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CAPA

EDITORIAL
Hora de agradecer - Editorial de Isac Jorge Filho


ENTREVISTA
A presidente do Conselho Regional de Farmácia é a entrevistada desta edição


BALANÇO 1
Acompanhe as atividades do Cremesp de janeiro de 2005 a março de 2006


BALANÇO 2
Gestão de Isac Jorge Filho: 15 meses de intenso ritmo de trabalho


BALANÇO 3
Gestão de Isac Jorge Filho: 15 meses de intenso ritmo de trabalho


BALANÇO 4
Gestão de Isac Jorge Filho: 15 meses de intenso ritmo de trabalho


ATIVIDADES DO CONSELHO
Destaque para os encontros regionais do Cremesp no interior


LEGISLATIVO
Cremesp apóia o PL 856/05, que proíbe cartões de descontos de funerárias


AGENDA
A presença do Conselho em eventos de importância para a classe médica


TOME NOTA
O Alerta Ético desta edição aborda o exagero no diagnóstico


GERAL
Cursos e Eventos, Súmulas, Pesquisas. Atualize-se!


HOMENAGEM
Nelson Okano: referência ética em decisões difíceis


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Edição 223 - 03/2006

ENTREVISTA

A presidente do Conselho Regional de Farmácia é a entrevistada desta edição



Raquel Grecchi

“O farmacêutico presta um serviço de atenção primária”

A farmacêutica bioquímica Raquel Cristina Rizzi Grecchi, presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, diz que é preciso capacitar o farmacêutico para a triagem. “O usuário pode chegar com uma dor de cabeça, comprar um medicamento que não precisa de prescrição e ir embora. Mas seria melhor encaminhá-lo a um profissional ou serviço adequado”, declara. Mestre em educação em saúde, especialista em análise clínica e toxicológica, Raquel Grecchi deu entrevista ao Jornal do Cremesp para falar, entre outros assuntos, da atual interação entre os conselhos profissionais da área de saúde, que criaram, em São Paulo, um fórum permanente de discussão.

Quais são as convergências profissionais entre médicos e farmacêuticos?
Para recuperar e promover a saúde do paciente são necessários todos os membros da equipe de saúde. A relação entre o médico e o farmacêutico é muito estreita. Cabe ao médico prescrever o medicamento. Ao farmacêutico cabe dispensar e orientar o usuário, além de acompanhar a adesão ao tratamento, se houve alguma reação adversa ou desvio de qualidade do produto, relatando ao médico o sucesso da prescrição. A convergência desse relacionamento é o paciente e, também, o respeito entre as profissões, cada um trabalhando no seu âmbito.

Como a sra. vê a recente criação do fórum permanente de discussão entre os conselhos profissionais da área de saúde no Estado de São Paulo?
No fórum realizamos reuniões entre os presidentes dos conselhos para discutir questões inerentes às nossas atividades. Queremos firmar um protocolo de intenções, um termo de cooperação técnica para a fiscalização das atividades profissionais. Discutimos, ainda, o apoio a projetos de leis que estabeleçam melhores condições de saúde aos usuários. Por exemplo, o Projeto de Lei Complementar número um (PLP-01), de 2003, que trata de recursos para saúde por meio da Emenda Constitucional 29 (EC-29). Temos um projeto de ação conjunta para o Dia Mundial de Saúde. Em uma outra área de atuação, o fórum discute a inserção dos profissionais no Conselho Municipal de Saúde, visando a  melhoria do atendimento à população. Essa interação é um desejo antigo do CRF e, creio, dos demais conselhos. Claro que temos divergências, mas conseguimos propor ações para que a população veja os profissionais da área como facilitadores da promoção da saúde.

Em recente consulta pública sobre a regulamentação da propaganda de medicamentos, a Anvisa defendeu a sua manutenção para aqueles que dispensam prescrição médica.  Qual é a posição do CRF sobre o assunto? 
Somos contra a propaganda leiga veiculada em publicação de massa. A propaganda transmite ao medicamento um valor de mercadoria, induz à automedicação e intoxicações, podendo levar à morte. Somos favoráveis à propaganda técnica entre os profissionais, que seleciona monografias ou estudos de efeitos e que promove a discussão. Quando se aborda uma monografia técnica, discute-se as contra-indicações, as dependências físicas ou psíquicas, a resistência ao medicamento.

