Os médicos de São Paulo, por intermédio da Comissão Estadual de Negociação com os Planos de Saúde, composta por representantes da Associação Paulista de Medicina, Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, Sindicato dos Médicos de São Paulo, e o conjunto das sociedades de especialidade, vem trazer ao conhecimento da população conflitos e problemas graves da saúde suplementar que inviabilizam o adequado exercício da medicina, além de gerar prejuízos aos pacientes usuários de planos de saúde.
Conforme dados do Datafolha de 2013, 79% dos usuários de planos no estado de São Paulo reportaram reclamações, com uma média de problemas de 4,3 por pesquisado. Entre os 10,4 milhões de usuários de operadoras privadas, 8,2 milhões estariam insatisfeitos. No levantamento há queixas recorrentes em relação à dificuldade de acesso aos prontos-socorros (80%), consultas médicas (66%), exames e diagnósticos (47%), internações (41%) e cirurgias (24%).
Outra pesquisa, também do Datafolha, atestou que os médicos também estão descontentes com os baixos honorários praticados, mas também com interferências de determinadas empresas em seus exercícios profissionais, como pressões para reduzir exames e procedimentos, antecipar altas hospitalares, evitar internações, entre outras.
Com o intuito de reverter esse quadro, melhorando a assistência aos cidadãos e a relação entre empresas e médicos, a Comissão Estadual de Negociação com os Planos de Saúde abriu canais de diálogo e negociação com as empresas há dois anos. Só em 2014, foram realizadas 40 reuniões com operadoras, chegando-se a avanços importantes para a melhoria da assistência aos cidadãos.
Entretanto, algumas empresas que representam milhões de vidas em nosso Estado, simplesmente se negaram a sentar-se à mesa de negociação, em sinal inequívoco de descompromisso e desrespeito com a saúde e, mais especificamente, com os prestadores de serviço e a população. Exemplo é a Green Line. Outras participaram de reuniões, mas romperam o diálogo unilateralmente e não enviaram propostas: Ameplan, CET, Correios, Intermédica e Notredame.
Em resposta à opção dessas empresas de não dialogarem, a Comissão Estadual de Negociação com os Planos de Saúde prepara um ato público para trazer ao conhecimento de toda a sociedade os problemas ora relatados. Será em 14 de novembro, quando haverá a suspensão do atendimento eletivo a todos esses planos de saúde no estado de São Paulo, em sinal de advertência e em defesa de condições adequadas para uma assistência de qualidade aos cidadãos.
Com o intuito de tranquilizar a coletividade, informamos que, na oportunidade, será mantido o atendimento a urgências, emergências, às cirurgias-pré-agendas em respeito aos pacientes.
São Paulo, 29 de outubro de 2014
Comissão Estadual de Negociação com os Planos de Saúde
Associação Paulista de Medicina
Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo
Sindicato dos Médicos de São Paulo
Sindicatos dos Médicos do Estado
Sociedades de Especialidades Médicas de São Paulo
Tags: operadoras, saúde suplementar, negociação, atendimento, ato, público, planos de saúde, operadoras.
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