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    10-07-2013

    Carta à sociedade

    Entidades médicas reafirmam posição crítica ao programa anunciado pelo Governo Federal

    Para o Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam), em consonância com todos os Conselhos Regionais de Medicina, é inaceitável que o país, cujo Governo anuncia sucessivos êxitos no campo econômico, ainda seja obrigado a conviver com a falta de investimentos e com a gestão ineficiente no âmbito da rede pública. “Trata-se de quadro que precisa ser combatido para acabar com a desassistência”.

    Acompanhe a íntegra do documento:
     

    CARTA DAS ENTIDADES MÉDICAS AOS BRASILEIROS

    A dificuldade de acesso da população aos serviços de saúde configura preocupação recorrente das entidades médicas brasileiras. É inaceitável que nosso país, cujo Governo anuncia sucessivos êxitos no campo econômico, ainda seja obrigado a conviver com a falta de investimentos e com a gestão ineficiente no âmbito da rede pública. Trata-se de quadro que precisa ser combatido para acabar com a desassistência.

    Neste processo, as entidades apontam como fundamentais a adoção de medidas profundas, que elevarão o status do Sistema Único de Saúde (SUS) ao de um modelo realmente eficaz, caracterizado pela justiça e a equidade. Sendo assim, assumem alto risco a adoção das medidas anunciadas, as quais não observam a cautela imprescindível ao exercício da boa medicina.

    As decisões anunciadas pelo Governo demonstram a incompreensão das autoridades à expectativa real da população. O povo quer saúde com base em seu direito constitucional. Ele não quer medidas paliativas, inócuas ou de resultado duvidoso. O sonho é o do acesso a serviços estruturados (com instalações e equipamentos adequados) e munidos de equipes bem preparadas e multidisciplinares, inclusive com a presença de médicos, enfermeiros, dentistas, entre outros profissionais.

    A vinda de médicos estrangeiros sem aprovação no Revalida e a abertura de mais vagas em escolas médicas sem qualidade, entre outros pontos, são medidas irresponsáveis. Apesar do apelo midiático, elas comprometerão a qualidade do atendimento nos serviços de saúde e, em última análise, expõem a parcela mais carente e vulnerável da nossa população aos riscos decorrentes do atendimento de profissionais mal formados e desqualificados.

    Outro ponto questionável da medida se refere à ampliação do tempo de formação nos cursos de Medicina em dois anos. Trata-se de uma manobra, que favorece a exploração de mão de obra. Não se pode esquecer que os estudantes já realizam estágios nas últimas etapas de sua graduação e depois passam de três a cinco anos em cursos de residência médica, geralmente em unidades vinculadas ao SUS.

    Também não se pode ignorar que o formato de contratação de médicos - sem garantias trabalhistas expressas, com contratos precários e com uma remuneração não compatível com a responsabilidade e exclusividade – são pontos que merecem críticas. Em lugar desse caminho, o Governo deveria ter criado uma carreira de Estado para o médico, dando-lhe as condições estruturais para exercer seu papel e o estimulo profissional necessário para migrar e se fixar no interior e na periferia dos grandes centros.

    Diante do cenário imposto, as entidades médicas reafirmam sua posição crítica com relação aos pontos anunciados por entender que todas carecem de âncoras técnicas e legais Nos próximos dias, deverá ser feito o questionamento jurídico da iniciativa do Governo Federal, o qual contraria a Constituição ao estipular cidadãos de segunda categoria, atendidos por pessoas cuja formação profissional suscita dúvidas, com respeito a sua qualidade técnica e ética.

    A reação das entidades expressa o inconformismo de parcela significativa da sociedade e serve de alerta às autoridades que, ao insistir em sua adoção, assume total responsabilidade pelas suas consequências. Entendemos que o Governo atravessa momento ímpar, com condições de fazer a revolução real e necessária dentro do SUS. Contudo, deve evitar a pauta imediatista e apostar no compromisso político de colocar o SUS em funcionamento efetivo.

