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Notícias
22-06-2015 |
Diagnóstico |
“Plataforma de Imagem na Sala de Autópsia”: nova técnica da Fmusp para investigação de morte natural |
Esse é o primeiro equipamento de ressonância magnética para corpo inteiro com campo de 7 Tesla na América Latina. É utilizado principalmente no estudo de cadáveres recebidos pelo Serviço de Verificação de Óbitos da Capital (SVOC), mantido pela USP. “No mundo forense, essa técnica já existe há algum tempo, a novidade é a possibilidade de utilizá-la em mortes naturais”, explicou Edson Amaro Júnior, professor do Departamento de Radiologia da Fmusp e presidente do Comitê Executivo deste projeto. “Uma ideia interessante é que os hospitais que tenham equipamentos de imagem possam fazer a biópsia guiada por imagens e ter informações que envolvem diretamente a qualidade da prática médica”, destacou. De acordo com pesquisa realizada pela Universidade de Harvard, quando se compara o prontuário médico com os resultados da autópsia, em até 16% dos casos o paciente não recebeu o tratamento adequado. “Se você confronta esses dados, qualifica melhor o atendimento prestado ao paciente. O projeto foi criado para ajudar os vivos, estudando os mortos”, completou o professor, explicando que o novo método não deve substituir o convencional, mas que ambos devem ser complementares em algumas condições. Na aquisição do equipamento, foram utilizados recursos da USP, da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e da Fundação Faculdade de Medicina. A possibilidade de realizar autópsias preservando o corpo é uma das principais vantagens da plataforma PISA, visto que muitas religiões não permitem a violação do cadáver. Apesar do crescimento das novas tecnologias, o uso de cadáveres durante o curso de Medicina é fundamental. “Apenas 5% dos óbitos passam por autópsia. Nos hospitais universitários, o número é um pouco superior”, disse Amaro, explicando a viabilidade da plataforma, que é mais barata e gasta menos tempo no procedimento. Os alunos de Medicina têm acesso a imagens tridimensionais e interativas, que, muitas vezes, são criadas por programadores. O PISA possibilita o aumento do banco de dados de imagens, garantindo diversidade e variação de órgãos, quanto ao tamanho, intensidade e espessura, e todas são imagens reais, segundo Amaro. Para ele, apesar de o mercado ainda estar em fase de crescimento e ser restrito, essa será uma nova forma de atuação médica. Isso porque a interação com a imagem não ocorre da mesma maneira com pessoas vivas e mortas, e o médico deverá ser treinado para interpretar as imagens pós-morte. “Na nova reforma curricular da Fmusp, vários cursos já passaram a utilizar esse projeto de alguma maneira”, esclarece. |