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09-06-2016 |
Fiscalização |
Crimes de Maio serão relembrados em audiência na Câmara Municipal de São Paulo, com participação do Cremesp |
O Cremesp participará de uma audiência pública na Câmara Municipal de São Paulo em que serão relembrados os crimes de Maio, que completaram 10 anos sem punição dos culpados pela chacina que resultou na morte de 564 pessoas, vítimas de armas de fogo, algumas com tiros pelas costas e muitas vezes, no tórax e no crânio. A versão oficial divulgada foi que a organização criminosa PCC se armou e ameaçou a estrutura de segurança pública do Estado. Um grupo liderado por Adriano Diogo, membro da Comissão da Verdade da Prefeitura Municipal de São Paulo, esteve em reunião com o presidente do Cremesp, Mauro Aranha, no dia 9 de junho, para realizar o convite para integrar o evento. O Cremesp, na época sob a presidência de Desiré Callegari, e com o protagonismo do ex-conselheiro Henrique Carlos Gonçalves, teve um papel importante, atuando para garantir a lisura e independência dos médicos legistas no exercício do cargo, que estavam sobrecarregados diante de um número excessivo de corpos, e também para assegurar o sigilo e a guarda do prontuário médico das vítimas, preservando a confiabilidade dos laudos. Em 2007, o Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana (Condepe) lançou a publicação Crimes de Maio, reunindo tabelas, gráficos e as conclusões do trabalho realizado pelo Cremesp. O relatório, elaborado pelo Cremesp, confirmou a veracidade dos laudos, mas não trouxe quaisquer considerações sobre o cenário, as circunstâncias e a autoria dos crimes, nem informações sobre a inserção social das vítimas ou pessoas envolvidas nos conflitos que geraram os óbitos analisados. O documento foi entregue ao Ministério Público, dando uma satisfação à sociedade sobre os laudos feitos pelos legistas. “A investigação do caso pelo Ministério Público é morosa e pouco conclusiva”, afirma Diogo. Para Diogo, sem fazer juízo de valor, o Cremesp reuniu as entidades ligadas aos direitos humanos e expôs à sociedade o que acontecia. “Após 10 anos, já existe uma distância de tempo razoável para a reinterpretação dos fatos. Queremos a participação do Cremesp, que auxiliou no esclarecimento de forma isenta no caso”, diz Diogo. Fotos: Gabriela Miranda |