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HISTÓRIA
Hospital de Base de S.J. do R.Preto: pioneiro em procedimentos de alta complexidade


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Edição 232 - 12/2006

HISTÓRIA

Hospital de Base de S.J. do R.Preto: pioneiro em procedimentos de alta complexidade



Centro de vanguarda



Hospital de Base de São José do Rio Preto é pioneiro em procedimentos e referência para Estados vizinhos

O Hospital de Base (HB) da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto é um exemplo de assistência à saúde descentralizada da Capital, sendo pioneiro em alguns procedimentos de alta complexidade. Foi um dos dois primeiros credenciados no Brasil para o transplante de intestino delgado e o único ativo atualmente. Também realizou a primeira cirurgia de mudança de sexo no Interior do Estado, tornando-se importante referência do procedimento no mundo. Além disso, é um dos poucos do país a disponibilizar exame de Polissonografia (foto abaixo), que investiga distúrbios do sono.

Esse complexo hospitalar localizado em São José do Rio Preto (a 440 quilômetros da Capital) presta assistência a cerca de cem municípios da Divisão Regional de Saúde a que pertence (DIR- 22), que somam 5,5 milhões de habitantes. Além disso, é referência para Estados vizinhos como Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

“Administrar um hospital com esta estrutura, com atendimento voltado ao Sistema Único de Saúde (SUS) em 90% dos casos é sempre um desafio. Trabalhamos com programas internos de economia, produção de materiais de consumo e direcionamento de recursos obtidos do atendimento a convênios e particulares. Conseguimos assim potencializar o atendimento e oferecer medicina de alta complexidade e qualidade à população que nos procura”, afirma a diretora-executiva, Ana Luiza Almeida de Arnaldo Silva Rodriguez (foto).

História
O HB começou a funcionar em 1967, graças ao empenho do médico baiano Raul de Aguiar Ribeiro que, com a ajuda da comunidade e de políticos da região, criou uma associação em prol do hospital. O grupo também almejava instalar uma faculdade de Medicina na cidade. A Santa Casa de Misericórdia cedeu espaço que permitiu seu funcionamento a partir de 1968. Com isso, o HB passou a ser mantido pela mensalidade dos estudantes de Medicina. Nessa época funcionava em um pequeno prédio de três andares, atendendo trabalhadores rurais e indigentes. Como não havia pessoal disponível com formação em enfermagem, quem prestava assistência era a Associação das Moças de Cor, composta por mulheres negras. Na década de 80 essa estrutura era de difícil manutenção apenas com a mensalidade dos alunos, sendo necessárias campanhas para arrecadar fundos. 

A faculdade foi, então, estadualizada e o hospital optou pelo atendimento preferencial ao SUS, passando a receber recursos do sistema. Nesse período, ganhou mais um prédio – que atualmente tem sete andares em funcionamento. Em fase final de obras, o oitavo andar vai abrigar um complexo de enfermaria e UTIs para transplantes. Atualmente, o HB tem um corpo clínico de 850 médicos contratados, 550 residentes em todas as especialidades e 1.500 profissionais de enfermagem. Dispõe de 800 leitos para o SUS e 120 para convênios e particulares, realizando a média de 40 mil atendimentos ambulatoriais mensais, 13 mil de emergência, 2.100 cirurgias e 3.500 internações. Presta assistência em mais de 40 especialidades, sendo o único da região capaz de atender gravidez de alto risco.

O hospital realiza transplantes de rim, fígado, intestino, medula óssea, córneas e de coração. O conselheiro do Cremesp Renato Ferreira Silva é chefe da Unidade de Transplante de Fígado e Intestino e coordenador da Organização de Procura de Órgãos do HB. Para Silva, o hospital é um centro de excelência em transplantes, graças à determinação e visão das diretorias passadas e da atual. “Com apoio do HB, da comunidade e da prefeitura, estamos construindo a Casa de Arthur para abrigar pacientes de outros Estados que normalmente ficam aqui por cerca de seis meses aguardando transplante, sem recursos para viver fora de seu domicílio. Isso fará com que o HB feche o ciclo da assistência total aos pacientes de transplantes”, festejou o conselheiro. O nome é uma homenagem ao bebê Artur Parro Nunes, que morreu no hospital enquanto a instituição aguardava credenciamento para a cirurgia.

O HB também conta com ambulatório exclusivo para tratamento de câncer e a Cardiologia recebe pessoas do país inteiro, inclusive para cirurgia cardíaca pediátrica. O serviço de traumatologia é uma referência, com suporte avançado de vida para atender vítimas de acidentes de trânsito. Estatísticas da Associação Preventiva de Acidentes e de Assistência às Vítimas de Trânsito (Apatru) estimam que aconteçam 250 acidentes de trânsito por mês na região, o que aumenta também os serviços de Ortopedia e Neurologia.

Estudos do sono
Outro diferencial do hospital é o setor de Polissonografia, método eletrofísico de investigação e monitoramento do sono em laboratório. Um dos destaques desse serviço é o mapeamento do ponto do cérebro que causa convulsões, para posterior indicação cirúrgica. Apenas oito centros no país possuem esse serviço. Também é um dos poucos do país com serviço de oxigenoterapia hiperbárica por uma câmara que concentra a capacidade de oxigenação do ambiente 100% sob pressão. O paciente inala puramente oxigênio, vascularizando tecidos, o que possibilita uma cicatrização mais rápida.

O tratamento de portadores de HIV é referencial para a região. Além de oferecer assistência a doenças infecto-contagiosas, trabalha com o sistema de Hospital Dia nessa área. Atualmente o HB acompanha aproximadamente 1.400 pacientes com Aids pelo SUS, dispondo de farmácia própria. Também conta com um laboratório de fertilização em que são realizados estudos e trabalhos de hormonioterapia.


Oxigenoterapia: oxigênio puro para cicatrizações mais rápidas


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