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    19-05-2014

    Psiquiatria

    Unifesp e Cremesp debatem impacto e inclusão de pessoas com transtornos mentais e dependência de drogas


    Especialistas no tema do workshop se reuniram na discussão sobre pessoas em condições de vulnerabilidade


    Discutir o impacto e a inclusão socioeconômica de pessoas com transtornos mentais, dependentes de drogas ou em condições de vulnerabilidade foi o foco do II Workshop de Economia em Saúde Mental, promovido pelo Departamento de Psiquiatria da Unifesp, com o apoio do Cremesp, e realizado nos dias 16 e 17 de maio.

    Na mesa redonda Pesquisa em custos indiretos dos transtornos mentais – tendo como moderador Marcos Bosi Ferraz –, foram discutidos os custos indiretos do alcoolismo, da ansiedade e da depressão no trabalho e a validação de questionários sobre produtividade.

    A experiência no trabalho de um paciente com transtorno mental, por meio de leitura de cartas e depoimento de ex-dependente químico que, com o encaminhamento do Centro de Atenção Psicossocial (CAP), conseguiu superar o vício foi relatado durante a mesa redonda Estigma, doença mental e inserção no mercado de trabalho, tendo como moderador Itiro Shirakawa. Para ele, é necessário uma reforma da assistência psiquiátrica no Brasil, com criação de leitos, eliminação de estigmas e reinserção social dos pacientes por meio do trabalho.


    Lúcia Helena: "é importante reinserir o paciente no convívio social"


    Em sua palestra, Lúcia Helena Cahali Martin Fonseca, falou sobre o trabalho de ação social (economia solidária) desenvolvido em parceria com o Complexo do Juquery, visando resgatar a identidade e  autoestima dos pacientes para sua reinserção social, com trabalho de carpintaria montado nas dependências do hospital. “Alguns pacientes foram alocados pra trabalhar nas dependências do hospital. Como resultado, verificou-se que houve a reinserção no convívio social”, afirmou.


    Cooperativismo
    Já Leonardo Pinho falou sobre o cooperativismo social no Brasil –  que envolve todas as pessoas em condição de vulnerabilidade e tem como objetivo central a reinserção social por meio do trabalho –, apresentando seus conceitos, desafios e propostas. Para ele, estigma e o preconceito contra os usuários de drogas são os principais empecilhos para a implementação de políticas públicas eficazes. “É importante que tenhamos empresas comprometidas com o processo de reabilitação e inclusão, pois, em geral, elas estão mais voltadas ao marketing do que necessariamente para qualificação do processo de responsabilidade social.”


    Leonardo durante sua palestra:" o estigma e o preconceito contra os usuários de drogas são os principais empecilhos para a implementação de políticas públicas eficazes"
     

    Segundo Leonardo, o trabalho das cooperativas sociais é envolver as pessoas em condição de vulnerabilidade social justamente com o objetivo de reinserção social, fazendo com que mudem da condição de usuário para a de colaborador. Ele disse que entre os principais desafios das cooperativas estão a efetivação do processo de inclusão pelo trabalho, com a criação da bolsa de formação e incubação para usuários, e a regulamentação da lei que instituiu essas cooperativas. “Temos de pressionar o governo para a efetivação do processo de inclusão pelo trabalho, com a criação da bolsa de formação e incubação para usuários e a regulamentação da lei que instituiu essas cooperativas”,  disse.
     

    Manejo e prevenção de doenças psicossociais

    Condições precárias de trabalho, horário não flexível, estagnação na carreira, falta ou excesso de tarefas e ambiente extremamente competitivo são algumas causas do estresse no ambiente corporativo, que podem elevar o risco de desenvolver doenças psicossociais. A prevenção e o manejo de pacientes dentro do ambiente de trabalho foram o foco da discussão da mesa redonda Prevenção e Intervenções – com moderação de Sylvia Regina Yano, integrante da programação da tarde no II Workshop de Economia em Saúde Mental.

    Daniel Barros, médico psiquiatra da FMUSP, falou sobre a psicopatia no ambiente corporativo e a mudança no entendimento social da doença. “Apenas 1% da população é psicopata. As pessoas associam um bandido a psicopatia e nem sempre é assim”, comenta. Ele esclareceu que as pessoas que apresentam alguma psicopatia, possuem um distúrbio de personalidade.  São pessoas insensíveis e manipuladoras, que geralmente ganham o mercado de trabalho justamente através dessas características. “A psicopatia é adaptável ao ambiente de trabalho por atender às necessidades que o mundo corporativo precisa. O psicopata é carismático, sedutor, manipulador e competitivo, é o tipo de pessoa que impressiona em uma entrevista e consegue uma rápida ascensão”. 

    Durante a discussão, a psicóloga Flora Carrasqueira, do Sesi Paraná, falou sobre o Modelo Sesi de Avaliação de Riscos Psicossociais, que tem como objetivo alertar o empregador sobre os pontos que podem ser prevenidos, minimizando os fatores que desencadeiam ou pioram quadros de doenças psicossociais, que são a terceira causa de afastamento por doença do trabalho no Brasil. “O trabalho faz parte da nossa identidade. É preciso que seja um ambiente agregador e não penoso”, comenta.

    Impactos financeiros
    Alberto Monteiro, diretor da GPF Consultoria, discorreu sobre a importância dos impactos do transtorno mental na organização financeira pessoal, em relação à proteção familiar por meio da identificação de áreas vulneráveis.

    Já Getúlio Albuquerque, médico do trabalho, falou sobre o programa Você em equilíbrio, do Hospital Israelita Albert Einstein, que foca na identificação de fontes de estresse no ambiente de trabalho e social, além de oferecer acompanhamento para aqueles colaboradores e dependentes que apresentam algum distúrbio.

    Tratamento e estigma
    Denise Razzouk, psiquiatra da Unifesp e uma das coordenadoras do evento, evidenciou o estigma que o paciente psiquiátrico sofre dentro do ambiente corporativo e o fato de que não é possível evitar uma doença psiquiátrica. No entanto, os fatores de risco que aumentam a vulnerabilidade do indivíduo podem ser evitados. “Só a revelação de uma doença psicossocial gera uma discriminação, uma diminuição na ascensão daquele profissional. Muitos não falam do seu problema. Por isso devemos fazer uma abordagem multissensorial, incluindo a empresa”, diz.

    O tratamento contínuo e a volta ao ambiente de trabalho após crise relacionada a uma doença psicossocial também foram destaque na palestra da médica, que alertou para uma volta cautelosa, com adaptações propícias ao indivíduo. “A maioria dos pacientes, assim que apresenta uma melhora, é forçada a voltar sem nenhuma adaptação ao trabalho e dão o tratamento como encerrado, quando deveria ser o contrário. O tratamento deve ser continuado. A pessoa recuperada do transtorno recupera também as suas atividades”.

    Para ilustrar os temas abordados neste primeiro dia do encontro, foi exibido um vídeo sobre transtornos mentais no mercado de trabalho e estigmas no Reino Unido.
     

     


    Texto: Aglaé Silvestre e Fátima Maria da Costa Lopes (estagiária de Jornalismo do Depto de Comunicação do Cremesp)
    Fotos:
    Isabela Tellerman (estagiária de Fotografia do Depto de Comunicação do Cremesp)

     

    Tags: workshoppsiquiatriavulnerabilidadeunifespdrogasdependênciatranstornos mentais.

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