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EDITORIAL
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ENTREVISTA
Esmeralda Ortiz


CRÔNICA
Ruy Castro*


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Entre Paris e a roça


CONJUNTURA
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POLÍTICA DE SAÚDE
Crise de Identidade na Saúde


EM FOCO
Arte nos hospitais


HISTÓRIA DA MEDICINA
A globalização das epidemias


CULTURA
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LIVRO DE CABECEIRA
Moacyr Scliar e Renato Nalini


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São Francisco do Sul


CARTAS & NOTAS
Destaque para nova gestão Cremesp e referências bibliográficas consultadas


CREMESP EM FOCO
Flamínio Fávero


POESIA
Trecho de "A Máquina Fotográfica"


GALERIA DE FOTOS


Edição 25 - Outubro/Novembro/Dezembro de 2003

ENTREVISTA

Esmeralda Ortiz

O Brilho de Esmeralda

"Eu queria matar pássaro por pássaro, porque os pássaros proclamam um novo dia, mais um dia que eu estava me matando."
 
Quando concedeu esta entrevista, Esmeralda do Carmo Ortiz estava lendo "O Diário de Anne Frank", a menina de classe média que vivia bem até a II Guerra Mundial transformar sua infância num pesadelo. Para sobreviver, a família de Anne enclausurou-se  num cubículo, até ser descoberta e levada ao inferno pelos alemães. Poucas semanas antes da liberação da Alemanha, Anne morreu de tifo num campo de concentração nazista. No local, milhares de pessoas morriam diariamente, de fome, frio ou doenças. Esmeralda é Anne Frank invertida. Viveu um pesadelo na infância. Foi vítima de abuso sexual e maus tratos dentro de sua própria casa. Fugiu em busca de liberdade, para sobreviver numa corda bamba. Depois de uma década morando na rua e várias passagens pela Febem, escapou viva da guerra civil que assola a vida dos excluídos do país. Hoje, aos 24 e com algumas oportunidades, esforça-se para que seus sonhos de infância se tornem realidade. Autora dos livros "Por que eu não dancei" e "Diário da rua", também trabalha no Projeto Cidade Aprendiz, bairro-escola fundado e dirigido pelo jornalista Gilberto Dimenstein. Em conjunto com Ongs e instituições de ensino públicas e privadas, o Aprendiz desenvolve atividades educacionais em praças, ateliês, lojas, livrarias, oficinas, estúdios, becos e cafés, com o objetivo de integrar escola e comunidade. No Projeto, Esmeralda dá curso de mosaico para jovens. Por acaso, herdou da avó o nome de jóia e de pedra resistente.

SER MÉDICO. Com quantos anos você saiu de casa?
ESMERALDA. Com 8 anos. Na verdade, eu já fugia de casa antes, saia para brincar, pedir dinheiro para comprar material escolar ou nadar no chafariz da Praça da Sé. A rua sempre me encantou. Por causa da desigualdade social e da desestrutura familiar muito grande, fantasiei que a rua era a melhor alternativa para eu ter uma vida mais livre dos abusos sexuais, dos espancamentos, da família. Desde os cinco anos já usava a rua como espaço de lazer. Onde eu morava, a Favela do Pó, na Vila Penteado, não tinha nenhuma estrutura de educação e de lazer. Na periferia, eu tinha três opções: o boteco, a boca e a igreja.
  
SER. Quantos irmãos você tem?
ESMERALDA. Tenho três. Tinha sete, mas morreram quatro. Eu era a penúltima, agora sou a última.

SER. E a sua mãe?
ESMERALDA. Minha mãe morreu muito nova, por causa do álcool, mas ela tentou criar a gente, apesar da pinga já ter dominado sua vida. Ela bebia muito e maltratava todos nós. No fundo, no fundo, ela gostava da gente, só que era fraca por causa do álcool.

SER. E o seu pai?
ESMERALDA. Eu não tive pai, entendeu? Eu era criada pela minha mãe e o meu padrasto foi morar lá em casa. Não fui criada por ele. Para mim, a imagem de pai é muito negativa, é uma coisa que não conheço, é uma coisa meio distante.

