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Nesta Edição
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CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
Bráulio Luna Filho - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 4)
Kátia Maia - diretora da Oxfam Brasil


CRÔNICA (pág. 10)
Lusa Silvestre*


ESPECIAL (pág. 12)
Médico humanista - Aureliano Biancarelli


SINTONIA (pág. 19)
Medicina translacional


EM FOCO (pág. 22)
Complexo Industrial-militar, por Isac Jorge Filho*


CARA NOVA (pág. 25)
Nova Ser Médico


MÉDICOS NO MUNDO (pág. 26)
Ana Letícia Nery


GIRAMUNDO (pág. 30)
Medicina & Ciência


PONTO.COM (pág. 32)
Mundo digital & Tecnologia científica


HISTÓRIA DA MEDICINA (pág.34)
Das Misturas e Poderes das Drogas Simples


LIVRO DE CABECEIRA (pág. 37)
Antonio Pereira Filho*


CULTURA (pág. 38)
Histórias de vidas anônimas


TURISMO (pág. 42)
Turquia/Curdistão


CARTAS & NOTAS (pág. 47)
Espaço dos leitores


FOTOPOESIA (pág. 48)
Mensagem de Ano Novo


GALERIA DE FOTOS


Edição 73 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2015

PONTO DE PARTIDA (pág. 1)

Bráulio Luna Filho - Presidente do Cremesp


Saúde e desigualdade socioeconômica

 

    Esta edição da Ser Médico aborda o fenômeno social mais relevante no mundo atual: a desigualdade socioeconômica! Em quase todos os países, alarga a distância entre as camadas mais ricas e mais pobres.


A crise financeira mundial de 2008-2015 aumentou, em aparente paradoxo, ainda mais esta distopia, como demonstra a entrevista com a diretora da Oxfam Brasil, Kátia Maia. A consequência é a desesperança crescente com os sistemas políticos e governos dos mais variados espectros ideológicos.

 

Na saúde pública brasileira, particularmente, temos evidências gritantes dessa ignomínia social. Enquanto alguns poucos são atendidos com rapidez e acesso aos mais modernos equipamentos em centros especializados, a maioria padece nas intermináveis filas dos serviços públicos, assistida muitas vezes por profissionais desmotivados, trabalhando em locais sem estruturas adequadas.

 

A perversa distribuição de renda produz um tipo específico de desigualdade no terreno da Saúde: a desigualdade vital. Nela, como salienta o sociólogo sueco Göran Therborn, os padrões sociais definem quem tem acesso à assistência de ponta e quem não tem, reduzindo a qualidade e a expectativa de vida. Como efeito colateral eticamente inominável, o cerca de 1% que acumula quase metade da renda viverá mais e melhor do que os demais 99%.

A saúde e a educação são os principais vetores da redução da desigualdade social. Isto é inconteste. No Brasil, porém, vivemos o não milagre de abertura indiscriminada de escolas médicas, sem infraestrutura e sem professores. Cria-se então a expectativa falsa que dessa maneira avançaremos na redução das iniquidades na área da Saúde.

Contudo, o Exame do Cremesp nos autoriza a contestar a política governamental de abertura de novas escolas médicas e as consequências para o sistema de saúde. Como se poderá conferir em matéria especial desta edição, seus resultados são preocupantes, sobretudo nas escolas privadas – que cobram mensalidades de até R$ 6 mil. A maioria delas, porém, é financiada parcialmente pelo dinheiro público, por meio dos programas Fies e Prouni.

Esse fato nos leva novamente ao tema da desigualdade socioeconômica, indissociável da injustiça social, que se agrava quando os recursos da sociedade são utilizados em políticas governamentais infrutíferas para a maioria da população. A não ser que, ingenuamente, acreditemos que os empresários da educação brasileira pensam mais no País do que nos seus polpudos lucros.

Nós, médicos, temos o compromisso indelével com a saúde dos pacientes e com a perspectiva de uma sociedade humana e justa, em que as diferenciações de classe não determinem a qualidade da atenção médica. Esta é a luta maior do Cremesp – a construção de um sistema de saúde que seja também instrumento do fim da desigualdade socioeconômica.

 

Bráulio Luna Filho

Presidente do Cremesp


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