Consulta nº 197.892/20
Assunto: Sobre a possibilidade de um profissional da enfermagem realizar as manobras de Dix-Hallpike e Epley.
Relatores: Conselheira Regina Maria Marquezini Chammes e Dr. Ektor Tsuneo Onishi, Membro da Câmara Técnica de Otorrinolaringologia.
Ementa: A manobra de Hallpike é um procedimento diagnóstico, sendo, portanto, ato privativo do médico, previsto na Lei nº 12.842/2013. A manobra de Epley é um procedimento terapêutico que não está isento de complicações, e nesse caso o médico é o profissional mais capacitado para reconhecê-las e tratá-las.
A consulente, Dra. R.M.M.C., solicita parecer do CREMESP sobre a possibilidade de um profissional da enfermagem realizar as manobras de Dix-Hallpike e Epley.
PARECER
Para o diagnóstico da Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) entende-se necessária uma consulta médica e a realização de exame físico específico, além de exame médico geral e neurológico, que possam identificar importantes diagnósticos diferenciais.
A manobra de Dix-Hallpike faz parte do arsenal propedêutico para o diagnóstico das doenças vestibulares, assim como a pesquisa do nistagmo espontâneo, semi espontâneo, teste do impulso da cabeça e as manobras de avaliação de tronco encefálico e cerebelo, já que outras doenças podem se apresentar com quadro clínico semelhante ao da VPPB. Sua execução não é isenta de complicações, tendo inclusive contraindicações clínicas. A correta interpretação do seu resultado é de suma importância para que se chegue a um diagnóstico topográfico exato de lateralidade e canal semicircular acometido e, consequentemente, seja indicada a manobra mais adequada para a terapêutica.
Diferentemente do que foi ressaltado no parecer COREN-SP 031/2019, a manobra de Dix-Hallpike é um procedimento diagnóstico, sendo, portanto, ato privativo do médico (Lei nº 12.842/2013).
A manobra de Epley é um procedimento terapêutico indicado para o tratamento da VPPB do canal semicircular posterior. Existem outras manobras que podem ser aplicadas, quando do acometimento de outros canais semicirculares. Nenhuma manobra é isenta de complicações. O tipo mais adequado deve ser escolhido e realizado pelo médico, que é o profissional capacitado para reconhecer e tratar as suas possíveis complicações.
Este é o nosso parecer, s.m.j.
Conselheira Regina Maria Marquezini Chammes
APROVADO NA REUNIÃO DA CÂMARA TÉCNICA DE OTORRINOLARINGOLOGIA, REALIZADA EM 15.01.2021
APROVADO NA REUNIÃO DA CÂMARA DE CONSULTAS, REALIZADA EM 05.03.2021
HOMOLOGADO NA 5.007ª REUNIÃO PLENÁRIA, REALIZADA EM 11.03.2021
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