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    18-06-2012

    Urgência/Emergência

    A carência de vagas nos PS dos hospitais públicos foi tema de debate em plenária especial


    Françoso (em pé), Adalgisa, Faggioni, Nacime, Renato, Paulo e Milton 

    Como resolver a falta de vagas para as urgências nos hospitais? Qual a participação dos hospitais terciários na disponibilidade de leitos para urgências? Estes foram alguns dos questionamentos colocados em discussão em plenária especial realizada pela Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), na sede da Casa, em 15 de junho.


    Diretores e conselheiros do Cremesp: participação ativa na discussão sobre os problemas dos PS públicos

    Sob a coordenação do conselheiro Renato Françoso Filho, o encontro reuniu palestrantes que convivem com o problema, entre eles, Luiz Roberto Faggioni, 3º Promotor de Justiça de Direitos Humanos (Área de Saúde Pública); Milton Steinman e Adalgisa Borges Nogueira Nomura, membros da Câmara Técnica de Medicina de Urgência e Emergência, além do conselheiro da Casa, Nacime Salomão Mansur, superintendente da Sociedade para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM) e de Paulo Kron, delegado superintendente adjunto da Regional Norte do Cremesp. Também prestigiaram o evento os parlamentares Gilberto Natalini e Jamil Murad.

    Renato Azevedo Júnior , presidente da Casa, ao lado de Françoso, deu início aos trabalhos, reiterando as inúmeras dificuldades encontradas pelos médicos, e pelos pacientes, nos setores de urgência e emergência dos prontos-socorros públicos do país. (foto acima) 

    Nilton Steinman, ao iniciar a primeira palestra Qual a participação dos hospitais terciários na disponibilidade de leitos para urgências, enfatizou que a proposta do Cremesp em estimular o debate sobre o tema é bastante pertinente. Frisou que o SUS não conta com uma organização que contemple o atendimento emergencial: “faltam especialistas que possam atender de imediato pacientes que procuram o pronto-socorro com problemas específicos, por exemplo respiratórios e cardiológicos, pois o perfil dos pacientes mudou de maneira expressiva nos últimos anos. Estamos de fato preparados para a mudança de demandas na saúde?” Steinman apresentou uma análise dos problemas encontrados nos hospitais primários, secundários e terciários, ressaltando a total falta de comunicação entre as unidades de resgate (como o SAMU) com os hospitais que recebem pacientes em seus PSs: “em consequência, verifica-se uma clara desorganização na distribuição desses pacientes nos três tipos de hospitais”. E alertou que “é preciso definir com clareza, e realidade, o papel dos hospitais de complexidade nível I, II e III, para o recebimento e atendimento dos pacientes emergenciais”. O palestrante citou, como exemplo, os hospitais terciários, que devem oferecer expertise, materiais e recursos para receber casos cirúrgicos. “As instituições precisam fazer parte de uma rede fiel e, a partir daí, funcionar.” Ao finalizar sua apresentação, afirmou que é preciso alterar, no país, o conceito de “políticas de saúde para políticas na saúde”. 

    Na segunda palestra da noite, Falta de vagas hospitalares para urgência na visão do SAMU, Paulo Kron mostrou um panorama da rede hospitalar que recebe pacientes através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), com cerca de 2.600 leitos de UTI na cidade de São Paulo, direcionados para o SUS. “Não são poucos”, garantiu Kron, “mas a falta de otimização do sistema prejudica de forma expressiva a agilização desse fluxo”. O palestrante chamou a atenção para o progresso obtido pelas unidades do SAMU, “não apenas de pessoal qualificado, que hoje somam cerca de três mil profissionais, mas também pela aquisição de motos, que representam uma base importante para o paciente que necessita de agilidade no primeiro atendimento”. Entretanto, lembrou que a sensação de melhora no serviço demora a aparecer porque é preciso agilizar a integração entre as instituições hospitalares e as unidades móveis de atendimento. Ao final, o delegado da Casa informou que o SAMU recebeu, este ano, uma importante certificação de acreditação, emitida pela Academia Internacional de Despacho de Emergência Médica.     

    Abordando a regulação do acesso e as redes regionais de atenção à saúde, Adalgisa Nomura apontou as dificuldades do sistema, refletidas no traslado dos pacientes, na falta de informações rápidas e precisas sobre o número de vagas disponíveis nos hospitais públicos regionais, na falta de leitos nas UTIs neonatais, na carência de médicos especializados em determinadas unidades, e na dificuldade de fixação profissional em alguns municípios, por ausência de um planejamento que contemple cargos e salários. Para ela “o treinamento em regulamentação torna-se fundamental para que o sistema dê os resultados esperados.”

    Na abertura de sua palestra, Como resolver a falta de vagas para as urgências nos hospitais, Nacime Mansur alertou para a compartimentalização do sistema de saúde, considerado por ele como erro grave, que torna o PS um segmento à parte da instituição hospitalar. “Como o hospital não se integra, não vivencia o problema diário do atendimento realizado nas unidades de urgência e emergência”. Mas, lembrou ser também fundamental a melhoria dos investimentos no setor; “do jeito que o sistema se encontra, hoje, há prejuízo para os pacientes que buscam, e necessitam, deste tipo de atendimento.” Para ele, é preciso considerar a realidade da população que procura atendimento em razão da violência, dos acidentes de moto, de problemas relacionados ao envelhecimento, e buscar uma regulação para o recebimento desses casos. Segundo Nacime, é necessário investir em gestão hospitalar, clínica e de leitos. Entretanto, “um plano de carreira para os médicos, com melhor remuneração e benefícios, estimularia a presença desses profissionais num período maior dentro dos PS, horizontalizando a sua atuação.” O conselheiro do Cremesp também lembrou a política errônea do governo na abertura indiscriminada de escolas médicas, com prejuízo evidente para a formação de qualidade. “Os médicos devem estar bem preparados, principalmente para a atuação em prontos-socorros”, finalizou.

    Na última palestra da noite, Faggioni lembrou que a falta de leitos nas UTIs, tanto no âmbito municipal quanto estadual, é “uma tragédia”. Depois de dar uma visão geral do número de leitos em vários hospitais da cidade de São Paulo, apontou também a falta de médicos nas UTIs, associada principalmente à baixa remuneração, que não estimula o profissional a dedicar-se: “o médico ganha, hoje, para uma carga horária de 20 horas semanais, um salário de R$ 1.859,64, que pode chegar a R$ 1.936,00, com o adicional de produtividade. Um absurdo!” O promotor enfatizou que é preciso reajustar rapidamente o salário desses profissionais. “O valor deve estimular o profissional a atuar nessa frente e não a procurar melhor remuneração em outras instituições de saúde”. Também lembrou que estão sendo realizados, atualmente, contratos de trabalho emergenciais, que prejudicam a atuação dos médicos que atendem nos PS. “O Ministério Público pode denunciar essa situação, mas pouco pode fazer na prática, infelizmente”.

    Ao final do evento, houve um grande debate entre os palestrantes e os presentes sobre os temas abordados.

    Fotos: Osmar Bustos

    Tags: emergênciaurgênciapronto-socorropronto-atendimentoSAMUpolíticas de saúdecursosMedicinaformaçãoleitosvagasatendimentoSUS.

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