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Bráulio Luna Filho


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Paulo César Rozental


ENSINO MÉDICO (pág.4)
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INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág.5)
Saúde da mulher


SAÚDE PÚBLICA(págs. 6 e 7)
Zika vírus: explosão de casos


EXAME DO CREMESP 2015 (pág.8 e 9)
Avaliação acadêmica


TRABALHO MÉDICO (pág. 10)
Saúde suplementar


EVENTOS (pág.11)
RM & Exame do Cremesp


EU MÉDICO (pág. 12)
Ação Voluntária


JOVENS MÉDICOS (Pág. 13)
Novo acordo


CONVOCAÇÕES (pág. 14)
Editais


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Microcefalia


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Edição 333 - 01-02/2016

SAÚDE PÚBLICA(págs. 6 e 7)

Zika vírus: explosão de casos


Brasil pode ter 1,5 milhão de casos de Zika em 2016

De outubro a janeiro, foram notificados 5.079 casos suspeitos
de microcefalia no País. Desses, 462 foram confirmados,
sendo que 41 podem estar relacionados ao vírus Zica.
Do total, 765 foram descartados

 

Dengue, Zika vírus e chikungunya, doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti, vêm se alastrando no Brasil sem que ainda haja vacina ou tratamento específico. O Zika se tornou mais alarmante quando foi suspeitada a correlação entre a doença nas mães e os casos de microcefalia em recém-nascidos. O vírus está se propagando de maneira explosiva no continente, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) prevê que o Zika possa infectar de 3 a 4 milhões de pessoas neste ano nas Américas, incluindo 1,5 milhão no Brasil. Em reunião, no dia 1º de fevereiro, a OMS decretou a microcefalia por Zika como emergência internacional, induzindo o desenvolvimento de projetos de pesquisa para as respostas necessárias.

O número de casos suspeitos de microcefalia notificados no Brasil, até 27 de janeiro, foi de 5.079, segundo o Ministério da Saúde. Desse total, 3.852 casos continuam em investigação e outros casos foram confirmados, sendo que seis tinham possível relação com o Zika vírus. Outros 765 casos notificados já foram descartados. De acordo com Marcelo Castro, ministro da Saúde, o Brasil tinha, em média, do ano 2.000 para cá, 150 casos de microcefalia por ano. De outubro para dezembro do ano passado, tivemos 3, 5 mil casos, aproximadamente. Diante da grave situação de saúde pública, ele afirmou que estão garantidos R$ 500 milhões para ações específicas relacionadas à doença.


Microcefalia

A preocupação maior é com o avanço do vírus em novas áreas geográficas, especialmente com a constatação de um elo entre a infecção durante a gravidez e o nascimento de bebês com microcefalia. Os casos relatados no Brasil sugeriram essa correlação, e uma análise conclusiva será publicada pela Organização Pan-Americana de Saúde – o braço da OMS nas Américas –, já que ainda não se sabe se o vírus cruza a placenta e gera ou causa microcefalia.


Guillain-Barré

No Brasil, houve ocorrência de Zika no Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, São Paulo e Tocantins. Estudo da Universidade Federal de Pernambuco – Estado com maior incidência de casos de microcefalia – mostra que alguns pacientes com a Síndrome de Guillain-Barré foram infectados anteriormente pelo Zika vírus. A síndrome faz com que o sistema imunológico do corpo ataque as células nervosas, provocando fraqueza muscular e, às vezes, paralisia. O Brasil trabalha com o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos para determinar se existe ligação entre as duas moléstias.

Marcos Boulos, infectologista, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria Estadual da Saúde (SES-SP) e conselheiro do Cremesp, afirma que há casos autóctones em vários municípios que demonstram que o Zika está circulando no Brasil. No Estado de São Paulo, o mosquito está presente na Capital, Bauru, Campinas, Piracicaba, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto e Sumaré. Ao lado do coordenador da Defesa Civil do Estado de São Paulo, José Roberto Rodrigues de Oliveira, ele comanda a sala de situação no combate ao Zika, dengue e chikungunya, mantendo contato direto com o Ministério da Saúde.

Infectologistas e profissionais envolvidos com saúde pública acreditam que o Carnaval trouxe mais casos da doença devido à grande aglomeração de pessoas desprotegidas e vulneráveis às picadas do mosquito. Também a maior­ quantidade de chuva e de lixo nas ruas aumentou as chances de potenciais criadouros. A esses fatores somam-se o maior número de relações sexuais sem proteção e risco de gestações indesejadas, justamente nos locais de maior incidência do vírus.

De acordo com Marcos Boulos, o Estado de São Paulo apresentou, até 12 de fevereiro de 2016, 63 casos de infecção pelo vírus Zika. Desses, 61 – 26 importados e 35 autóctones – foram confirmados, sendo 24 gestantes. Até esse período, foram notificados 149 casos de microcefalia no Estado, sendo que 119 estavam em investigação e 30 foram descartados. Haviam sido contabilizados 25 casos de microcefalia possivelmente associados ao Zika.

 


Mutirões

A SES-SP tem realizado mutirões em mais de 300 municípios paulistas, envolvendo agentes municipais de saúde, exército, Superintendência de Controle de Epidemias (Sucen), voluntários da defesa civil e comunidades religiosas, visitando casas e procurando focos do mosquito. Tem sido promovida a atividade educacional, ensinando a importância da prevenção à água parada dentro de casa e o combate à doença. Outras ações envolvem a “operação cata-bagulho”, eliminando lixões, pneus abandonados e outras intervenções que possam camuflar os criadouros do Aedes aegypti.

