Ações pelo SUS

Em nota, Ameresp se posiciona sobre as manifestações em defesa da saúde pública de qualidade

A Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp) vem a público manifestar seu apoio às ações da classe médica paulista em repúdio às medidas do Governo Federal relacionadas ao programa Mais Médicos e à abertura de novas vagas e cursos de Medicina no país.

Acompanhe:

Manifesto da Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo em defesa do SUS

Vivemos recentemente um momento de grandes mobilizações populares. Nas ruas a sociedade exige, dentre outras coisas, uma saúde pública de qualidade. Entendemos que o programa “Mais Médicos”, lançado pelo Governo Federal em resposta a essa mobilização, não resolverá os principais problemas da saúde pública no Brasil.

Necessitamos de medidas de curto e longo prazo com ações que garantam o SUS de qualidade para todos. É por isso que lutamos:

1 – Por mais financiamento para saúde pública, com a destinação de pelo menos 10% da arrecadação do governo federal para o SUS, e pelo fim do financiamento da saúde privada com o dinheiro da população, diretamente ou através de isenções fiscais;

2 – Por investimento nas condições de trabalho das unidades de saúde que garantam estrutura, equipe e equipamentos, tanto no interior como nas capitais do país. Não bastam médicos, sem condições de trabalho e outros profissionais não poderemos atuar adequadamente;

3 – Por uma gestão pública do SUS competente e comprometida. Não necessitamos de privatizações nos serviços de saúde;

 4 – Por uma abertura de vagas de graduação e residência em regiões de necessidade, baseada na interiorização de instituições de ensino superior públicas, com garantia de investimento suficiente em pessoal e estrutura. Que as vagas de residência sejam ofertadas em áreas em que hoje faltam profissionais, especialmente em Medicina da Família e Comunidade;

5 – Por um plano de cargos, carreiras e salários de Estado para todos os profissionais da saúde como política de interiorização da saúde integral que garanta o acompanhamento dos pacientes, valorizando a atenção básica a curto e longo prazo. Por uma política de pessoal do SUS, com garantia dos direitos trabalhistas de toda a equipe;

6 – Pela democracia na formulação das políticas de saúde e educação! Que se envolvam a comunidade, movimentos sociais da saúde, universidades, entidades médicas, movimento estudantil e de médicos residentes no debate e construção de medidas estruturantes para a saúde e educação públicas de que precisamos.

São Paulo, 31 de julho de 2013.