Em greve desde o dia 30 de maio, médicos do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP) reivindicam mais contratações de médicos para repor demissões e desfalques de profissionais, e protestam contra o projeto da reitoria de desmantelamento da unidade, o que inclui a desvinculação do HU da USP. Os médicos reclamam que atualmente a unidade funciona com 40% de leitos a menos, pois não há corpo clínico suficiente para garantir o mínimo atendimento adequado.
Além disso, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) está convocando os médicos do HU para assembleia nesta quarta-feira, 15/06, para um balanço da greve de profissionais da unidade e discussão de outros assuntos inerentes ao tema. A reunião acontece no auditório do HU, às 11h30, em primeira convocação (com quórum de metade mais um dos associados membros do corpo clínico), e às 12h, em segunda, com qualquer número de presentes. O encontro será no auditório do HU, na Av. Prof. Lineu Prestes, 2.565, Butantã, zona oeste da capital paulista.
De acordo com Gerson Salvador, vice-diretor clínico do HU e diretor do Sindicato dos Médicos de São Paulo, a unidade tem um déficit de 43 médicos desde 2014. O que representa queda de 20% no total de 213 cargos. “Temos uma pauta simples: a contratação de profissionais para que o hospital possa atender a população com qualidade e dignidade", afirmou . "Por falta de recursos humanos, temos trabalhado com pacientes aglomerados no Pronto-Socorro e equipes de emergência sem condições de atendimento."
Foram fechados 56 leitos (25% do total) de atendimento. Na UTI, oito acabaram desativados (40% do total), segundo a direção da unidade.
O esvaziamento das equipe começou em 2014, quando a reitoria da USP aprovou um PDV (Plano de Demissão Voluntária) de servidores, como forma de adequar os gastos da universidade com folha de pagamento. Na época também foi proposto um plano de desvinculação do HU da USP. A unidade passaria para o Governo de São Paulo. Mas a transferência está congelada na reitoria.
Mesmo com a greve, os profissionais de saúde do hospital afirmam que todo o serviço de urgência e emergência está mantido, assim como a assistência aos pacientes de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Fonte: Folhapress e Simesp
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