Uma medida provisória, de 29 de janeiro, possibilitou que os agentes de saúde tenham acesso a residências fechadas e nas que os moradores não permitam a entrada, visando debelar possíveis criadouros do Aedes. Cerca de 40% dos imóveis visitados pela Sucen encontram-se vazios ou abandonados.

 


Brasil e Estados Unidos estudam vacina

Os governos do Brasil e dos Estados Unidos anunciaram o desenvolvimento conjunto de uma vacina contra o Zika vírus. Mas, como se trata de uma preocupação global, outros países também poderão colaborar. O Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos reúne centros que já trabalham com o Brasil na vacina da dengue, em desenvolvimento pelo Instituto Butantã de São Paulo. No entanto, a expectativa é que ela esteja disponível apenas daqui a um ano.”Enquanto isso, a medida mais importante que temos para adotar é o combate ao vetor (mosquito Aedes aegypti), fazendo campanha junto à população para eliminar água parada onde o mosquito pode se reproduzir e cobrir águas armazenadas”, afirma Marcos Boulos, infectologista e coordenador de Controle de Doenças da SES-SP.


Diagnóstico

O infectologista Marcos Boulos explica que não há teste diagnóstico sorológico padronizado para o Zika vírus, e que o PCR detecta apenas a fase aguda da doença, não se prestando para o paciente que já teve a doença nem para o recém-nascido. Assim, o médico está sempre realizando diagnóstico de presunção (e não de certeza) e o governo trabalha com casos estimados. A sorologia, pelo Teste de Elisa, está em fase final de elaboração e provavelmente estará disponível ainda no mês de fevereiro.


Sintomas

Cerca de 80% das pessoas que contraem o Zika vírus não apresentam sintomas. Quando aparecem, os efeitos são relativamente leves e de curta duração, como febre baixa e exantema pelo corpo. Os óbitos em decorrência da doença são muito raros. Ainda não existe imunização disponível para a Zika (veja o box Brasil e EUA estudam vacina contra Zika).


Dengue

Transmitida pelo mesmo Aedes aegypti, a dengue avançou no Brasil em 2015, maior recorde da série histórica iniciada em 1990, ano da regulamentação do Sistema Único de Saúde (SUS), com 1.649.008 casos. Esse número representa um aumento de 178% em relação a 2014. A região Sudeste foi onde mais ficou evidenciada a concentração da doença, com 62,2% dos casos, principalmente em São Paulo. Houve 863 óbitos por dengue no ano passado, enquanto em 2014, foram 473 mortes.


Chikungunya

Foram notificados 20.661 casos de Chikungunya e três mortes em decorrência da doença em 2015 – duas na Bahia e uma em Sergipe – todas de idosos com outras doenças crônicas.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Pernambuco, investiga se o Zika vírus e a febre chikungunya também podem ser transmitidos pelo mosquito Culex, conhecido como muriçoca ou pernilongo. No caso da dengue, o período de incubação no inseto dura, em média, de 7 a 15 dias, quando só então ele passa a contaminar os humanos com a picada. No Zika, isso leva cerca de três dias. O vírus que utilizou como vetor o Culex já teve a circulação confirmada em 20 Estados brasileiros em um ano.


Teste rápido

A previsão é que o Ministério da Saúde distribua, a partir de fevereiro, as primeiras 50 mil unidades do kit NAT Discriminatório para dengue, Zika e chikungunya, produzidas pela Fiocruz. O teste permitirá o diagnóstico simultâneo das três doenças causadas pela contaminação do mosquito Aedes aegypti, apontando, em duas horas, qual a enfermidade que o paciente está acometido.



Não há tratamento específico para as 4 doenças





Fonte: Coordenação de Controle de Doenças da Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP)
1) Não há tratamento específico para nenhuma das doenças; 2) É recomendado o uso de meias e sapatos (mesmo no verão) durante o dia, período de maior incidência de picadas, e também de repelentes à base de icaridina ou DEET, uma vez ao dia, para imunodeprimidos, gestantes, idosos e turistas que irão ao Nordeste; 3) Nenhuma das quatro doenças são de notificação compulsória.

 


Notificação obrigatória

A notificação de casos de contaminação pelo Zika vírus passou a ser compulsória a partir de fevereiro. A medida do Ministério da Saúde (MS) tem por objetivo contabilizar os casos individuais e adotar uma contabilidade geral da doença no País. Anteriormente, o controle vinha sendo feito somente em relação aos casos de suspeita de microcefalia relacionados ao Zika. O MS informou também que deverá ser vetada a doação de sangue de pessoas que tenham tido Zika.

 


Alerta

As autoridades de saúde sugerem evitar as picadas dos mosquitos, usando blusas de mangas longas e calças compridas, meias, sapatos e se protegendo com repelente à base de icaridina ou dietiltoluamida (DEET). O governo de alguns países, inclusive, pede às mulheres que adiem voluntariamente seus planos de gravidez. Há suspeita de um caso nos EUA transmitido sexualmente por pessoa que voltava de um país atingido pela epidemia.

Estudos da Fiocruz levantaram inclusive a possibilidade (ainda não comprovada) de transmissão via oral do vírus pela saliva e urina porque o vírus foi encontrado nessas amostras com potencial de provocar infecção.

 

 


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