Cerimônia

Conselho homenageia médicos pela dedicação e serviços prestados à saúde

O presidente saúda  homenageados do Cremesp na abertura da solenidade 

Os médicos Linamara Rizzo Battistella, Arary da Cruz Tiriba, Domingo Marcolino Braile e José da Silva Guedes, que se destacaram na Medicina, ultrapassando seu campo de atuação e levando benefícios à sociedade, foram homenageados pelo Cremesp, no dia 20 de dezembro, durante sessão plenária especial na sede Luís Coelho.  “Esses profissionais têm a promessa da Casa de que a luta deles não terá sido em vão. Somos todos guerreiros do SUS”, disse Mauro Aranha, presidente do Cremesp, saudando os homenageados.

Os conselheiros do Cremesp ofereceram certificado de mérito a cada um dos profissionais “pelo profissionalismo e pelos relevantes serviços prestados à sociedade, marcados pela dedicação e princípios éticos com que contribuíram para elevar o prestígio e a dignidade da prática médica”.

A secretária Linamara Batistella e  o conselheiro Reinaldo Ayer

Homenageados
A secretária de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo, Linamara Battistella, que dedicou sua carreira às pessoas com deficiência, foi a primeira professora que teve título de fisiatria na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), o que se repetiu na livre docência, tendo sido presidente do Instituto de Medicina Física e de Reabilitação (IMRea) da mesma instituição. “Linamara tem um histórico de luta ativa pelas políticas públicas para pessoas com deficiência, que correspondem a 45 milhões de brasileiros. E, mesmo no cargo de secretária de Estado, ainda dá aula na graduação e pós-graduação e realiza visita a pacientes”, comentou Reinaldo Ayer, conselheiro do Cremesp e também professor da FMUSP.  Linamara afirmou que o apoio do Cremesp tem sido fundamental para ajudá-la a construir caminhos diferenciados nas políticas para as pessoas com deficiência.  “Os médicos são locomotivas das mudanças sociais e nosso compromisso é celebrar a vida com qualidade. E quando tratamos melhor pessoas com deficiência, melhoramos a assistência em geral”, disse.
 

Arary da Cruz Tiriba, da primeira turma de Medicina Tropicalista recebe a homanagem 

Integrante da primeira turma de Medicina Tropicalista da FMUSP, Arary da Cruz Tiriba tornou-se sanitarista e administrador hospitalar pela USP. Foi diretor do Hospital Emílio Ribas, professor titular da Escola Paulista de Medicina (EPM-Unifesp), onde é chefe da pós e da graduação em doenças infecciosas e parasitárias, aos 91 anos de idade. Como pioneiro da Medicina Tropicalista, dentro e fora do Brasil, atuou de forma decisiva no enfrentamento da febre tifoide, em 1972, inclusive no Vale do Ribeira (SP), em 1975. Dirigiu o Hospital de Emergência de Itanhaém e o Instituto Pasteur. Tiriba credita sua formação a aqueles que o precederam e transmitiram experiências, como os profs. drs. Leopoldo Augusto Ayrosa Galvão, que o iniciou na realização de levantamentos epidemiológicos das circunstâncias que agravam as doenças; Jairo Ramos, que o induziu a escrever; e Luiz Pereira Barreto, que “lia” os sintomas na fisionomia do paciente. “Continuo ensinando e aprendendo. No entanto, não podemos ser somente médicos, mas companheiros da saúde pública”, afirmou.
 

Domingos Marcolino Braile e o coordenador da Fiscalização, Pedro Teixeira

Na apresentação do currículo de Domingos Marcolino Braile, o conselheiro responsável pela Delegacia de São José do Rio Preto do Cremesp, Pedro Teixeira, afirmou que o homenageado é discípulo e colega do prof. Euryclídes de Jesus Zerbini. Braile é professor e livre docente de cirurgia cardiovascular em diversas escolas, como a Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) e Unicamp, doutor honoris causa de universidades — inclusive internacionais —, implantou centros cirúrgicos e foi preceptor de residentes, tendo realizado mais de 25 mil cirurgias. Em paralelo, criou em sua empresa mais de 470 modelos de produtos da área de cirurgia vascular e tratamento de câncer. Para Braile, “ensinar é um ato de amor e não deve prescindir de orientar”, atividade que ainda realiza com mestrandos e doutorandos, além de participar de bancas da área de cirurgia cardiovascular.

O ex-secretário da Saúde, José da Silva Guedes, e o conselheiro Renato Azevedo

Participante da construção do SUS, José da Silva Guedes formou-se em 1961 na FMUSP, com doutorado em Saúde Pública, além de ter sido secretário municipal da Capital e estadual de Saúde de São Paulo e professor titular de Saúde Pública da Santa Casa. Credita a opção pela Medicina Social por sua origem, de família de trabalhadores, na qual pode observar as necessidades de saúde. “O professor Guedes teve fundamental atuação, no Hospital Emílio Ribas, no tratamento da meningite meningocócica, na década de 1970 no Estado de São Paulo”, lembrou Renato Azevedo, conselheiro do Cremesp. Para Guedes, os médicos devem se organizar e ter sensibilidade para entender o que acontece com a população, insistindo na coletivização do trabalho, que permite transformações. “Com a restrição de investimentos na Saúde, temos que voltar a incrementar a luta pelo SUS, para a população ter o bom atendimento que merece”, conclamou.

Fotos: Osmar Bustos