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08-03-2016 |
Pesquisa |
Bolsistas de ética médica e bioética apresentam resultados a conselheiros |
Uma “plenária especial”, como definiu o presidente do Cremesp, Bráulio Luna Filho, foi realizada no dia 23 de fevereiro, com a participação dos alunos de Medicina que apresentaram os três melhores trabalhos ao Programa de Bolsas sobre Ética Médica e Bioética – turma de 2015. Temas relativos a problemas éticos envolvendo o combate à dengue em Campinas; assistência religiosa a pacientes psiquiátricos; e ida de jovens médicos à áreas carentes estiveram em pauta. Na abertura dos trabalhos, Luna Filho destacou o fato de este programa, encabeçado pelo conselheiro Reinaldo Ayer de Oliveira, coordenador do Centro de Bioética, ser um dos mais bem sucedidos da Casa, ao incentivar alunos do 1° ao 5° ano de Medicina “a desenvolver e valorizar o enfoque bioético na assistência e ao aproximar o Cremesp e as escolas médicas”. O sucesso desta empreitada foi tão grande, disse, que inspirou outro programa de bolsas, destinado a médicos residentes, cujas inscrições começam a partir de maio. Em sua fala, Reinaldo Ayer ressaltou o “envolvimento dos orientadores” e a “melhoria da qualidade” dos projetos, no decorrer dos 15 anos do programa (do qual participa também Gabriel Oselka que coordenou o Centro por mais de uma década). “Foi difícil de escolher três projetos do ano passado , a serem apresentados a esta plenária. Todos estavam muito bons”, resumiu. Dengue, assistência religiosa e áreas carentes Em O envolvimento do conselho municipal de saúde de Campinas nas ações de combate à dengue sob a ótica da bioética sanitária, Andréa teve como enfoque fato de o município ser o primeiro em registros dos casos da doença no Brasil – em 2014, foram 40 mil e, em 2015, 65 mil – e os dilemas bioéticos protagonizados por lei municipal que permite entrada compulsória nas residências, para verificar prováveis criadouros dos mosquitos. Além desses, pontos foram levados à reflexão: uma lei pode ser usada por prefeitura que não executa controle de focos em áreas municipais? ; é ético o uso de epidemia como forma de marketing político? A pesquisa sobre Posição de pacientes e psiquiatras sobre a assistência religiosa a dependentes químicos durante internação psiquiátrica: estudo sob uma perspectiva bioética, realizada pela estudante Layla, é parte de uma série de outras com temas envolvendo apoio religioso a pacientes psiquiátricos, em especial, usuários de drogas. Em pelo menos dois – inclusive, o dela – foi notado que os pacientes são bem mais receptivos do que seus médicos. “O que gera um terreno propício para conflitos nos atendimentos”. Em Como atrair jovens médicos para áreas carentes? A visão do estudante de Medicina sobre a responsabilidade social do médico e o programa “Mais Médicos" do Governo Federal, o aluno Gabriel identificou decrescência marcante em relação à responsabilidade social dos médicos, isto é, estudantes do ciclo básico de Medicina a defendem muito mais do que os do internato. “No primeiro grupo, 69% dos pesquisados consideram que os jovens médicos devem oferecer contrapartida à sociedade por terem cursado universidade pública, enquanto só 44% dos internos pensam o mesmo”. Na sequência, o evento foi aberto a perguntas da plateia. A conselheira Kátia Burle dos Santos Guimarães, por exemplo, informou sobre pesquisa recente indicando que o “altruísmo” é equivalente entre alunos do 1° e 6° anos das escolas médicas; e Clóvis Constantino, que observou: três leis embasaram os três projetos apresentados. “A Bioética transcende essas questões, mas demonstrou-se que a tendência hoje é ser mais incisiva, do que apenas reflexiva”. Por fim, Bráulio Luna Filho afirmou ser a Bioética uma das únicas possibilidades de intervenção na realidade médica do País. “Entre as especialidades isso é bem mais complicado”. Finalizou elogiando a competência de estudantes e orientadores em desenvolverem trabalhos de tamanha complexidade, em tão pouco tempo. E aconselhou, “não desistam, pois a medicina brasileira só tem a ganhar com olhares críticos de jovens profissionais”. Texto: Centro de Bioética Fotos: Osmar Bustos |