CAPA
PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
Renato Azevedo Júnior - presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 4)
Mia Couto, biólogo e jornalista moçambicano
CRÔNICA (pág. 8)
Homenagem a Moacyr Scliar, médico e escritor, falecido em janeiro deste ano
SINTONIA (pág. 10)
Surge um novo conceito de doença e de saúde
CONJUNTURA (pág. 13)
Identificação possível
SAÚDE NO MUNDO (pág. 14)
Saúde Global versus Saúde Internacional
DEBATE (pág. 17)
A qualidade das embalagens comercializadas no país
GIRAMUNDO (págs. 22/23)
Curiosidades da ciência e tecnologia, da história e da atualidade
PONTO COM (pág. 24)
Acompanhe as novidades que agitam o mundo digital
EM FOCO (pág. 26)
Transtornos afetivos na infância
LIVRO DE CABECEIRA (pág. 29)
Confira a indicação de leitura de Caio Rosenthal*
CULTURA (pág. 30)
José Marques Filho*
GOURMET (pág. 36)
Uma receita especial de Debora Handfas Gejer e Geni Worcman Beznos
TURISMO (pág. 40)
A "suíça brasileira" bem ali, na Serra da Mantiqueira...
CARTAS & NOTAS (pág. 47)
Diretores e conselheiros da terceira gestão 2008-2013
POESIA( pág. 48)
Mia Couto em “Raiz de Orvalho e Outros Poemas”
GALERIA DE FOTOS
PONTO DE PARTIDA (pág. 1)
Renato Azevedo Júnior - presidente do Cremesp
O SUS faz muito com pouco
O SUS é uma das maiores conquistas sociais do povo brasileiro, consagrado pela Constituição como um direito do povo e um dever do Estado.
Infelizmente, a saúde ainda não é um direito plenamente conquistado pela população, pois até hoje não há garantia de acesso do cidadão em tempo adequado às suas necessidades de saúde.
O acesso aos serviços de saúde é um fator decisivo para a redução das desigualdades do Brasil. Conquistaremos uma sociedade mais justa não apenas com distribuição de renda, mas também com a garantia de uma saúde pública de qualidade e acessível a todos.
A causa principal e primeira das deficiências do SUS – todos sabemos – é a falta crônica de financiamento adequado e estável do sistema. O subfinanciamento não permite uma gestão adequada dos parcos recursos disponíveis, gerando deficiências principalmente na assistência médica.
Que o SUS faz muito, com pouco dinheiro, nem sempre é percebido pela população. A vigilância sanitária, as campanhas de vacinação, a distribuição de medicamentos e os procedimentos de alta complexidade, como os transplantes, são atribuições exclusivas do SUS.
Não podemos aceitar que o Brasil, um país que é a sétima economia mundial, tenha gasto em 2010, em pagamento de juros ao mercado financeiro, mais do que o dobro do que direcionou para a saúde dos brasileiros.
É inadmissível destinar menos de 4% do PIB à saúde pública, abaixo de R$ 2 por dia por cidadão, percentual inferior ao de muitos países com menor desenvolvimento econômico que o Brasil.
É incompreensível que a regulamentação da Emenda Constitucional 29 e uma reforma tributária ampla – que faça justiça tributária e destine maiores recursos à área social, incluindo a saúde – não sejam aprovadas no Congresso Nacional.
Se não é viável fazer um SUS sem recursos, também é impossível fazer saúde de qualidade sem médicos. Por isso, é fundamental que o médico que atua na saúde pública seja respeitado e valorizado.
Defendemos que o médico do serviço público tenha uma carreira de Estado, aos moldes do Judiciário. Queremos ver implantado um plano de cargos, carreira e vencimentos.
Pedimos o reajuste da tabela SUS, que hoje deprecia o trabalho médico, mas igualmente queremos o fim dos salários irrisórios, dos contratos precários e temporários.
Queremos de volta o nosso assento permanente no Conselho Nacional de Saúde.
Com isto, será possível garantir a ambiciosa meta de colocar médicos e dar acesso à assistência médica de qualidade em todos os municípios do país, sonho do movimento médico brasileiro.