SER. Depois você foi para a Febem. Como isso aconteceu?
ESMERALDA. Da primeira vez, eu fui para a Febem porque estava dormindo na rua. Lá, eu sofri maus tratos, apanhei prá caramba, convivia com pessoas que tinham problemas mentais. As meninas faziam cocô, depois comiam ou jogavam na nossa cara. As grandes batiam nas pequenas, a gente apanhava quase que o dia inteiro. Os monitores humilhavam e batiam também. Tinha neném abandonado que ia para lá.

SER. Havia alguma estrutura médica para atender as pessoas?
ESMERALDA. Não. Tinha uma enfermaria, toda unidade da Febem tem. Só que era o enfermeiro que atendia a gente. Havia muitas meninas com HIV, em fase terminal, sífilis, hemorróida e problemas mentais. Muitas meninas grávidas apanhavam e perdiam o filho lá dentro. Outras chegavam na Febem queimadas, maltratadas pela mãe ou vítimas de abuso sexual. Lá não tinha psicólogos ou médicos. O pessoal olhava para a nossa cara e os que eles achavam que eram bons, mandavam por no relatório para o juiz. Na minha época, em 1989, a Febem era muito deprimente.

SER. Você voltou a visitar a Febem depois disso? Mudou alguma coisa?
ESMERALDA. Eu dou palestras e, então, vou para algumas unidades. Não muda nada, não é? Os monitores falam: a Febem não é mais do jeito que era quando você estava aqui... Mas os internos falam outra coisa. Até hoje eles não têm uma estrutura educacional, ocupacional, uma pedagogia voltada para a educação. Se fosse bom, ninguém estaria na rua, todo mundo ia querer morar na Febem.

SER. Você foi dependente do crack?
ESMERALDA. Eu fui uma escrava. Comecei a usar drogas muito pequena. Minha família toda bebia. Minha avó bebia, molhava o meu dedo na pinga e passava na minha boca, dava um golinho para eu não ficar com vontade. Depois, eu bebia uma garrafa de pinga com minha amiga, brincando de ser igual à minha mãe, entendeu? Com cinco anos, por aí, eu já fugia de casa e comecei a cheirar cola, esmalte, tinta, farinha, fumar maconha, sempre buscando uma nova droga. Na verdade, eu usava droga buscando algo. Cada vez que eu entrava em uma, era porta para outra. Cada vez que eu usava, o buraco crescia mais e aquela substância não preenchia. Com 11 anos eu comecei a fumar o crack e fui até quase aos 19 anos. Foi muito difícil, porque eu vi vários amigos meus morrerem de overdose; mãe passando neném na seda, para trocar por droga...
 
SER. Viu o quê?
ESMERALDA. Passando na seda, para trocar por droga. Vi meus amigos, um matando o outro por causa de um biricutico, que é um pedaço de crack. Quando tinha droga, eu era o sangue "b", bam bam bam, mas quando não tinha eu era a zica, trombadinha. Quando estava mal, querendo desabafar com alguém, só conseguia se desse um biricutico para algum nóia me ouvir. Eu pegava droga para vender e descabelava tudo, fui me destruindo no crack.

SER. Como foi a sua relação com os traficantes?
ESMERALDA. Nem era traficante.Traficante é o poderoso. As pessoas que dão droga para vender, são tudo um bando de aviãozinho. Ninguém ali é o chefão. A gente denominava assim porque era o cara que tinha mais poder que a gente. A minha relação com os traficantes era uma coisa assim: eles confiavam em mim e me davam droga para vender. Como eu fumava, descabelava tudo, colava um monte de nóia. Eu fazia presença para um, vendia "no f" para outro. Aí colava um e eu queria ter a aceitação dele, ficava sempre rodeada de nóia. Como eu tinha mais de 500 papelotes, achava que nunca ia acabar, fumava um, abria outro. Depois, no final do dia, não tinha mais nada. Aí, não tinha mais ninguém do meu lado. Os nóias todos caíam fora. Os meus amigos, que me chamavam de sangue "b" e poderosa, depois iam lá no traficante falar: a Esmeralda descabelou não sei quantos papelotes de crack, vendeu "no f" para um, fez presença para outro, se você me der um biricutico eu te falo onde ela está... Então, fui vendo que aquilo não era para mim. Eu passava dois mil reais por dia em crack. Depois ia roubando que nem uma desesperada.

