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    16-11-2014

    Jornal Folha de SP

    Direitos humanos, uma questão de saúde

    José Otavio Costa Auler Junior*


    A Faculdade de Medicina da USP não oculta nem acoberta atos de desrespeito aos direitos humanos e é solidária às vítimas de abusos



    Nos últimos dias, ganharam grande repercussão denúncias que apontam casos de violação de direitos humanos ocorridos no campus da nossa FMUSP (Faculdade de Medicina da USP).

    Apesar de uma série de ações já adotadas nos últimos anos, como abertura de sindicâncias para apuração dos fatos, criação de uma comissão interna para avaliar a situação e propor soluções, parcerias com universidades no exterior que já se depararam com o problema, entre outras, reconhecemos que ainda há desafios a serem vencidos. E assumimos o compromisso de enfrentá-los com rigor.

    A primeira palavra pretendo direcionar às vítimas. Quero prestar aqui não apenas a minha solidariedade, mas oferecer todos os meios institucionais para que os casos ocorridos sejam esclarecidos. Quero deixar claro também que nada será varrido para debaixo do tapete. Os casos encaminhados à direção da faculdade foram ou estão sendo apurados. Também assumimos o compromisso de investigar qualquer outro que possa surgir.

    Infelizmente, alguns casos ocorridos há anos não chegaram ao conhecimento da direção, impossibilitando qualquer ação corretiva. É preciso deixar claro: a FMUSP não oculta nem acoberta qualquer ato que desrespeite os direitos humanos. Pelo contrário, sempre nos colocamos ao lado daqueles que lutaram por uma sociedade mais justa, igualitária e democrática.

    Como prova desse compromisso, estamos criando um Centro de Defesa dos Direitos Humanos na nossa faculdade. O centro contará com assistência jurídica, ouvidoria, assistência psicológica e de saúde. Além do acolhimento, vamos garantir presteza na apuração dos casos, que poderão, inclusive, ser denunciados de forma anônima, para garantir a proteção da vítima.

    Esse é um passo importante e efetivo que, pelo seu pioneirismo, poderá ser replicado em outras faculdades e instituições pelo país que enfrentam o mesmo problema.

    O novo órgão também será responsável por promover políticas de tolerância, combate ao sexismo, ao racismo e à homofobia. Organizará palestras e debates sobre o tema, reforçando a cultura e a prática dos direitos humanos na instituição.

    Também gostaria de dedicar uma palavra ao nosso corpo de alunos. Sei que o momento é delicado. A generalização leviana, feita por muitos em casos de grande repercussão, acaba por direcionar a cada um dos estudantes um olhar suspeito. Ao trilhar o caminho da medicina, os alunos já escolhem defender nosso bem maior: o respeito à vida. O preconceito deve ser combatido em todas as suas formas, e nós estaremos firmes na defesa dessa causa.

    Agora quero me dirigir aos meus colegas, os professores da Faculdade de Medicina da USP. Sabemos quão árdua é a tarefa de educar. Sabemos melhor ainda quão satisfatória ela é. Pesquisamos e estudamos permanentemente para garantir aos nossos alunos a melhor formação e temos sido bem-sucedidos.

    Os médicos formados em nossa instituição são referência em suas áreas de atuação, oferecendo a seus pacientes o que há de mais moderno na medicina.

    Mas, neste momento, peço que dediquemos uma atenção ainda maior à formação humanística de nossos alunos. Vamos fazer deste um componente sempre presente em nossas salas de aula. A educação, sabemos, é o melhor remédio.

    Por fim, quero falar à sociedade. O combate à intolerância e à violência é um trabalho conjunto e deve ser praticado em todos os lugares: em casa, no trabalho, na escola e nos ambientes de lazer.

    A Faculdade de Medicina da USP se compromete a disseminar no campus um ambiente de respeito e tolerância. Por isso, lanço aqui a campanha: "Direitos Humanos: uma Questão de Saúde", que irá permear nossas ações durante todo o ano de 2015, desde a recepção de nossos calouros.

    Sejam todos bem-vindos nessa caminhada.


    *José Otávio Costa Auler Júnior é diretor da Faculdade de Medicina da USP (gestão 2014-2018)

    Texto originalmente publicado pelo Jornal Folha de S. Paulo, edição de 14/11/2014 - Seção Tendências/Debates.

     

     

    Tags: direitos humanoscalourosMedicinaabusosdenúnciasUSPviolência.

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