Últimas Notícias
Classificação de doenças
Disponibilização ocorre em várias etapas, e deve valer a partir de 2027
Guarulhos - prerrogativas
Cremesp enfrenta novamente políticos que invadem hospitais e violam prerrogativas médicas e se reúne com médicos para adoção de medidas
Serviços cartoriais
Cremesp leva Unidade Móvel aos médicos dos hospitais de São Paulo
Cerimônia
Cremesp realiza primeira entrega de carteiras médicas em 2025 aos recém-formados
Notícias
07-10-2015 |
Planos de saúde |
Pesquisa Datafolha aponta sérios problemas na assistência aos usuários no Estado de São Paulo |
Pesquisa Datafolha aponta que 84% dos paulistas tiveram pelo menos um problema durante o uso dos serviços junto a planos de saúde nos últimos 24 meses. O levantamento foi realizado entre 30 de julho a 4 de agosto de 2015, tendo como público-alvo 900 entrevistados. Os resultados do estudo – encomendado pela Associação Paulista de Medicina (APM) – foram apresentados neste 1º de outubro, durante coletiva na sede da entidade. O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp) esteve representado pelo conselheiro e 2º tesoureiro, João Ladislau Rosa, e pelo Delegado da Regional Sul, José Carlos Machado Ramos. “Temos assistido a um grande descaso para com o sistema de saúde. O corte previsto para o orçamento de 2016 é de R$ 3,8 bilhões, com o fim de repasses aos Estados, o que vai comprometer ainda mais internações e procedimentos de média e alta complexidade”, afirmou o presidente da APM, Florisval Meinão. Para Ladislau, “apesar do orçamento da assistência médica privada representar quase o triplo do SUS, os usuários têm enfrentados muitas dificuldades”. Um exemplo recente é o caso da Unimed Paulistana, com uma carteira com mais de 750 mil clientes, e que passa por graves problemas financeiros e de desassistência. “Será que é só falta de dinheiro ou de gerenciamento? Esperamos que as ações sejam enérgicas”, ressaltou o representante do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp), Otelo Chino. Segundo Meinão, essa é a terceira pesquisa em quatro anos, e o cenário não se modificou. “A falta de leitos e as emergências superlotadas, que são detalhadas na pesquisa, continuam, e isso nos preocupa.” Resultados O quadro é, de fato, preocupante e aponta para problemas importantes no atendimento em pronto-socorro, cirurgia, realização de exames e procedimentos de maior custo, marcação de consultas, entre outros. As consequências do descredenciamento de médicos, hospitais e laboratórios também são queixas graves e frequentes. Das pessoas que recorreram aos planos nos últimos 24 meses, 84% relataram problemas. Projetando o número para os 11,9 milhões de usuários, chegamos a aproximadamente 10 milhões de pacientes enfrentando problemas. Nas regiões metropolitanas o índice é mais elevado que no interior. O pronto-atendimento, com índice de 80%, é o principal foco de reclamações, sobretudo pela lotação e espera para ser atendido. “As pessoas buscam pronto-socorro para fazer consulta de rotina porque não conseguem agendar com especialista, daí a superlotação desses locais”, avalia Ladislau. O quesito internações hospitalares/internação também figura entre as principais reclamações dos usuários (51%). Os principais problemas são as poucas opções de hospitais (43%) e a demora na autorização de internação (23%). “O quadro mostra que a situação mais preocupante refere-se a exames diagnósticos e às internações hospitalares. Faltam leitos e a disponibilidade é restrita, e isso traz grandes dificuldades às pessoas”, avalia Meinão. Segundo ele, os problemas com cirurgia, internações e exames cresceram bastante, e o número de leitos hospitalares é insuficiente para o atendimento à população. “É um problema estrutural que não se resolve no curto prazo”. Para 68% dos entrevistados, os planos dificultam procedimentos ou exames de maior custo. As queixas mais comuns referem-se à demora no agendamento (35%), poucas opções de laboratórios e clínicas especializadas (32%), tempo de espera para autorização de exames ou procedimentos (29%). “A demora na marcação de exames, principalmente os de maior complexidade, decorre de um conflito em relação às coberturas. Os médicos prescrevem os exames, mas, muitas vezes, estes não foram incorporados ao rol de procedimentos da ANS, e isso gera problemas que, em geral, acabam na justiça, levando à judicialização da assistência médica”, acrescentou Meinão. Texto: Aglaé Silvestre |