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Institucional
Cremesp conquista sua primeira certificação ISO 9001
Prestação de serviços de qualidade, atendimento eficaz ao público e melhoria
contínua são os principais objetivos
O Sistema de Gestão da Qualidade do Cremesp recebeu, em 30 de janeiro, a
certificação pela norma ISO 9001:2015, concedida pela Fundação Carlos Alberto Vanzolini, após auditoria e avaliação referentes ao atendimento na sede e Delegacia da Vila Mariana para a prestação de serviços de registros profissionais e de empresas.
O certificado internacional – entregue pelo diretor de certificação da fundação, José Joaquim do Amaral Ferreira – cumpre uma das metas do Programa de Gestão de Qualidade, estabelecido em planejamento estratégico pelo Cremesp. A norma ISO 9001 preconiza como principais objetivos a oferta de serviços de qualidade, o atendimento eficaz ao público, o aumento da satisfação do cliente e a promoção contínua da melhoria dos processos.
Camarim (ao centro), com Lotfi (esq.) e Ferreira, durante a entrega do certificado
O presidente do Cremesp, Lavínio Nilton Camarim, destacou o fundamental papel dos funcionários do Conselho nesse desafio. “Parabenizo o empenho e esforço dos colaboradores e gestores para obtermos este resultado. Estamos trabalhando para mais conquistas como esta para todos os setores”, ressaltou Camarim. “Comemoramos hoje apenas o primeiro passo do que será uma tarefa contínua. Agradeço ao time de funcionários, responsável por esta etapa concluída com sucesso. Cada um merece este certificado individualmente”, reforçou o conselheiro Roberto Lotfi Júnior, responsável pela Comissão de Qualidade.
Opinião - Bráulio Luna Filho
Exercício digno da Medicina é um imperativo civilizatório
“Sempre que um médico não pode fazer bem, ele deve ser impedido de fazer mal.”
Hipócrates
A Medicina é uma das maiores realizações do engenho humano. Desde a Mesopotâmia aos tempos modernos, contribui para prevenir, curar e minorar os sofrimentos que nos afligem. Nesse diapasão, vivemos cada vez mais e com saúde!
Subjacente a esse processo está o desenvolvimento científico e tecnológico dos últimos 50 anos. Mas isso não se transferiria às pessoas sem a participação dos vários profissionais da saúde e de estruturas adequadas.
Outro fator, no entanto, destaca-se na escala da assistência: o médico. Esse profissional sempre usufruiu de reconhecimento social. Esse prestígio era fruto tanto do conhecimento como da qualidade da relação pessoal com os pacientes.
Recentemente, no entanto, o médico tem sido cada vez mais questionado no seu dia a dia. Frequentemente vemos denúncias contra médicos naquilo que é o mister da profissão. O Cremesp tem mais de 3.500 processos em andamento. A maioria das denúncias versa sobre má prática e, nos últimos 15 anos, aumentaram de seis para 16 por dia. Há várias razões para isso – aumento populacional e do número de médicos, consciência social dos indivíduos etc. Mas, inquestionavelmente, a qualidade dos médicos representa fator preponderante.
Senão, vejamos. Nos últimos 13 anos, o Cremesp realizou exame para egressos de Medicina no Estado. O resultado é esclarecedor! Cerca de 50% não demonstraram conhecimentos mínimos necessários para o exercício profissional. A diminuição do tempo entre o ano de formatura e a primeira denúncia de erro no Cremesp também aponta para uma conclusão – há um problema grave na qualidade dos cursos de Medicina.
Há um problema grave na qualidade dos cursos de Medicina
A melhor estratégia pedagógica para formar médico é um tema em discussão no mundo. Não podemos, entretanto, concordar que a população sofra a consequência da má-formação impassivelmente.
Por isso, o Cremesp tem dialogado com todos os setores responsáveis e implementado várias medidas. Há dois anos, estabelecemos com o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein um convênio que propicia que recém-formados não aprovados no Exame do Cremesp realizem, gratuitamente, cursos de atualização pela internet. Na mesma direção, em parceria com o Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês e National Board of Medical Examiner dos Estados Unidos, instituição de maior experiência no mundo na área, realizamos em 2017 avaliações em alunos no sexto e décimo semestre do curso médico.
Apoiado na experiência do Exame do Cremesp e em cenário com mais de 300 escolas médicas no País, defendemos um exame obrigatório para egressos de cursos de Medicina. Neste sentido, o Cremesp já iniciou uma campanha em nível nacional.
O exercício judicioso e digno da Medicina não é uma demanda qualquer, mas um imperativo social e civilizatório. Constitui-se, por conseguinte, em princípio inelutável que o Cremesp defenderá com toda determinação.
*Primeiro secretário do Cremesp