CAPA
EDITORIAL
Ponto de Partida
ENTREVISTA
Roberto Sávio é o convidado especial desta edição
CRÔNICA
Rubem Alves
BIOÉTICA
Giovanni Berlinger
EM FOCO
Clínica ou Cirurgia? Eis a questão
DEBATE
Aprendizagem baseada em problemas
JUSCELINO KUBITSCHEK
O médico que virou Presidente
HISTÓRIA DA MEDICINA
São Lucas, o médico evangelista
LIVRO DE CABECEIRA
O segredo dos médicos antigos
GOURMET
Pequi: bom demais da conta
CULTURA
Jairo Arco e Flexa
CARTAS & NOTAS
Novas publicações do Cremesp
POESIA
Adriana e Luis Orlando Rotelli Resende
GALERIA DE FOTOS
EDITORIAL
Ponto de Partida
Ponto de PartidaAs reformas estruturais que o Brasil necessita implementar na área da saúde devem contar com a participação da Medicina não só em nível técnico e científico, mas também na promoção da saúde e na garantia de acesso a uma assistência integral, humanizada e de qualidade. Apesar das dificuldades, quando há investimentos de recursos e vontade política, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem se viabilizado.
Mas há muito que avançar, a exemplo das reformas curriculares do ensino médico, adequando a formação às necessidades de saúde do povo brasileiro. Este é o tema do Debate desta edição, enfocado na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP), que evidencia as dificuldades técnicas, econômicas e culturais que permeiam essa mudança.
Transformar o estabelecido nunca foi tarefa fácil, sobretudo em setores tão complexos como os da saúde e do ensino médico. Mas, em meio a conflitos e dificuldades, começam a sair das faculdades os primeiros profissionais formados sob um novo currículo, com perfil mais humanizado e voltado à comunidade, principalmente àquela que mais carece de assistência em saúde.
Nosso tema de Bioética nesta edição expõe o atual cenário da saúde mundial: os riscos a que estão expostas as populações mais vulneráveis do planeta, seja por questões econômicas, raciais, de gênero, religião etc, o que afeta a saúde mundial e o desenvolvimento dos povos. A epidemia do HIV/Aids no continente africano é um exemplo de o quanto a injustiça social, pautada nas desigualdades históricas, repercute tragicamente sobre a saúde coletiva. Também são os mais pobres que geralmente convivem com os piores indicadores de saúde.
Adequar a formação dos médicos à realidade é uma tarefa que requer compromisso público e responsabilidade social. Igualmente, é imensa a responsabilidade de cada técnico do governo, de cada futuro médico, docente, escola médica ou entidade envolvida com esse projeto. Como ressalta um dos debatedores, uma das missões do ensino é vislumbrar o futuro e preparar profissionais adequados a ele. E o futuro a ser construído, certamente será melhor que o presente.
Regina Ribeiro Parizi Carvalho
Presidente do Cremesp