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    01-12-2011

    Luta contra Aids

    Relatório do Ministério da Saúde evidencia problemas já conhecidos sobre soropositivos

      

    Especialista comenta boletim do MS e fala das dificuldades enfrentadas por pacientes e dos desafios dos médicos que tratam a doença

    O Boletim Epidemiológico Aids/DST 2011, divulgado na última segunda-feira (28) pelo Ministério da Saúde, traça o perfil atual da Aids no país. Três fatores chamam a atenção no documento: o crescimento da epidemia entre os jovens gays do sexo masculino; a posição da região Sul como aquela com as mais altas taxas de novos casos e mortes por Aids (quando comparada às demais regiões do país); e o índice preocupante de 9 óbitos por dia em 2010, no Estado de São Paulo.

    Os dados do Boletim reúnem alertas importantes que devem ser repensados neste 1º de dezembro, Dia Mundial de Luta contra a Aids. Na entrevista abaixo, o conselheiro do Cremesp Caio Rosenthal, infectologista do Instituto Emílio Ribas, do Hospital do Servidor Público Estadual e do Hospital Israelita Albert Einstein, comenta os resultados da pesquisa e fala um pouco sobre a situação da doença no país:    

    Portal do Cremesp: O Ministério da Saúde divulgou, neste dia 28, um boletim preliminar sobre os indicadores nacionais de infecção pelo HIV. Dois grandes jornais de São Paulo destacaram que “A região Sul mantém altas taxas de novos casos e mortes por Aids”, que o “número de casos entre jovens gays do sexo masculino cresceu 60%“ e que “a doença matou nove pessoas por dia no ano passado no Estado de  São Paulo”. Qual sua avaliação desses dados?
    Caio Rosenthal: Infelizmente nossas estatísticas ainda são exageradas no que tange à presença do vírus no Brasil. Apesar dos esforços governamentais, ainda convivemos com lacunas. O Estado de São Paulo sempre foi o estado de maior prevalência do HIV, daí as maiores taxas de novos casos e também de mortes.

    PC: Em relação à Aids, quais as grandes dificuldades ainda enfrentadas pelos médicos brasileiros que tratam a doença?
    CR:As maiores dificuldades, a meu ver, estão relacionadas à demora na realização do exame para detecção do HIV e à baixa procura das pessoas em conhecer seu “status imunológico”. Este atraso no diagnóstico traz severas consequências tanto no que diz respeito à ocorrência de novas transmissões, como no prejuízo da eficácia do tratamento estabelecido para o paciente.

    PC: Como vc. avalia  as ações do Estado, do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo para a prevenção da doença e o tratamento dos soropositivos?
    CR: É preciso conscientizar a população a fazer o exame, aderindo à campanha do “Fique sabendo”, que possibilita a realização do teste rápido para detecção do HIV. Este teste permite que a pessoa receba o resultado em 10 minutos, sempre acompanhada, é claro, de um suporte multiprofissional. Outro problema que constatamos é que grande parte daqueles que procuram os testes convencionais, não retornam para buscar o resultado. Este fato mostra uma grande falha na divulgação das informações relacionadas ao diagnóstico do HIV, demonstrando falta de direcionamento das campanhas. Não é surpresa para ninguém que os jovens gays masculinos estão na berlinda: em primeiro lugar, por serem jovens e não terem convivido com aqueles anos iniciais da epidemia, bem trágicos; em segundo,  por serem gays, ainda sofrem preconceito e discriminação.

    PC: Geralmente os planos de saúde procuram meios para não arcar com tratamentos onerosos ou crônicos como é o caso da Aids. Como vc, que atua como médico no setor público e privado, vê e convive  com os efeitos dessa política?  
    CR: É histórica essa posição dos planos de saúde.  E é exatamente por não se responsabilizarem pelos atendimentos de alto custo que chegaram onde estão. Isso sem contar, é claro, com os valores  ridículos que insistem manter como remuneração aos médicos que atuam no atendimento e acompanhamento desses pacientes.

    Em relação à AIDS especificamente, os planos sempre encontram alguma forma de burlar a legislação, como por exemplo, prolongando o período de carência, o que mantém o usuário sem direito ao  atendimento por vezes até completar 2 anos da  inscrição; individualizando hospitais de notória má qualidade para internações e procedimentos; fatiando os exames  laboratoriais, restringindo o número de  laboratórios associados e a realização dos próprios exames, frequentemente indispensáveis para confirmação do diagnóstico, acompanhamento e tratamento do paciente.

    É claro que o objetivo final dessa postura é desaguar os pacientes com doenças crônicas ou de maior complexidade para a rede pública de saúde. Muitas vezes o próprio paciente, frente a tantas dificuldades impostas pelos planos, acaba não tendo outra opção a não ser recorrer à rede pública.

    PC: O coquetel de medicamentos antirretrovirais foi um grande avanço no combate à doença, embora a medicina ainda não tenha conseguido eliminar o vírus do organismo das pessoas infectadas.  Nesse sentido, em que direção as pesquisas por novas drogas estão caminhando? Para a cura da doença? Para a redução dos efeitos colaterais?
    CR: Infelizmente a cura está ainda distante, mas hoje  contamos com um enorme arsenal terapêutico, mais  de 20 drogas que, em uso combinado, nos permite  cercar o vírus mantendo-o em níveis abaixo da  detecção laboratorial na corrente sanguínea. Novos medicamentos estão por vir, sempre buscando  maior eficácia, menos efeitos colaterais - que ainda  são muitos - e maior comodidade em suas posologias visando conforto do paciente.

    “A Aids não tem preconceito. Previna-se!”
    Este é o slogan da campanha deste ano para o Dia Mundial da Luta contra Aids. A proposta é reforçar a necessidade de discutir as questões relacionadas à vulnerabilidade do contágio entre  jovens gays com idades entre 15 a 24 anos, das classes C, D e E. A ideia é também reforçar a busca por uma sociedade mais solidária, sem preconceito e tolerante à diversidade sexual, e estimular a reflexão sobre a falsa impressão de que a Aids afeta apenas o outro. Todos estamos vulneráveis.

    História
    O Dia Mundial de Luta contra a Aids é celebrado em todo o mundo no dia 1 de dezembro desde 1987. No Brasil, a data passou a ser lembrada a partir de 1988, por decisão do Ministério da Saúde. O dia foi instituído como forma de despertar a consciência da necessidade da prevenção, aumentar a compreensão sobre a pandemia e promover discussões e análises da sociedade e órgãos públicos sobre a doença.

    Fotos: Osmar Bustos  

    Tags: aidsHIVcampanhadia mundialprevençãopandemiainfecçãoantirretroviraltratamento.

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