Alguns pesquisadores têm identificado problemas graves em monografias técnicas. Algumas, traduzidas de outros idiomas, não têm nenhuma relação com o produto em questão.
A comunicação entre profissionais é necessária, mas é preciso mantê-la com critérios. A indústria, quando produz, não está obrigada a nos enviar nada, mas se quiser pode fazê-lo. Porém, quando a indústria nos envia algum material, tem apenas a intenção de promover o produto. Gostaríamos que os estudos falassem não apenas das vantagens, mas dos riscos para o idoso, gestante, crianças etc.

A sra. apóia o Programa Farmácia Popular que também iniciou o cadastramento de farmácias e drogarias privadas? Alguns críticos afirmam que o programa fere o princípio do SUS de acesso gratuito aos medicamentos.
Essa concepção é muito nova para nós. É uma discussão que esta gestão do CRF de São Paulo se propôs a fazer. As farmácias populares existentes funcionam corretamente, estão registradas neste Conselho e têm assistência farmacêutica integral. Mas, ao ir para a rede privada, o programa precisará cumprir alguns requisitos, como garantir a qualidade do medicamento e a presença de farmacêutico em tempo integral nos locais onde serão distribuídos. Além disso, deverão ser distribuídos em estabelecimentos de saúde – exceto naqueles que possuem regularidade perante a Vigilância Sanitária, mas vendem também produtos que não são relacionados à saúde.

A Anvisa começou a conceder autorização para os primeiros medicamentos fracionados. Qual é a perspectiva deste programa?
Assim como o genérico, o fracionamento melhora o acesso da população ao medicamento. Você não reduz o preço, mas diminui o custo do tratamento, respeita a prescrição médica e garante o que está previsto no código do consumidor. Por que levar 30 se eu preciso de 25? O que se faz com essa sobra? Guarda para a “vizinhoterapia” ou para a criança tomar? Esse é  outro fator que leva à automedicação e à intoxicação. Também apoiamos o programa, porque permite uma maior interação entre os profissionais de saúde. Para que dê certo depende da adesão da indústria, dos farmacêuticos e da liberação da Vigilância Sanitária. Não depende tanto do médico, que, em geral, já prescreve a quantidade adequada.  

Devido ao preço elevado dos anti-retrovirais de marca, não haverá recurso para sustentar a política de acesso universal aos medicamentos anti-aids no país. O licenciamento está previsto em lei, algumas patentes já poderiam ser quebradas, mas não são. Por que?
A Aids é uma calamidade, um problema de saúde pública mundial com efeitos devastadores. Acredito que chegará um momento em que a patente deverá ser quebrada, pois é uma necessidade proeminente, já que o paciente HIV é um doente crônico que depende do medicamento para manter sua qualidade de vida.

Quais são as principais infrações éticas cometidas pelos farmacêuticos?
São os casos de profissionais que delegam suas funções e não prestam assistência ao usuário durante todo o período de funcionamento do estabelecimento. Existem outras faltas que nos chegam por denúncia como a  indicação de um medicamento que deveria ser vendido com receita médica. Às vezes, é um balconista quem faz isso, mas o farmacêutico acaba sofrendo as sanções éticas porque é o diretor técnico do estabelecimento. 

Quais são as prioridades do CRF na defesa dos farmacêuticos e da saúde?
Prestamos um serviço de atenção primária. Cerca de 70% da população procura a farmácia como primeiro serviço de saúde. Então, o farmacêutico tem que fazer uma triagem. O usuário pode chegar lá com uma dor de cabeça, comprar um medicamento que não precisa de prescrição e ir embora. Mas seria melhor, se necessário, encaminhá-lo a um profissional ou serviço adequado. Para isso é preciso capacitar o farmacêutico, por meio de cursos e programas de educação continuada. Outro foco é esclarecer o usuário sobre os riscos da automedicação. O farmacêutico tem grande importância no resgate da saúde quando orienta o uso correto do medicamento.


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