SER. Você roubava para pagar a dívida do crack? 
ESMERALDA. Eu ia roubar no outro dia. Quando a gente rouba, nunca sabe o quanto que vai catar, não é? Porque roubo é sorte.

SER. O que você roubava?
ESMERALDA. Tudo. Roubava pessoas; fazia saída de banco-57. Com arma, sem arma. Eu tinha uma turma e o que a gente mais fazia era roubar loja à noite. Então a gente estourava a boa, entendeu? Foi aí que comecei a perceber que aquilo ali não era para mim. Cinco horas da manhã, os passarinhos cantando e eu me matando. Batia o medo e a solidão. Eu queria matar pássaro por pássaro, porque os pássaros proclamam um novo dia, mais um dia que eu estava me matando.

SER. Então,  você foi para o Projeto Travessia?
ESMERALDA. Antes do Travessia, participei de vários projetos que trabalham com meninos de rua. Mas em época de eleição, todo mundo é futuro do Brasil. Depois que passa a eleição você vira marginal sem ser. Em época de eleição, o que mais aparecia na rua era projeto social. A gente criava vínculos, mas o projeto fechava. Aí, a gente ia para a rua de novo. Eu estava desacreditada que ia aparecer um projeto em que eu ia trabalhar... Um dia apareceu o pessoal do Travessia. Eu acreditei porque eles não me prometeram nada, só falaram que juntos poderíamos tentar modificar a situação. Era diferente do projeto que fala: olha, nós vamos tirar você da rua, tal e tal. Eles foram perseverantes, foram atrás de mim várias vezes na rua, tentando me tirar de lá. No Travessia, eu fazia reforço escolar de dia, no final da tarde ia para o Projeto Quixote, que tem programa associado com a Escola Paulista de Medicina. Lá eu fazia terapia, atividades ocupacionais e tinha acompanhamento médico e psiquiátrico para me desvincular das drogas.

SER. E foi lá que você começou a escrever?
ESMERALDA. Lá também. No Projeto Quixote, os educadores e o meu psicólogo me incentivaram a escrever. Eu gostava de escrever poesia. O meu primeiro livro, que se chama Expressões Poéticas, é resultado das oficinas que tive com a professora Bel... O Quixote patrocinou a impressão de 30 livros. Acho que isso foi em 98. Na época eu participava do Quixote e do Travessia. Depois eu comecei a trabalhar.

SER. Qual foi o seu primeiro trabalho?
ESMERALDA. O primeiro foi no escritório de um museólogo chamado Júlio Abe, onde eu fazia brinde para o Museu do Bexiga. Eu recebia um salário mínimo, 130 reais. Eu também fazia produção e reportagem para o Programa Novolhar (oficinas de trabalho e capacitação profissional para menores carentes e ex-meninos de rua. Os alunos produzem documentários, vídeos institucionais e educativos). O Travessia pagava a pensão para mim. Depois, tive que sair do Júlio Abc e fui trabalhar como doméstica em um ateliê de jóias, na Vila Madalena. Eu fazia a limpeza e aprendia a polir jóias. Nessa época, eu já pagava uma pensão. Recebia 150 reais e pagava 130 de pensão. Morava em Santana, estudava na Cachoeirinha, fazia curso no Quixote, que é em Santa Cruz, atividade no Travessia e outro curso lá na avenida Tiradentes. Não recebia alimentação nem transporte, só 150 reais.

SER. E como você conseguia sobreviver?
ESMERALDA. Passava fome, frio, várias necessidades. Eu me virava, queria estudar. Passava por baixo da catraca do ônibus para ir à escola. O Travessia me dava passe, mas não supria todas as atividades que eu fazia. Eles só davam passe para eu ir à escola. Eu pegava quatro ônibus, mas inventei que pegava oito. No começo eles deram, mas, depois, desconfiados, voltaram a dar só para eu ir à escola. Eu ia trabalhar, pedia 50 centavos emprestado e comprava um miojo. Na escola, às vezes, arrumava 30 centavos e comprava duas esfihas.

