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CAPA

PONTO DE PARTIDA (pág.1)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 4)
José Feliciano Delfino Filho


CRÔNICA (pág. 10)
Tufik Bauab*


EM FOCO (pág. 12)
Voluntários do Sertão


SINTONIA (pág. 15)
Emerson Elias Merhy*


DEBATE (pág. 18)
A relação médico-paciente e a internet


GIRAMUNDO (págs. 24 e 25)
Curiosidades da ciência e tecnologia, da história e atualidade


SAÚDE NO MUNDO (pág. 26)
O sistema de saúde público no Japão


HISTÓRIA DA MEDICINA (pág. 30)
Epidemias: os grandes desafios permanecem


CARTAS & NOTAS (pág. 33)
Conexão com o usuário a um clique


HOBBY (pág. 34)
Alexandre Leite de Souza


PONTO COM (págs. 38/39)
Informações do mundo digital


CULTURA (pág. 40)
Imperdíveis exposições da Pinacoteca


TURISMO (pág. 42)
Das flores de Bali ao enxofre do Ijen


LIVRO DE CABECEIRA (pág. 47)
Dica de leitura de Desiré Carlos Callegari *


FOTOPOESIA( pág. 48)
Adélia Prado


GALERIA DE FOTOS


Edição 58 - Janeiro/Fevereiro/Março de 2012

HOBBY (pág. 34)

Alexandre Leite de Souza

Fotógrafo, naturalmente

Como o interesse pela natureza tornou-se um caminho para a arte e a conscientização na vida do médico e fotógrafo 


Coruja buraqueira


homem moderno vive em meio a um mundo saturado de imagens. Registrar os diversos momentos da vida com câmeras fotográficas digitais tornou-se uma ação banal, e muitos se  esqueceram de que a fotografia pode ser arte e   instrumento de reflexão. Há aproximadamente cinco anos, o infectologista Alexandre Leite de Souza (foto ao lado) descobriu este significado maior ao se relacionar com a fauna e a flora por trás da lente. “A foto é um elo com o mundo espiritual da natureza, uma verdadeira filosofia de vida. Fazer isso dá significado, novos valores e motivação à minha própria existência”, afirma.

Seus trabalhos já foram publicados em revistas como National Geographic, TRIP, Horizonte Geográfico, DOC e Photo Magazine.

Defensor e amante do meio ambiente, seu trabalho começou a partir da admiração pelas “múltiplas formas e cores dos animais e plantas que compõem o quadro do mundo natural”. Além disso, Souza preocupa-se com a conservação e pretende “ajudar na conscientização das pessoas sobre a importância do ambiente”. Premiado no concurso SOS Mata Atlântica em 2009, suas fotografias exploram a beleza que muitos ignoram ou destroem. “Meu alvo fotográfico compreende tudo o que está vivo ou faz parte do cenário da natureza, incluindo plantas, flores, crepúsculos, cachoeiras, aves, mamíferos, insetos, répteis e anfíbios.”






Do alto para baixo: sapo chifrudo (Proceratopbrys sp); besouro da Mata Atlântica; lavadeira-mascarada (Fluvicola nengeta)

Souza concilia sua profissão e pós-graduação em Doença Meningocócica com viagens e passeios que proporcionem o encontro com seu alvo fotográfico. “O itinerário é norteado pelo animal que anseio ver. Contudo, não há garantia de que ele irá aparecer”. Ele afirma que sorte, audição e visão aguçadas, e a busca realizada com vontade, influenciam no resultado final. Envolvido nesse delicado processo, planejava viajar, quando da entrevista à Ser Médico, para o Mato Grosso do Sul, com o objetivo de fotografar serpentes, tamanduás e tucanos.












Em cima: casal de libélulas. Na sequência: caninana, serpente não peçonhenta (Spilotes pullatus); família de capivaras; flor silvestre de Poços de Caldas; ninfa de gafanhoto Aganacris; e jararaca-ilhoa (Bothrops insularis)   

Preparo
A tarefa de ir até uma mata ou floresta e voltar com fotos únicas e criativas pode ser divertida, mas exige técnicas e noções que Souza adquiriu com a prática. “Os equipamentos são ferramentas críticas para obtenção de boas fotos da natureza, e existem ajustes específicos da câmera para cada tipo de ambiente”, explica. Ele ainda elenca outros objetos essenciais. “Lanternas, repelentes, calçados adequados e perneiras para proteção contra picadas de cobras. As roupas variam em função do ambiente que você vai explorar”. Calças e blusas de mangas compridas, por exemplo, podem proteger de picadas de insetos e evitar urticárias.

A preparação, contudo, vai além das ferramentas utilizadas. O comportamento em meio à natureza e o contato com os bichos fazem toda a diferença na obtenção de belas imagens e na preservação do local. “É importante ter calma e aprender a interagir com os animais. Em primeiro lugar, está o bem-estar do animal. Dessa forma, poderá otimizar o enquadramento da foto e criar novos cenários, além de exercitar a criatividade.” Com a experiência, Souza acumulou algumas dicas que se tornam indispensáveis na obtenção de um bom resultado. “Primavera e verão são mais favoráveis para a observação dos animais. O ideal também é fotografar em dupla, principalmente à noite, pois seu colega poderá iluminar o bicho para você e vice-versa”, informa o médico.

Ele acredita que a afeição pela fotografia em ambientes naturais norteia a qualidade da realização. “O desejo de explorar esse mundo oculto em trevas deve sobrepujar o medo do desconhecido e seus riscos potenciais durante a noite”, revela, baseando-se em seus dias dentro das matas, buscando por animais e plantas. “O principal segredo para conseguir uma boa captura fotográfica é amar profundamente esse universo de forças selvagens. Munido de tal sentimento, você terá coragem e tolerância para confrontar os críticos desafios que são inerentes ao mundo natural”, garante Souza.


(Colaborou Tainá Grassi)


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