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07-01-2017 |
Urgência e Emergência |
Cremesp fiscalizará hospitais públicos e filantrópicos da Capital após detectar graves problemas no atendimento |
Pacientes em estado grave podem esperar até dois dias por leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em hospitais públicos municipais, estaduais, filantrópicos e autarquias da Capital paulista. Após essas e outras graves constatações sobre as condições de atendimento, detectadas em levantamento inédito realizado com diretores clínicos de 17 hospitais públicos e filantrópicos da cidade de São Paulo que atendem o SUS, o Cremesp irá realizar uma rigorosa fiscalização nessas instituições. Mauro Aranha, presidente do Cremesp, solicitou a participação do Ministério Público no acompanhamento do caso e também na elaboração das tratativas necessárias para garantir a segurança nos serviços de saúde prestados à população. Durante a reunião com os diretores clínicos, no dia 12 de dezembro, com a presença do promotor Arthur Pinto Filho, foram avaliados os possíveis desdobramentos do relatório. Na ocasião, Aranha e Arthur Filho decidiram promover uma reunião com representantes das secretarias estadual e municipal da Saúde, além de instituições da área da Saúde, para discutir soluções aos problemas relatados. “Com o mapeamento da situação dos hospitais, o Cremesp tenta auxiliar o trabalho dos diretores clínicos, contribuindo para a solução das dificuldades da saúde pública, também observadas no restante do Estado de São Paulo”, afirma Aranha. Resultados O levantamento feito junto às unidades hospitalares (veja lista dos participantes abaixo) apontou, também, o contingenciamento de leitos, insumos e serviços, elevando o risco de cometimento de infrações éticas por médicos e equipes de saúde. Subfinanciamento Gonzalo Vecina, docente da Faculdade de Saúde Pública da FMUSP, concorda com Wagner. Mas afirma que o atendimento de urgência e emergência e de transporte do SAMU, apesar de ser bom, tem uma demanda superior ao que seria adequado, principalmente em relação às necessidades de leitos em pronto-socorro. “No entanto, o problema mais grave para a Saúde na Capital é a fase seguinte, de pós-atendimento, quando os pacientes precisam ficar em corredores ou aguardam leitos de UTI ou para o centro cirúrgico”, afirma. Para ele, o caminho seria uma melhor integração entre a estrutura do município e do Estado de São Paulo, capaz de oferecer um único direcionamento para o mesmo paciente nas duas redes, ou seja, uma regulação única para adequar o acesso à demanda. Ele também considera fundamental investir na criação de centros hospitalares em localidades onde existe essa necessidade, como Parelheiros, Brasilândia e no extremo da Zona Leste. Cremesp encaminha relatórios aos secretários de saúde O estudo foi apresentado por Aranha durante reunião com o secretário municipal da Saúde de São Paulo, Alexandre Padilha. O relatório será encaminhado, ainda, ao secretário estadual de Saúde de São Paulo, David Uip. Padilha tomou conhecimento das dificuldades levantadas pelos diretores clínicos e afirmou que vai repassá-las à equipe do prefeito eleito, que assume em 2017. “Há questões estruturais da Saúde na cidade de São Paulo, que ficou dez anos sem abrir um hospital municipal e possui déficit de mil leitos”, disse. Na atual gestão, informou que estão sendo abertos os hospitais Vila Santa Catarina e Parelheiros, ainda em construção, além de reforma em mais quatro. Com eles, a intenção é reativar 500 leitos. O secretário destacou ainda a abertura de vagas de Hospital Dia dentro de hospitais gerais, evitando a disputa com o atendimento de urgência e emergência. “Isso fez com que saíssemos de 5,5 mil cirurgias eletivas por mês, em 2012, para 9 mil, em 2016”, afirmou. Principais dificuldades encontradas nas urgências Hospitais participantes do levantamento realizado pelo Cremesp Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Hospital Santa Marcelina, Conjunto Hospitalar do Mandaqui, Hospital Central da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Hospital do Servidor Público Estadual Francisco Morato de Oliveira, Hospital do Servidor Público Municipal, Hospital Geral de Taipas, Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha Dr. Álvaro Simões de Souza, Hospital Ipiranga, Hospital Municipal Dr. Arthur Ribeiro Saboya, Hospital Municipal de Campo Limpo Dr. Fernando Mauro Pires da Rocha, Hospital Municipal Professor Waldomiro de Paula, Hospital São Paulo – Unifesp, Hospital Universitário da USP, Hospital Municipal Professor Dr. Alípio Correa Neto e Hospital Regional Sul, Hospital Geral da Vila Penteado Dr. José Pangella. Fonte: Cremesp A tabulação realizada não identifica especificamente os hospitais para preservar o sigilo das instituições, uma vez que o intuito do Cremesp é a melhoria da saúde pública como um todo. |