

CAPA

EDITORIAL
Destaque desta Edição: debate sobre a pós-graduação em Medicina no Brasil

ENTREVISTA
Dom Eduardo Uchôa, reitor do Colégio e da Faculdade de São Bento, é o convidado especial desta edição

CRÔNICA
José Feliciano Delfino Filho - Zezo - escreveu especialmente para esta edição

CONJUNTURA
Quanto custa a violência urbana para a Saúde?

ESPECIAL
Um RX de Roraima, Estado rico em biodiversidade e... conflitos

DEBATE
Em discussão, a missão da pós-graduação no Brasil

MÉDICO EM FOCO
Sady Ribeiro conta sua jornada nos Estados Unidos

LIVRO DE CABECEIRA
A guerra contra os fracos - Edwin Black

HOBBY DE MÉDICO
Roberto Caffaro apresenta sua invejável coleção de canetas raras

GOURMET
A arte de inventar receitas - Roberto Franco Morgulis

CULTURA
A arte de Belmiro de Almeida nas telas, desenhos e caricaturas

HISTÓRIA DA MEDICINA
120 anos do Serviço de Oftalmologia da Sta. Casa de Misericórdia de São Paulo

ACONTECE
Cow Parade: maior exposição de arte de rua do mundo

CARTAS & NOTAS
Elogios ao novo projeto gráfico da Revista

GALERIA DE FOTOS

EDITORIAL
Destaque desta Edição: debate sobre a pós-graduação em Medicina no Brasil
Ponto de Partida
O índice de mortes por armas de fogo no Brasil é equivalente ao de países em guerra. As causas externas, que incluem homicídios, acidentes e suicídios mataram, entre 1980 e 2000, cerca de dois milhões de pessoas – número semelhante ao da população de grandes cidades brasileiras. O custo dessa dura e crua realidade é alto, como demonstra o artigo do historiador Luís Mir nesta edição da Ser Médico. O atendimento às vítimas de trauma consome 24% do total de gastos do sistema de saúde – em alguns Estados pode chegar a 80%. A maioria pertence a grupos sociais vulneráveis, necessita de atenção especializada e complexa, sendo atendida na rede pública. A violência é um dos mais graves problemas do nosso país que precisa ser enfrentado com empenho. Além de interromper vidas e desestruturar famílias, ela sobrecarrega o sistema hospitalar, impede o atendimento a outros pacientes e penaliza duramente os profissionais da saúde.
Também nesta edição, apresentamos uma matéria sobre Roraima, Estado que visitei em junho último a convite do Conselho Regional de Medicina local para realizar uma conferência. Com uma população de 324 mil habitantes, dos quais aproximadamente 30 mil são índios, mais da metade de toda sua área está demarcada como reserva indígena. O Parque Nacional de Monte Roraima ocupa outra grande parte do Estado. Rico em biodiversidade, Roraima tem reservas minerais importantes, de diamantes e ouro, só para ficar em dois exemplos. Também abriga extensas áreas da floresta amazônica e um sítio arqueológico. Predomina na região um clima de conflito entre os índios e os demais habitantes, devido à grande extensão das reservas. A população não-índia sente-se esquecida pela União e há queixas sobre a falta de políticas de desenvolvimento sustentável, que pudessem viabilizar a economia da região. Muitas organizações não-governamentais estrangeiras estão instaladas nas aldeias para desenvolver trabalhos sociais, mas a imprensa local lança dúvidas sobre os reais interesses de alguns desses grupos.
Apresentamos, ainda, um debate realizado no Cremesp. Os professores Jair Mari e Emmanuel Burdmann discutiram a pós-graduação em Medicina desenvolvida no Brasil. O conselheiro Luiz Alberto Bacheschi foi o coordenador desse encontro, que levantou pontos importantes e controversos de nosso sistema de ensino. O debate produziu um rico conteúdo sobre o modelo de pós-graduação do Brasil, ao qual se credita parte do crescimento da produção científica nacional.
Também nesta edição o leitor conhecerá um pouco das atividades intelectuais e culturais do Mosteiro São Bento, na capital. Com estas e outras matérias, igualmente interessantes, esperamos contribuir para a informação e a reflexão dos colegas.
Presidente do Cremesp
Isac Jorge Filho