SER. Como você veio para o Projeto Aprendiz?
ESMERALDA. Através do vice-presidente do BankBoston, o Alex Zorning, e da Laura, do Travessia. Eles me arrumaram emprego aqui no Aprendiz. Foi quando conheci o Gilberto Dimenstein. Vim trabalhar aqui porque gostei do projeto, que investe em educação. Eu queria estudar e estava fazendo muito esforço para isso. Com meu primeiro salário, aluguei um quartinho para morar.

SER. Hoje você ganha o suficiente para manter uma casa?
ESMERALDA. Aqui, como registrada, recebo 400 reais.

SER. E o seu livro, que já está na oitava edição?
ESMERALDA. Livro você ganha 10% de cada exemplar vendido. De cada livro vendido, a 16 reais, eu ganho R$ 1,50. Vai dando uma ajuda, mas faço várias coisas: trabalho aqui, escrevo, dou palestra. Não nasci em berço de ouro. Ainda estou numa fase de conquista. Não fico na expectativa do livro, porque venda de livro é vulnerável. Infelizmente, no nosso país não se valoriza o autor. Eu, por sorte, recebo 10%, mas tem gente que escreve só para expressar a idéia e não ganha nada. As pessoas me vêem hoje e acham que estou rica. Estou batalhando. Sou um piolho como qualquer outra pessoa que acorda cedo para poder se sustentar, porque enjoei dessa vidinha de ficar roubando, indo para a Febem e para a cadeia. Quero construir algo meu. Conquistar.

SER. Como foi o processo de gestação do livro?
ESMERALDA. Eu que tive a idéia de escrever um livro. Como o Gilberto trabalha aqui e é escritor, pedi para ele me ajudar a escrever um livro sobre a minha vida. Tinha preguiça de escrever, porque tem toda uma regra para fazer isso. Ele gostou da idéia e me ajudou a escrever. A gente gravava entrevistas, o Gilberto me entrevistava. Às vezes, uma professora de português ia ajudando a montar o texto sobre a minha vida. Eu saía com uma repórter na rua, entrevistando pessoas que em algum momento moraram comigo na rua, traficantes, presidiários, policiais, pessoas que eu roubei... Eu queria conhecer o olhar delas. Resumindo tudo, eu não dancei porque descobri o amor pela vida, entendeu?

SER. E a vida depois do livro?
ESMERALDA. Continuei estudando; terminei o colegial e entrei na faculdade. Passei no vestibular! Por último, mas passei. O Gilberto fez uma matéria na "Folha de São Paulo", sobre minha entrada na faculdade e, então, o reitor me ofereceu uma bolsa. Depois, o dono da Livraria Cortez me ofereceu quatro anos de livros. Várias coisas foram acontecendo. Mas as pessoas são muito hipócritas. As pessoas vêem que você escreveu um livro, e dizem: o Gilberto te deu isto... O Gilberto não me deu nada. O Gilberto, o pessoal do Travessia, do Quixote e do Aprendiz me deram uma vara, quem está pescando sou eu!

Quem tem de acordar cedo para vir trabalhar sou eu. Quem teve de contrariar todas as estatísticas para entrar na faculdade fui eu. O Gilberto só está me dando uma força. Não significa que ele não esteja me ajudando. Toda vez que me dá uma vara, ele fala: olha, ali tem um rio e você tem de pescar. Não importa se está chovendo, se está frio, se tem maremoto, se o barco está estragado. Eu te dou a vara, mas você vai pescar. E eu estou aí, contrariando as estatísticas. Não estou rica e também não peço isso a Deus. Se ficar muito rica, esqueço que tenho um Deus. E se ficar pobre demais, fico revoltada. Quero ficar estável. Hoje eu não sou mais uma nóia, uma zica. Junto com a Heloisa Pietro, escrevi outro livro, que se chama Diário de Rua.

