CAPA
PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (págs.4 a 8)
James Drane
EM FOCO (págs.9 a 11)
Dormiu bem?
CRÔNICA (págs.12 a 13)
Tufik Bauab*
MÉDICOS NO MUNDO (págs.14 a 17)
Irène Frachon
DEBATE (págs.18 a 23)
Emergência e Regulação: novos desafios dos cursos de Medicina
SINTONIA (págs.24 a 27)
Novas práticas educativas no setor da Saúde
GIRAMUNDO (pág.28 a 29)
Curiosidades de ciência e tecnologia, história e atualidades
PONTO COM (págs.30 a 31)
Informações do mundo digital
HOBBY (págs.32 a 35)
Pediatra escala os maiores picos do mundo
HISTÓRIA DA MEDICINA (págs.36 a 38)
Especialidades médicas
LIVRO DE CABECEIRA (pág.39)
Por Bráulio Luna Filho*
CULTURA (págs.40 a 43)
Moacyr Scliar e Yann Martel
GOURMET (págs. 44 a 47)
Moqueca de camarão
FOTOPOESIA (pág.48)
Poesia anônima na capital paulista
GALERIA DE FOTOS
PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp
Movimento médico abre nova fase de diálogo com o governo federal
No dia 4 de abril, as entidades médicas foram recebidas pela presidenta Dilma Rousseff, em um encontro inédito, tanto pelo gesto de abertura de nova fase de diálogo com o governo federal quanto pelo conteúdo da conversa, que expôs propostas dos médicos para a saúde no Brasil.
Na reunião, as lideranças médicas trataram das condições precárias para o exercício da Medicina, das más condições de trabalho e remuneração, do ensino médico e da urgência da ampliação do financiamento público do Sistema Único de Saúde. As reivindicações constam da Carta Aberta (veja a íntegra no portal do www.cremesp.org.br) que entregamos à presidenta Dilma.
Na ocasião, o Cremesp e o CFM também levaram à presidenta os dois relatórios dos estudos Demografia Médica no Brasil, ressaltando a concentração dos médicos nos grandes centros e no setor privado, resultando em desigualdades de acesso da população à assistência. A partir da leitura dos dados, a intenção das entidades é que o governo reveja algumas propostas lançadas pelos Ministérios da Saúde e Educação, de abertura de mais escolas médicas, flexibilização da revalidação de diplomas de médicos formados no Exterior, dentre outras ideias de aumento do efetivo de médicos no País.
No encontro com Dilma, tivemos oportunidade de apresentar a experiência do Exame do Cremesp, quando ela mostrou-se surpresa com a reprovação de 46% dos egressos de escolas médicas, no primeiro ano em que a participação tornou-se obrigatória para a obtenção do registro profissional no Estado de São Paulo. Diante da situação, considerada alarmante, a presidenta propôs a criação de uma comissão para discutir o ensino médico no Brasil.
Os médicos têm propostas de soluções viáveis para a crise na saúde, e a presidenta os ouviu atentamente. A primeira delas trata de mais recursos federais para o setor, pauta do movimento Saúde + 10, que exige a destinação de pelo menos 10% das receitas brutas da União para o SUS. Foram destacadas também: a criação de uma carreira de Estado para os médicos do SUS, a começar pelos locais de difícil provimento de profissionais; a manutenção e o fortalecimento do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida); a melhoria da formação médica e da oferta de vagas em programas de Residência Médica de qualidade e em número suficiente para todos os egressos.
Ao fim do encontro, foi externado o compromisso da presidenta Dilma de realizar encontros periódicos e de incluir as entidades médicas nas discussões, antes da adoção de medidas relacionadas aos assuntos tratados. É o caso da suposta “importação” de médicos estrangeiros, proposta sobre a qual discordamos. Além do seu valor simbólico, o encontro integra a atual fase do movimento médico, que tem demonstrado sua capacidade de unidade e de mobilização em prol da Medicina e da sociedade.