CAPA
PÁGINA 1
Nesta edição
PÁGINAS 5, 6, 7,8 E 9
Entrevista
PÁGINAS 10 E 11
Crônica
PÁGINAS 12, 13, 14, 15, 16 E 17
Dossiê: Psiquiatria/ História
PÁGINAS 18, 19, 20 E 21
Dossiê: Psiquiatria/ Estatísticas
PÁGINAS 22, 23, 24 E 25
Dossiê: Psiquiatria/ Transtornos do Humor
PÁGINAS 26, 27 E 28
Dossiê: Psiquiatria/ Suicídio
PÁGINAS 29, 30 E 31
Dossiê: Psiquiatria/ Vanguarda
PÁGINAS 32 E 33
Tecnologia - Telemedicina
PÁGINAS 34 E 35
Medicina no mundo
PÁGINAS 36, 37 E 38
Hobby
PÁGINAS 39, 40, 41 E 42
Agenda Cultural
PÁGINAS 43, 44, 45 E 46
Gourmet
PÁGINA 47
Resenha
PÁGINA 48
Fotopoesia
GALERIA DE FOTOS
PÁGINAS 34 E 35
Medicina no mundo
Medicina no mundo
Emergências aéreas
*Por Camila Lunardi
Uma situação a que todos os médicos podem estar sujeitos corresponde às emergências que ocorrem durante um voo. Em geral, não estamos preparados e temos muitas dúvidas sobre o que é possível ser feito e, até mesmo, sobre nossas responsabilidades éticas e legais nesses casos.
Em dezembro de 2018, o Journal of the American Medical Association (JAMA) publicou o artigo In-Flight Medical Emergencies: A Review, escrito por Christian Martin-Gill, Thomas J. Doyle e Donald M. Yealy – do departamento de Medicina de Emergência da Universidade de Pittsburgh e Centro Médico Universitário de Pittsburgh – no qual os autores apresentaram os resultados de um levantamento de artigos sobre emergências aéreas, em um período de quase 30 anos. Os dados obtidos mostram a ocorrência de, aproximadamente, uma emergência em voo para cada 604 realizados. Em cerca da metade, um médico realiza o atendimento. A grande maioria envolve intercorrências simples, como sintomas gastrointestinais, alterações respiratórias e cardiovasculares, mas também síncopes.
O texto apresenta várias orientações sobre as implicações de se realizar ou não o atendimento. Em grande parte dos países, em princípio não existe obrigatoriedade em atender um paciente se o médico não se julgar capaz de fazê-lo, ou estiver sob o efeito de álcool ou medicações capazes de alterar seu raciocínio. Caso entenda ser capaz de realizar o atendimento, costuma se encaixar na lei do “bom samaritano”, tendo responsabilidades mais abrandadas.
Outro fato que se mostra bastante heterogêneo são os kits de emergência que os aviões devem levar, pois seguem regras que dependem do país de origem da companhia aérea. Porém, em geral, limitam-se a medicações para dor e sintomas gastrointestinais e alérgicos. Nem todos incluem desfibrilador externo automático. O médico que presta atendimento no voo conta também com um sistema de assistência médica terrestre, com o qual pode discutir o caso e orientá-lo, além do auxílio da equipe de bordo, que recebe treinamento para emergências.
Uma questão bastante polêmica envolve os desvios de voo que possam ser necessários. As equipes terrestres orientam que estes só sejam realizados em circunstâncias extremas, como paradas cardiorrespiratórias, complicações obstétricas e AVC agudo.
Como desfecho, vale lembrar que essas situações podem estar presentes em qualquer momento. Cabe a nós avaliarmos se temos condições de cooperar, e tentar nos informar sobre as rotinas do atendimento, dependendo do país em que estivermos.
*Maria Camila Lunardi é supervisora do Programa de Residência Médica de Medicina de Emergência do Hospital Santa Marcelina e conselheira do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp)
Expressões faciais guiam cadeira de rodas
Um sistema de reconhecimento facial para movimentar cadeiras de rodas foi destaque da Consumer Eletronics Show (CES) 2019, em Las Vegas, EUA. Contando com o apoio da Fapesp, a novidade foi desenvolvida pela startup paulista Hoobox Robotics.
Disponível em kit, tal mecanismo reconhece até dez expressões faciais, como o arquear das sobrancelhas ou o piscar de olhos, capturadas por uma câmera e interpretadas por algoritmos executados por um minúsculo computador, acoplado à cadeira. As expressões são transformadas em comandos de controle, como ir para frente, para trás, girar para a esquerda e para a direita.
Neste momento, 60 tetraplégicos, portadores de esclerose lateral amiotrófica (ELA), ou com sequelas de AVC nos EUA, entre outros, estão usando um protótipo do sistema, a um custo de US$ 300 por mês, para subsidiar a pesquisa. Ainda não há previsão de comercialização no Brasil.
Fonte: Agência Fapesp
Linfoma raro é vinculado a implantes mamários
A Food and Drug Administration (FDA) enviou, no início de fevereiro, um comunicado a médicos de família, enfermeiros e outros membros das equipes de saúde nos EUA alertando sobre uma forma rara de linfoma que acomete pessoas com implantes mamários. Antes, a agência do governo só havia feito alertas do tipo a cirurgiões plásticos.
Segundo a FDA, não se trata propriamente de um câncer de mama, mas um tipo de linfoma não-Hodgkin que cresce lentamente, o linfoma anaplásico de células gigantes ou BIA-ALCL, encontrado, em geral, no fluido próximo ao implante. Mas, em alguns casos, pode se espalhar por todo o corpo.
Desde 2011 a Agência identificou associação entre implantes mamários e tumor BIA-ALCL, confirmada oficialmente apenas em 2017. Estima-se a ocorrência de 457 casos, com a morte de nove pacientes. Porém, dados exatos são difíceis de serem obtidos pelas limitações de notificação em nível mundial e falta de dados globais sobre venda de próteses.
A literatura atual relatou várias estimativas de que o BIA-ALCL pode se desenvolver em 1 entre 3.817 a 30.000 mulheres com implantes mamários texturizados, sendo muito mais raros em próteses lisas.
De acordo com a FDA, o BIA-ALCL foi mais frequente em pacientes submetidos a operações de revisão de implante com seroma de início tardio e persistente, e sintomas como dor, nódulos, inchaço e/ou assimetria mamária. O tratamento, em geral, inicia-se com a remoção das próteses. Porém, a retirada profilática em pacientes sem sinais ou sintomas não é recomendada.
Painel
Para avaliar o verdadeiro espectro do problema, a FDA realizou audiência pública no final de março, durante encontro sobre instrumentos em cirurgia geral e plástica. Na ocasião, representantes do painel consultivo estabelecido pela agência e de usuários das próteses propuseram “uma abordagem abrangente e obrigatória para coletar dados de eventos adversos dos implantes”.
Tais dados adicionais poderiam oferecer informações mais completas durante o processo de consentimento livre e esclarecido para implantes mamários, além de potencialmente validar uma nova síndrome, inicialmente chamada de “doença do implante mamário” , ou Breast Implant Illness (BII).
Fontes: ABC News, Hematology News e site da FDA