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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Diretoria da EPM


INTERNET (pág. 4)
Avanços tecnológicos a favor da Medicina


IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS (ISS) (pág. 5)
Projeto de Lei 268/2015


INSTITUIÇÕES DE SAÚDE (pág. 6)
Emílio Ribas - 135 anos


EPIDEMIA (pág. 7)
MERS-CoV


TRABALHO MÉDICO (pág. 8 e 9)
Violência contra profissionais de saúde


EXAME DO CREMESP (pág. 10)
Valorização da iniciativa


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Projeto educacional


EU, MÉDICO (pág. 12)
Medicina: aprendizado & convivência


JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Hospital São Paulo


EDITAIS (pág. 14)
Informações úteis ao profissional de Medicina


BIOÉTICA (pág. 15)
Dilema da Maioridade Penal


GALERIA DE FOTOS



Edição 327 - 07/2015

EXAME DO CREMESP (pág. 10)

Valorização da iniciativa


Avaliação ganha valor de mercado para hospitais e planos de saúde

Instituições pretendem adotar  Exame do Cremesp como critério para a contratação de médicos e seleção para Residência Médica
 

Hospitais de notória excelência em São Paulo, como Einstein e Sírio-Libanês, e empresas de saúde suplementar, como a Unimed, irão adotar o Exame do Cremesp como um dos critérios para a contratação de médicos. Além desses, a Secretaria Estadual de Saúde de SP e as faculdades de Medicina da USP, Unifesp, do ABC e a PUC de Campinas, também pretendem usar a nota do exame na seleção de seus programas de Residência Médica.

De acordo com Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp, o mercado tem valorizado a prova como importante fator de diferenciação entre os profissionais. “Os participantes erram questões básicas do exercício da Medicina em todas as edições do Exame. A ideia é se aliar aos empregadores para tentar barrar o ingresso de médicos com deficiência na formação acadêmica. Essa é uma maneira de proteger a população”, acredita.
 

Legislação

Nos dez anos de existência do Exame do Cremesp, foram reprovados mais da metade dos recém-formados em Medicina que pretendem atuar no Estado de São Paulo. O Cremesp é obrigado a fornecer registro profissional a todos os participantes da prova, mesmo os que são reprovados. Para conceder registro apenas aos aprovados, seria necessária a aprovação de uma lei federal, a exemplo do que acontece com o Exame de Ordem da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Outra tentativa seria a adoção do modelo por outros conselhos regionais de Medicina do País. Pelo menos cinco deles já se mostraram interessados nessa proposta.

O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Escolas Médicas (Abem) se opõem ao Exame do Cremesp, alegando que o ideal­ é a avaliação realizada durante o curso e não apenas no final. O Cremesp defende os dois formatos.

Luna comenta que iLuna comenta que o secretário da Saúde do Estado de SP, David Uip, avalia encaminhar à Assembleia Legislativa de São Paulo um projeto de lei que obrigue a aprovação de recémformados no Exame do Cremesp para o exercício profissional em nível estadual.
 

Sistemas de avaliação

O Ministério da Educação (MEC) já possui o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), mas que não tem sido efetivo para o fechamento de cursos sem condições de proporcionar boa formação médica. O CFM e a Abem irão criar um novo método de avaliação da qualidade das escolas de Medicina do País, o Sistema de Acreditação de Escolas Médicas (Saeme), iniciando por 20 instituições públicas e privadas de ensino.

O Cremesp não vê problemas em sistemas de acreditação. No entanto, em curto e médio prazos, considera mais efetivo para o enfrentamento da situação das escolas sem estrutura e condições necessárias para o ensino médico, o Exame do Cremesp. A prova, baseada em evidências científicas, tem demonstrado a má formação médica, dando uma resposta mais rápida sobre o sistema educa­cional médico brasileiro.

 


Políticas de saúde

Ministério da Saúde retoma diálogo com Cremesp

 


Chioro (ao centro da mesa): "Temos uma formação deficiente há, pelo menos, 20 anos"

 

“A população brasileira precisa decidir se quer um sistema universal de saúde como o SUS e qual seria o padrão para termos os recursos financeiros necessários ao seu financiamento”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante reunião plenária no dia 3 de julho, na sede do Cremesp. Estiveram presentes os presidentes do Cremesp, da Associação Paulista de Medicina (APM) e do Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e representante da Academia de Medicina de São Paulo.

O ministro discutiu temas relacionados à Saúde com todos os conselheiros, retomando o diálogo com o Cremesp.
 

Subfinanciamento

Chioro concordou com os conselheiros que há um problema crônico de subfinanciamento da Saúde, ressalvando que o problema não é de falhas na gestão. “Com o fim da CPMF, perdemos R$ 42 milhões destinados à saúde. Isso tem onerado ainda mais as prefeituras”, disse. Ele garantiu que o Ministério da Saúde tem honrado todos os pagamentos aos Estados e municípios.

Eder Gatti, presidente do Simesp,  mencionou ao ministro a crise de diversos serviços, como a Santa Casa e Unifesp, além de unidades em Osasco e Lençóis Paulista, que denotam o problema do subfinanciamento, além de vínculos precários ou falta de pagamento de salários aos médicos. O ministro não crê na viabilidade de um plano de carreira nacional, devido à legislação.


Formação

Chioro acha que o Ministério da Educação deve realizar processos de avaliação seriada dos alunos de Medicina, intervindo na formação. Ele julga que essa deve ser uma tarefa do MEC, do Ministério da Saúde e também das entidades médicas. “Temos uma formação deficiente há, pelo menos, 20 anos. Os Conselhos Regionais e as sociedades de especialidades podem ser efetivos e auxiliar nesse processo”, afirmou. Ele comentou que o CFM e AMB retomaram participação na Comissão Nacional de Ensino Médico para nortear a abertura de vagas em cursos de Medicina e identificar novas diretrizes curriculares.

“Foi uma plenária histórica em que um ministro da Saúde discutiu conosco, por quase três horas, as principais questões da Saúde de maneira aberta”, ressaltou Bráulio Luna Filho, presidente do Cremesp. No entanto, ele demonstrou sua preocupação a respeito da abertura de novas escolas privadas e questionou a capacidade do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão do MEC, em realizar uma avaliação adequada das escolas médicas. 

 

 


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