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Nesta Edição
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CAPA

EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente


ENTREVISTA (pág.3)
Ives Gandra da Silva Martins


DROGADIÇÃO (pág.4)
Como superar o alcoolismo?


TRABALHO MÉDICO (pág.5)
Titulação obrigatória


SAÚDE PÚBLICA (pág.6)
Congresso discute o SUS


MOVIMENTO MÉDICO (pág.7)
Plano de Carreira de Estado


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.8)
Ato contra operadoras


ENSINO MÉDICO (pág.9)
Novo modelo de teste


INFORME TÉCNICO (pág.10)
Suspeita ou confirmação


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.11)
Aniversário da Academia de Medicina


COLUNA DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP


JOVEM MÉDICO (pág.13)
Termo de Consentimento Esclarecido


ELEIÇÕES CFM 2014 (pág.15)
Voto será obrigatório


BIOÉTICA (pág.16)
Pacientes pediátricos em fase terminal


GALERIA DE FOTOS



Edição 313 - 04/2014

DROGADIÇÃO (pág.4)

Como superar o alcoolismo?


Especialistas debatem estratégias para vencer o vício do álcool
 

Além de identificar a dependência, médicos podem contribuir com feedback, redução e prevenção dos abusos de álcool e drogas ilícitas

 


Laranjeira, Fontes, Sobrinho e Bass: recuperação de dependentes químicos

 

A bandonar o álcool e as drogas ilícitas é possível, com empenho pessoal e político, além de recursos que possibilitem a sustentação da recuperação. Essa foi a tônica dos discursos no 1º Simpósio Internacional dos Amigos dos Alcoólicos Anônimos (AA), com o tema Construindo Pontes para a Recuperação. O evento, realizado em parceria entre o AA do Brasil, a Coordenação de Políticas sobre Drogas do Estado de São Paulo e a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), lotou o auditório da Faculdade São Bento, no dia 15 de março.

O debate contou com a participação de Mário Sérgio Sobrinho, coordenador de Políticas sobre Drogas, da Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo; Olney Fontes, representante brasileiro dos Alcoólicos Anônimos; e Ronaldo Laranjeira, professor de psiquiatria da Unifesp e presidente da SPDM.

O ponto alto do encontro foi a palestra do norte-americano Ben Bass, diretor e porta-voz de várias organizações de apoio a dependentes do álcool e de drogas ilícitas (veja box). “O estigma mata os alcoólatras. Boa parte não procura ajuda para se livrar do vício por vergonha”. O ativista sugere estratégias que envolvam grupos de ajuda mútua; visibilidade pública e política; e divulgação de histórias de pessoas bem-sucedidas em recuperação, entre outras.

Em sua palestra, Laranjeira lembrou que, além da abordagem social, há a médica, com remédios e internação. Falou ainda sobre o programa Recomeço, o qual coordena para o governo do Estado, que oferece proteção e acompanhamento multiprofissional aos dependentes químicos e seus familiares.

 




Entrevista
O ativista Ben Bass relata parte de sua trajetória, com exclusividade, ao Jornal do Cremesp.


Como parar de beber?
Nos últimos 75 anos, o Alcoólicos Anônimos (AA) tem sido a principal forma para a recuperação do álcool. Mas há outras, como os Narcóticos Anônimos (NA), além de um evento significativo de vida, capaz de colaborar com a abstinência. Eu segui os 12 passos do AA e o “conselho” do meu chefe: ‘Ou fica sóbrio, ou cai fora’.

Depois da decisão, quais foram as principais mudanças em sua vida?
Criei sozinho minhas duas filhas. Descobri-me também um bom administrador, como diretor-executivo da El Paso Alliance and in Recovery, e diretor e porta-voz  do Faces and Voices of Recovery, entre outras organizações.

De que maneira os médicos podem ajudar pacientes com problemas com álcool?
A Screening, Brief Intervention, and Referral to Treatment (SBIRT, algo como Triagem, Breve Intervenção e Encaminhamento para tratamento) é uma intervenção poderosa, cuja proposta é identificar, reduzir e prevenir abuso e dependência de álcool e drogas ilícitas. Em uma conversa rápida em consultório ou sala de emergência, o médico pode incluir perguntas, do tipo:”quantas vezes por semana você bebe álcool?”, “Num dia típico, quantos drinques toma?”, “Qual foi o número máximo ingerido em qualquer dia do mês passado?”, permitindo a oferta de feedback, apoio e tratamento.

 


 

Plenária Temática

“A Bioética é filha da democracia”

Em sua conferência, catedrático português Rui Nunes demonstra que, apesar das especificidades de cada nação e cultura, existem valores universais na Bioética

 


Constantino, Ladislau e Nunes: valores universais


“Nem sempre há consenso e isso é parte da Bioética, pois o tempo das verdades absolutas já passou. A Bioética é filha da democracia”, afirmou o catedrático português Rui Nunes, diretor do Departamento de Ciências Sociais e Saúde da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP), durante conferência na plenária temática Ética em uma Sociedade Plural, no Cremesp, no dia 4 de abril. Ele citou como exemplos diferenças de pontos de vista em relação ao eventual valor absoluto da vida humana; quanto ao uso ético de embriões em estudos; e ao conceito de dignidade. Nunes foi recebido pelo presidente do Cremesp, João Ladislau Rosa, e pelo conselheiro Clovis Constantino.

Valores universais
O professor, também coordenador do curso de Doutoramento em Bioética da FMUP, trouxe opiniões sobre o que chamou de valores “universais” da Bioética, como o respeito à autonomia e justiça enquanto equidade.

Outros valores universais ressaltados pelo catedrático basearam-se na ética hipocrática de “fazer o bem e não fazer o mal”, além da Justiça enquanto equidade – teoria que teve entre os principais expoentes o filósofo John Rawls, que se propõe a distribuir entre pessoas um bem escasso.

“Tão grave quanto à falta de justiça é a justiça relativa”, reclamou, abordando situação que causou revolta de pacientes e familiares em instituições hospitalares de seu país, em que pessoas iguais em circunstâncias idênticas eram tratadas de formas diferentes, ou seja, algumas com privilégios.

Testamento vital
O catedrático propôs as Diretivas Antecipadas de Vontade (também conhecidas como Testamento Vital) ao governo português em 2006, por meio da Associação Portuguesa de Bioética. Depois de suscitarem um intenso debate nacional sobre a própria importância e a legitimidade, as Diretivas foram aprovadas por unanimidade pela Assembleia da República (o órgão legislativo do Estado português), tornando-se lei em 2012.

O Centro de Bioética do Cremesp disponibiliza entrevista exclusiva com o professor Rui Nunes no site www.bioetica.org.br.

 


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