Devido à violência crescente contra profissionais da saúde, a agência avaliadora da qualidade e segurança em instituições de saúde do mundo, Joint Commission International (JCI), alerta hospitais para o problema.
“Em seu novo manual de padrões de qualidade e segurança, a JCI incluiu um tópico em que hospitais devem identificar e gerenciar eventos sentinela, ou seja, aqueles que não estão relacionados diretamente à doença do paciente. Nesse item, a JCI chama atenção para casos de violência no local de trabalho, quando um profissional de saúde é agredido a ponto de morrer, ter uma lesão grave, uma perda de função ou ser submetido a uma cirurgia”, relata o médico José de Lima Valverde Filho, coordenador de acreditação do Consórcio Brasileiro de Acreditação (CBA), parceiro no Brasil da JCI.
“O CBA e a JCI recomendam, e até exigem de seus hospitais acreditados, que tenham programa de prevenção de violência e de tratamento e terapia para profissionais que tenham sofrido agressão”, complementa Valverde Filho.
O aumento da violência contra profissionais da saúde é um grave problema que deve ser enfrentado. De acordo com dados da pesquisa da Organização Panamericana de Saúde (OPAS), feita com 20 mil profissionais de saúde de países latino-americanos de língua espanhola, 66,7% dos entrevistados sofreram algum tipo de agressão no local de trabalho no ano passado, um aumento considerável frente ao último levantamento (2006), que mostrou que o índice de agressão era de 54,6%.
Campanha contra violência
Dados do Conselho Regional Medicina e do Conselho Regional de Enfermagem, ambos de São Paulo, mostram que 32% dos profissionais de enfermagem já sofreram ou presenciaram algum tipo de violência em seu local de trabalho, sendo 20% de violência física. Cremesp e Coren-SP planejam novas iniciativas para alertar as autoridades de segurança e gestores sobre a necessidade de medidas de conscientização e prevenção serem tomadas imediatamente. A campanha que nesse momento se desenrola tem o slogan “Quando um profissional de saúde é agredido, quem perde é o paciente”. Ocupa espaços publicitários no metrô, rádios da capital e interior; e na internet, em sites, blogs e redes sociais. Além de cartazes em instituições de saúde e distribuição de camisetas, a imprensa realizou diversas matérias alertando a sociedade sobre a situação dos profissionais de saúde agredidos.
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Fonte: Opas/Cremesp
Tags: violência, profissionais da saúde, campanha, enfermagem, médicos, trabalho.
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