CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Stefan Cunha Ujvari
SAÚDE PÚBLICA (pág. 4)
Suspeitas de dengue podem ser chikungunya
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA (pág. 5)
Normatização para atendimento
ANUIDADE 2015 (pág. 6)
Desconto deve ser solicitado online
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Avaliação em nível nacional
SAÚDE SUPLEMENTAR (págs. 8 a 9)
Suspensão de atendimento
VETERANOS (pág. 10)
Reconhecimento
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Acessibilidade & Cidadania
CONSULTA (pág. 12)
Revalidação de diplomas
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Prontuário eletrônico
PROCESSO SELETIVO (pág. 14)
Bolsas de pesquisa
HOMENAGEM (pág. 15)
Adib Jatene
BIOÉTICA (pág. 16)
Ebola: atender ou não?
GALERIA DE FOTOS
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Avaliação em nível nacional
Participação de egressos de 17 Estados amplia discussão sobre obrigatoriedade da prova
Maioria dos egressos de escolas médicas entrevistados pelo Jornal do Cremesp apoia avaliação em nível nacional
Resultados do Exame deste ano serão divulgados em janeiro de 2015, pela Fundação Carlos Chagas
A participação de estudantes do sexto ano e recém-formados de Medicina de outros Estados no Exame do Cremesp e a boa receptividade entre os formados que realizaram a prova reforçam a tese do Conselho sobre a necessidade de discussão quanto à obrigatoriedade de uma avaliação em nível nacional.
Em sua 10ª edição, realizada no dia 19 de outubro – sendo a terceira obrigatória para obtenção do registro profissional em São Paulo –, o Exame contou com 3.446 inscritos, formandos em faculdades de Medicina em 17 Estados. Do total de inscritos, 3.360 realizaram a prova, sendo 3.154 de escolas de São Paulo e 206 de outros Estados (6,13%).
Nesse ano, os estudantes de Medicina do Estado de Minas Gerais tiveram a segunda maior participação no Exame do Cremesp, com 138 egressos de escolas dessa localidade, dos quais 122 fizeram a prova. O Paraná aparece em terceiro lugar, com 39 inscrições e apenas uma abstenção.
“A obrigatoriedade do exame para avaliar a qualidade da formação dos médicos deve ser amplamente discutida por diferentes setores da sociedade – incluindo estudantes, entidades médicas, escolas, parlamentares e Ministério da Educação (MEC) –, para que possamos chegar a um consenso quanto à sua formatação e implantação em nível nacional”, afirma o coordenador do Exame do Cremesp, Bráulio Luna Filho.
Balanço de 10 anos da prova revela deficiência na formação médica
Em seus dez anos de realização, a prova tem revelado uma grave deficiência na formação dos alunos e na qualidade das escolas de Medicina no País. Nas duas últimas edições em que a participação se tornou obrigatória para a obtenção do registro, mais de 50% dos formandos foram reprovados. Em 2012, das 2.411 participantes, 54,46% não passaram na avaliação. No ano seguinte, esse número foi ainda maior: das 2843 provas válidas, 59,23% não apresentaram índice satisfatório, ou seja, nota acima de seis.
Resultado 2014
Para o Exame deste ano, a previsão é que os resultados sejam divulgados em janeiro de 2015, pela Fundação Cargos Chagas.
Tanto a prova quanto o resultado farão parte dos demais documentos que compõem o prontuário médico, sob a guarda do Setor de Registro Profissional do Cremesp, e entregue somente por requisição do próprio participante.
As regras para realização do Exame foram criadas por uma Comissão Interna do Cremesp, em conjunto com a Fundação Carlos Chagas, responsável pela elaboração e aplicação das provas.
Ausentes devem apresentar justificativa para obter o registro
Os médicos que pretendem obter o registro profissional junto ao Cremesp, mas não puderam comparecer ao Exame, devem apresentar sua justificativa de ausência ao Conselho. Ela deverá ser apresentada por escrito, devendo constar a identificação e a assinatura do médico. É necessário juntar à justificativa os documentos que comprovem a ausência do participante, como atestado médico, declarações, comprovante de viagens etc.
Abertura de novos cursos de Medicina preocupa jovens médicos
A maioria dos participantes do Exame do Cremesp demonstrou preocupação com a abertura desenfreada de novos cursos de Medicina em todo o País, sem a devida infraestrutura, como hospital-escola e corpo docente qualificado, indispensáveis para uma boa formação médica.
Em função disso, muitos manifestaram interesse em que a prova seja aplicada em nível nacional – com nota de corte para o exercício profissional –, em moldes semelhantes aos da prova aplicada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
“É bom que seja obrigatório, a ideia de transformá-lo em modelo semelhante ao Exame de Ordem é boa, e deveria ser em nível nacional, com nota de corte”, declarou Francisco Sansone, da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
Cerca de 50 estudantes foram ouvidos após a realização da prova pelo Jornal do Cremesp e analisaram não só a abertura de novos cursos de Medicina autorizados pelo MEC como também o conteúdo do Exame e a obrigatoriedade de sua aplicação.
Novas escolas
Parte dos estudantes também consideram que a iniciativa do Cremesp é vital para a avaliação dos cursos que surgirem e dos que já são tradicionais. “A obrigatoriedade da prova para obtenção do registro é uma boa iniciativa, já que atualmente estão sendo abertos vários cursos de Medicina”, analisou Lucas Ribeiro, do Centro Universitário São Camilo, em São Paulo.
Os alunos demonstraram interesse em vincular o desempenho no Exame ao exercício profissional ou à disputa por vagas em Residência Médica: “acho um equívoco a obrigatoriedade do Exame sem que exista premiação ou nota de eliminação, porque quando é obrigatório e não conta nada, a maioria dos alunos não se empenha em querer passar”, observou Desiré Garcia, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.