SER. O segundo livro foi mais fácil de escrever?
ESMERALDA. O primeiro foi a minha história de vida. Alguém tem de cutucar para você se soltar. Se eu contasse a minha história sozinha, sairia do jeito que estou contando aqui, mas se alguém me direcionar é diferente. Esse último, não. Eu peguei um caderno e fui escrevendo. Escrevi tudo, depois passei para o computador e mandei para a Heloisa. Aí, a Heloisa e o Gilberto deram a idéia de transformar a história em um diário, de segunda a domingo. Ela fez um roteiro assim: segunda-feira você fala das brincadeiras de pega-pega, terça-feira de seus amigos, quarta... E o resto eu fui fazendo.

SER. É difícil ficar mexendo no seu passado o tempo todo?
ESMERALDA. Mexe um pouco. Uma vez o Gilberto deu uma palestra e citou a frase de um filósofo, que nem sei o nome, que para você saber para onde vai, tem que saber de onde vem. É como um arco e flecha. Antes de você dar um grande salto, tem que voltar, puxar e depois soltar. Só assim você vai numa direção. O Gilberto foi muito amigo, sabe? Para poder escrever comigo a minha biografia, ele se fez um personagem da minha história. Apesar de o Gilberto ser o chefe aqui, meu relacionamento com ele é de pai e filho, um respeita o outro, como profissionais e como amigos.

SER. Ele te indica leitura?
ESMERALDA. Até demais. O Gilberto enche o saco. Ele dá os resumos dele para eu ler. Eu gosto dos livros dele. Ele sempre escreve matéria sobre mim. Ele me dá livros de português, gramática. Eu odeio gramática, mas ele diz que eu tenho de aprender a falar e a escrever. Se eu falar "mim fazer", ele tem um ataque. Ele me deu um dicionário enorme de presente de aniversário.

SER. E de literatura, o que você leu ultimamente?
ESMERALDA. Li uma parte do Diário de Anne Frank, que foi indicado pelo Gilberto. O último que li foi "Eu, Malika Oufkir, prisioneira do Rei" (marroquina que viveu 20 anos enclausurada).

SER. Sobra tempo para o lazer?
ESMERALDA. É difícil, mas às vezes vou para o sambão ou ao cinema com o meu namorado. Teatro faz tempo que não vou. Às vezes visito meus amigos. Antigamente saia mais. Agora estou mais caseira. Quando não estou na casa da sogra, es-tou na minha casa.Viajo só quando dou palestra. Quando não tem, não vou não.

SER. Você está namorando faz tempo? Pensa em casar e ter filhos?
ESMERALDA. Estou namorando há dois anos, mas acho que é muito cedo para pensar em casar. Filhos, não sei não, viu? Tenho um cachorro que não me deixa dormir. Nossa, como ele é chato! Tenho uma vida normal. Namoro, saio, paquero, só não uso droga. As pessoas denominam como droga o álcool, a maconha, a cocaína, mas a maior droga que existe é a sociedade que, às vezes, empurra a gente para isso.

SER. O seu livro "Por que eu não dancei" vai virar um filme?
ESMERALDA. Sim, já tem contrato assinado e tudo. A gente está correndo atrás de patrocínio. Acho que conseguimos uma parte com o BankBoston. O roteirista é o Fernando Bonassi, e tem ainda o Marçal Aquino e o Victor Navas. O diretor é o Jeremias Moreira.

Glossário

Fazer presença
- fazer um agrado, dar droga de graça
Passar nenén na seda - trocar criança por droga
Sangue "b" - pessoa legal
Bam bam bam - pessoa poderosa
Zica - pessoa que traz azar
Nóia - pessoa desesperada pela droga
Descabelar - consumir tudo
Vender "no f" - vender fiado 
Fazer saída de banco-57 - assalto à mão armada
Estourar a boa - conseguir muito dinheiro

*Esmeralda do Carmo Ortiz, é autora dos livros "Por que eu não Dancei" (Editora Senac) e "Diário da Rua" (Editora Salamandra).


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