CAPA
EDITORIAL (pág. 2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág. 3)
Stefan Cunha Ujvari
SAÚDE PÚBLICA (pág. 4)
Suspeitas de dengue podem ser chikungunya
URGÊNCIA E EMERGÊNCIA (pág. 5)
Normatização para atendimento
ANUIDADE 2015 (pág. 6)
Desconto deve ser solicitado online
EXAME DO CREMESP (pág. 7)
Avaliação em nível nacional
SAÚDE SUPLEMENTAR (págs. 8 a 9)
Suspensão de atendimento
VETERANOS (pág. 10)
Reconhecimento
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág. 11)
Acessibilidade & Cidadania
CONSULTA (pág. 12)
Revalidação de diplomas
JOVENS MÉDICOS (pág. 13)
Prontuário eletrônico
PROCESSO SELETIVO (pág. 14)
Bolsas de pesquisa
HOMENAGEM (pág. 15)
Adib Jatene
BIOÉTICA (pág. 16)
Ebola: atender ou não?
GALERIA DE FOTOS
SAÚDE PÚBLICA (pág. 4)
Suspeitas de dengue podem ser chikungunya
Médicos devem considerar chikungunya ao tratar suspeitas de dengue
Medida é recomendada pela Coordenadoria de Controle de Doenças devido à dificuldade no diagnóstico da doença
Uip: auxílio dos gestores municipais para políticas eficazes
no combate ao mosquito
Se o paciente está com suspeita de dengue e os exames não comprovam, a orientação aos profissionais de Saúde é que eles devem considerar que o caso apresentado possa ser chikungunya.
Essa orientação foi apresentada aos gestores municipais de Saúde no encontro promovido pela Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (CCD/SES), intitulado Novos e velhos desafios: o Estado de São Paulo prepara ações para o enfrentamento da dengue e chikungunya, realizado dia 13 de novembro, em São Paulo.
Marcos Boulos, infectologista, coordenador do evento e conselheiro do Cremesp, esclarece que essa medida está sendo adotada devido à dificuldade no diagnóstico da doença, que é feito “artesanalmente”. “Existe uma dificuldade no Brasil em implementar o exame comercialmente”, diz.
Para o infectologista, este é um momento importante para debater o tema por ser o início do calendário epidemiológico. “Não estamos otimistas com a impossibilidade de o chikungunya chegar a São Paulo, pois com a temporada de chuvas, os casos aumentarão, e é muito difícil diferenciá-la da dengue”.
Políticas públicas
David Uip, secretário estadual da Saúde, acredita que o aspecto epidemiológico do Aedes aegypti já é conhecido, porém as medidas adotadas não são suficientes porque a demanda é muito alta. “Apenas com o apoio dos municípios poderão existir políticas eficazes no combate ao mosquito”.
Giovanini Coelho, coordenador do Programa Nacional de Controle de Doenças do Ministério da Saúde, acredita que o fato de já existirem políticas públicas de combate à dengue no Brasil, indica que o enfrentamento ao chikungunya não será tão grave quanto o primeiro surto de dengue que ocorreu no Brasil em 1987. “Os outros países não possuem atividade de controle como há no Brasil. Podem não ser suficientes para impedir a proliferação do vírus, mas impactarão no combate ao chikungunya”, destaca.
“A dor articular nos casos da fase crônica do chikungunya pode durar até dois anos. No caso de grandes epidemias, não teremos hospitais suficientes para atender a demanda diária já existente, e também cuidar de novos pacientes em busca de atendimento”, analisa Boulos.
Ele também revela que, na Venezuela, a taxa de mortalidade do chikungunya é maior do que a de dengue. Porém, essa preocupação não deve ocorrer no Brasil, pois “apesar da dor ser intensa, o chikungunya não é uma doença grave”.
Também estiveram presentes Luis Antônio Peres, prefeito da cidade de Tapiratiba; José Fernando Casquel Monti, presidente do Conselho dos Secretários Municipais de Sáude do Estado de São Paulo (Consems/SP); e Dalton Pereira da Fonseca Junior, superintendente da Superintendência de Controle de Endemias (Sucen/SES).
Infestação
125 cidades têm alto risco de focos do Aedes aegypti
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa), do Ministério da Saúde (MS), apontou que 125 cidades brasileiras estão classificadas com alto risco de desenvolvimento do mosquito transmissor da dengue e da febre chickungunya, ou seja, a cada cem casas, quatro apresentaram focos do Aedes aegypti.
A maior preocupação é com o verão que se aproxima, pois a combinação de chuva e calor cria as condições ideais para a proliferação do Aedes aegypti, fazendo com que o número de focos do mosquito aumente em até 10%.
De acordo com o levantamento feito em 1.524 municípios, em outubro, Rio Branco é a única cidade que apresenta situação de risco, com um índice de 4,2% de pontos com focos do mosquito. Outras dez capitais estão em estado de alerta: Vitória, Cuiabá, São Luís, Aracaju, Porto Velho, Belém, Recife, Natal e Porto Alegre. A cidade de São Paulo está entre as 11 capitais que apresentam um índice satisfatório, junto com Curitiba, Florianópolis, Brasília, Campo Grande, Goiânia, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Macapá, Teresina e João Pessoa.
Ao todo, segundo o governo, 552 cidades foram classificadas como em situação de alerta, e mais 847 apresentaram um índice satisfatório.
Situação atual
Segundo o balanço epidemiológico, divulgado no início de novembro pelo MS, de janeiro a outubro deste ano, 556,3 mil casos de dengue já foram registrados no País. No mesmo período do ano passado, 1,4 milhão de casos foram confirmados.
Em relação à febre chikungunya, até o dia 25 de outubro, o MS registrou 824 casos da doença. O MS recomenda que, caracterizada a transmissão sustentada de chikungunya em uma determinada área , com a confirmação laboratorial dos primeiros casos, que os demais sejam certificados por critério clínico-epidemiológico. Ou seja, levando em conta sintomas apresentados e seu vínculo com pessoas que já contraíram a doença.
Campanha alerta para o combate ao Aedes aegypti
Uma nova campanha nacional de combate ao Aedes aegypti, sob o slogan O perigo aumentou. E a responsabilidade de todos também, foi lançada pelo Ministério da Saúde (MS) no dia 11 de novembro. O lançamento aconteceu após a apresentação dos resultados do LIRAa.
A intenção é conscientizar a população sobre a importância da prevenção ao mosquito – transmissor da dengue e da febre chikungunya – por meio de uma mobilização nacional no dia 6 de dezembro, com reforço em 7 de fevereiro de 2015.