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27-09-2016 |
Juquery |
Presidente do Cremesp visita centenário complexo hospitalar que está em processo de desativação em SP |
O presidente do Cremesp, Mauro Gomes Aranha, visitou em 14/09 o Complexo Hospitalar do Juquery, centenária instituição que faz parte da história da psiquiatria do País, localizada no município de Franco da Rocha. Fundado em 1898, inicialmente como Asilo de Alienados e Hospital Colônia, chegou a ter mais de 14 mil internos no passado, mas atualmente tem apenas 119 pacientes nessa condição. Em 118 anos de história, o Juquery passou e continua passando por mudanças, tanto estrutural quanto assistencial, sendo alvo de debates durante todo o transcurso. O atendimento a pacientes internados está em processo de desativação, com poucas unidades e equipes em atividade. “Atualmente, o Juquery funciona mais como uma instituição de abrigamento”, afirmou a psiquiatra Maria Alice Scardoelli, coordenadora de saúde mental do complexo. Além de Maria Alice, Mauro Aranha foi recebido pelo diretor de projetos e acervo Pier Paolo Bertuzzi Pizzolato. A visita também foi acompanhada pela jornalista e educadora Regiane Mendes, assessora técnica da Secretaria Municipal de Educação de Franco da Rocha que desenvolve pesquisa sobre Osório César, médico que trabalhou no Juquery entre 1925 e 1955. O presidente do Cremesp conheceu as unidades de atendimento aos pacientes ainda internados, ocasião em que conversou com alguns deles. A grande maioria é idosa, remanescente do período anterior à luta antimanicomial, iniciada no final da década de 70 pela mobilização dos profissionais de saúde mental e que culminou na Lei da Reforma Psiquiátrica (10.216/2011). De acordo com Maria Alice, esses pacientes não puderam ser reinseridos socialmente devido à ausência de familiares e, em muitos casos, por serem doentes crônicos que não dispõem de retaguarda adequada em outros serviços. Museu Osório César A visita incluiu, também, o Museu Osório César, que integra o complexo. Médico anatomopatologista com formação em psicanálise na Europa, Osório César foi um influente crítico de arte, precursor dos estudos sobre arte e loucura no País, fundador e primeiro diretor da Escola Livre de Artes Plásticas, que funcionou no Juquery entre 1956 e 1970. Nesse percurso, Aranha também foi acompanhado pelo diretor técnico Glalco Cyriaco que mostrou o que restou do conjunto de obras de arte feitas por pacientes e colaboradores da Escola de Artes. O acervo do museu é ainda constituído de documentações médicas e peças anatômicas como órgãos e ossos. O presidente do Cremesp examinou alguns prontuários, dentre eles o da primeira paciente internada na instituição. “Além da abrangência cultural, a documentação do museu é representativa do ideário da psiquiatria brasileira em diferentes períodos da história”, comentou Aranha. “Os registros e o conjunto arquitetônico do Juquery permitem acompanhar a história da política assistencial, das classificações diagnósticas e indicações terapêuticas em saúde mental”, completou. Aranha conheceu também alguns prédios desativados e parcialmente ativos da antiga instituição. O extenso conjunto arquitetônico do Juquery é composto por quase cem edificações, construídas em diferentes períodos, que incluem vila de médicos, colônias e pavilhões de trabalho, entre outros. A maior parte do que foi o complexo ainda é propriedade do Estado, mas sua administração atualmente está dividida em um xadrez difuso entre as secretarias da Saúde, Meio Ambiente, Justiça e Segurança Pública. Na mesma área em que foi instalado o Parque Estadual do Juquery, em 1993, como reserva ambiental para fins científicos, culturais, educativos e recreativos, também, foram edificados conjuntos do sistema prisional, como o Centro de Detenção Provisória e a Fundação Centro de Atendimento Socioeducativo ao Adolescente – Fundação Casa, entre outros. Na próxima edição da Revista Ser Médico será publicada uma matéria ampliada sobre o Complexo Hospitalar do Juquery. Fotos: Osmar Bustos |