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Notícias
17-12-2011 |
Triste fim da EC 29 |
Senado ignora mobilização em defesa da saúde e reprova mais recursos para o setor |
O Senado Federal reprovou, no dia 8 de dezembro, a proposta de destinação de 10% da receita corrente bruta da União para a saúde e também rejeitou a criação de um novo imposto para custear o setor, nos moldes da CPMF. Com isso, chancelou o texto aprovado na Câmara, que regulamenta a Emenda Constitucional 29 apenas na definição do que são gastos de saúde e nos percentuais mínimos a serem aplicados no SUS pelo governo federal, estados e municípios . Fica proibido contabilizar em saúde gastos com limpeza urbana, merenda escolar, inativos, dentre outras distorções comuns atualmente. Pelo texto aprovado, que deve ser sancionado pela presidente Dilma Roussef, os estados mantêm 12% e os municípios 15% de suas receitas à saúde. Sem mudança, a União continuará adotando a atual base de cálculo: o valor aplicado no ano anterior acrescido da variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) dos dois anos anteriores. Em 2012, portanto, a União aplicará o empenhado em 2011 mais o PIB de 2010 — somando R$ 86 bilhões. Se os senadores tivessem aprovado a versão original do Senado, que previa aplicação de 10% da receita do governo federal, o SUS receberia R$ 100 bilhões em 2012. Portanto, a perda para o SUS, entre uma proposta e outra, foi de 14 bilhões. Para a professora de saúde coletiva da UFRJ, Ligia Bahia, “a fórmula aprovada demonstra que a saúde não é prioridade no Brasil . O Brasil ruma para uma política de privatização da saúde, o que é péssimo num país de renda baixa. Vai faltar dinheiro para a saúde e, sem investimento, o governo não irá cumprir suas promessas de melhorar o SUS. Haverá um pequeno aumento nos recursos dos estados que não cumpriam a Emenda 29, mas isso é totalmente insuficiente” O pediatra e especialista em financiamento da saúde, Gilson Carvalho, define o desfecho no Senado como “um escárnio à saúde pública. Expurgar as despesas que não são da saúde é importante, mas nem precisava de nova lei para isso. Ao negar as verbas do aumento da arrecadação para investir em saúde ficou mantido o desfinanciamento. Mais de dez anos depois da EC 29, governo e parlamentares pregaram uma peça no setor saúde e na sociedade”. Fundeb e DRU Após a derrota da EC 29, tudo indica que o Senado irá agora prorrogar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), mecanismo que libera o governo federal para gastar 20% do valor arrecadado com as contribuições sociais - excetuando as previdenciárias. Sem a DRU, os R$ 174 bilhões que o governo espera arrecadar com a Cofins em 2012 iriam para programas de seguridade social (saúde, previdência e assistência social). Com a DRU, esses setores ficarão com R$ 139,2 bilhões (80%), e R$ 34,8 bilhões (20%) serão aplicados conforme a conveniência do governo - no pagamento dos juros da dívida pública, por exemplo. Mobilização ignorada Azevedo participou, com lideranças médicas, entidades e militantes da saúde, da marcha da XIV Conferência Nacional de Saúde, dia 30 de novembro. A caminhada, que saiu da Catedral de Brasília e seguiu até o Congresso Nacional, exigiu a regulamentação da EC 29, com destinação de 10% da receita da União para a saúde. A mobilização, no entanto, foi ignorada pelos senadores na hora da votação. |