    Brasília, 8 de julho de 2013.

    ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA (AMB)
    ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE MÉDICOS RESIDENTES (ANMR)
    CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA (CFM)
    FEDERAÇÃO NACIONAL DOS MÉDICOS (FENAM)


    Fonte: CFM
     

    VEJA TAMBÉM:

    Medicina 8 anos
    Para Cremesp e OAB a atuação obrigatória no SUS por dois anos é inconstitucional

     

    Portaria Interministerial MS/MEC 1369
    Dispõe sobre a implementação do Projeto Mais Médicos para o Brasil

     

     

    Tags: SUSinvestimentossaúde públicaprograma de governomédicoscarreiratrabalho.

    Veja os comentários desta matéria


    Por acaso para estimulo profissional necessário para migrar e se fixar no interior e na periferia dos grandes centros entende-se salários de 10 mil reais ou mais?
    Fernando
    Trabalho há mais de 10 anos para a indústria farmacêutica e me sinto satisfeita. Mas é impossível manter-me passiva diante de uma insanidade tão brutal quanto estas últimas decisões do governo quanto ao exercício da medicina!! Aos 45 anos de idade, amanhã será minha primeira vez participando de um protesto de rua! Cheguei ao meu limite!
    Claudia Gasparian
    Sugestão. O CFM baixa uma norma proibindo todos os médicos de atender qualquer político no sistema privado de saúde. De agora em diante, qualquer político durante o mandato só poderá ser atendido através do SUS. Vamos humanizar os políticos.
    Alexandre
    É importante mesmo que o Conselho se pronuncie sobre a medida contra os estudantes de Medicina. O Estado é forçado a trabalhar por seus cidadãos e não o contrário. A medida visa tomar um atalho oportunista, pela força, sem efeitos na qualidade do sistema, expondo o jovem médico à situação escabrosa de uma sistema abandonado e que se verá investido de um responsabilidade para a qual não terá a menor chance de corresponder. O Estado torna o Ensino não mais um direito e sim algo que deve receber uma contraparte e não por todos, segundo sua conveniência delirante. Trabalho forçado: não!
    Carlos Serafim Martinez
    Interiorizar somente o médico resolve? Qual é a responsabilidade legal desta criação: meio-oficial médico? Continuaremos sendo o Bode Expiatório deste sucateamento do SUS em detrimento dos lucros da medicina suplementar caótica, elitista e mercantilista? Os outros profissionais da área de saúde farão também a extensão universitária no mesmo molde? Haverá importação igualmente? Quando seremos realmente uma verdadeira nação ou quando caminharemos para tal???
    Nelson
    A classe médica necessita de greve geral. Não podemos aceitar passivamente as decisões inconstitucionais desse governo ditador.
    Renata
    Aplausos para esse texto! Complemento-o me identificando como formando de Medicina na Bahia, nordeste, local bom de viver mas péssimo para exercer a Medicina! Garanto que não existem poucos médicos em minha região! Mas sim péssimas condições de trabalho para os profissionais de saúde em geral. Hospitais que nem sequer um aparelho de raio X ou um exame simples de sangue lhe foram implantados!! Condições sub-humanas nos grandes hospitais de feira de Santana, Salvador, e outros grandes centros!! Repudio a presidenta por essas ações imediatistas.
    Nilson costa
    Apoio integralmente o repúdio do CFM contra as medidas demagógicas e eleitoreiras do governo federal.
    Jose Alberto caliani
    Concordo plenamente. Essa é uma medida ditatorial de um governo disfarçado de democrático. Só aumentar médicos no SUS vai resolver o problema da saúde pública? Certamente existe um desconhecimento profundo sobre a formação médica e o sistema de saúde do Brasil. É óbvio que o alto escalão que propõe as medidas não utiliza o SUS.
    Maisa MOMESSO de quintal Ribeiro

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