (lives, podcasts ou mesacasts), o médico é sempre um representante da Medicina. Ele deve levar seus conhecimentos para o esclarecimento da população e nunca para angariar clientela (nem divulgar endereço físico ou virtual e telefone) ou pleitear exclusividade de métodos diagnósticos e terapêuticos. Tanto omédico quanto as instituições de saúde podemse utilizar de canais de comunicação próprios ou de terceiros (quando convidados) para dar entrevistas e publicar artigos sobre assuntos médicos, com finalidade educativa, de divulgação científica, de promoção da saúde e do bem-estar público, respeitando a Resolução nº CFM nº 2.336/23. Nas entrevistas, debates ou qualquer exposição ao público, é obrigatório divulgar conflitos de interesse. Quando se apresentar como especialista, deve exibir os números de inscrição de CRM e RQE. Quando não especialista, não pode mencionar que trata de sistemas orgânicos, órgãos ou doenças específicas ou que tem capacitação com aparelhagens. [12] Motortion / istockphoto.com [12]
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 47 Deveres durante a entrevista: Não apresente equipamento e/ou medicamento como parte do esclarecimento se não houver registro na Anvisa. Nem insinue que possui capacidade privilegiada a aparelhagens ou de utilização de técnicas; Não divulgue método ou técnica não reconhecido pelo CFM, respeitando a Lei nº 12.842/13; Não exponha imagens de consultas e procedimentos transmitidos em tempo real, explanando técnicas ou métodos de abordagens, ainda que com autorização expressa do paciente. Isso pode ser feito apenas em eventos exclusivos de treinamento e capacitação de médicos e estudantes de medicina; Não confunda a autorização para o esclarecimento sobre prevenção, puericultura, alimentação saudável, regramentos e condicionamentos físicos ou outro tema para educar os leigos para cuidados e vida saudável com consultorias que substituam a consulta médica. Direitos dos médicos: Solicitar retificação à imprensa — e informar ao Cremesp, que eventualmente pode realizar averiguações —, caso não concorde com o teor de declarações que lhe foram atribuídas em textos ou peças (gráficas ou audiovisuais); A divulgação de boletins médicos à imprensa cabe ao médico assistente ou a seu substituto, ao diretor técnico da instituição ou ao CRM, quando o médico considerar pertinente. O boletim de pacientes internados em estabelecimentos assistenciais deve
GUIA DE BOAS PRÁTICAS NA DIVULGAÇÃO MÉDICA 48 ser assinado pelo médico assistente e subscrito pelo diretor técnico-médico da instituição ou, em sua falta, por seu substituto. Em declaração à imprensa, o médico deve adotar tom sóbrio, impessoal e verídico, sempre preservando o sigilo médico; Divulgar na imprensa sua qualificação técnica usando a palavra MÉDICO (A), apresentando diploma, instituição onde se formou e diploma médico revalidado. Se o profissional se apresentar como especialista, deve indicar a especialidade registrada no Cremesp acompanhada do número de RQE. O médico pode divulgar até duas especialidades e as áreas de atuação relacionadas às mesmas; É possível divulgar títulos, como pós-graduações lato sensu ou stricto sensu em áreas relacionadas às especialidades reconhecidas da seguinte forma: * Curso de pós-graduação lato sensu devidamente cadastrado no CRM: MÉDICO(A) com pós-graduação em (área da pós-graduação), seguido de NÃO ESPECIALISTA, em maiúscula; * Curso de pós-graduação stricto sensu devidamente cadastrado no CRM: MÉDICO(A) com pós-graduação em (mestre, doutor em…), seguido de NÃO ESPECIALISTA, em caixa-alta. Dúvidas podem ser esclarecidas pela Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame) do Cremesp, pelo e-mail codame@cremesp.org.br
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