CAPA
EDITORIAL (pág.2)
João Ladislau Rosa - Presidente do Cremesp
ENTREVISTA (pág.3)
Eleuses Paiva
EPIDEMIA (pág.4)
O avanço da dengue no país
ANUIDADES 2014 (pág.5)
Desconto para pessoas físicas é mantido
SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.6)
Honorários médicos: novidades à vista
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (pág.7)
O legado histórico da EPM
EXAME DO CREMESP (pág.8)
Avaliação obrigatória contou com mais de 3 mil participantes
EXAME DO CREMESP (pág.9)
Depoimentos dos estudantes
MAIS MÉDICOS (págs.10 a 11)
MPF e MPT investigam Mais Médicos
FISCALIZAÇÃO (pág.11)
Resolução CFM 2.056/13
COLUNA DOS CONSELHEIROS DO CFM (pág.12)
Artigos dos representantes de SP no Federal
AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.13)
Políticas públicas para cargos e salários
JOVENS MÉDICOS (pág.15)
O registro de títulos no Cremesp
BIOÉTICA (pág.16)
Conflitos de interesse
GALERIA DE FOTOS
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA (pág.7)
O legado histórico da EPM
Pioneira em hospital-escola e Residência Médica completa 80 anos
Edifício principal leva o nome do fundador da EPM
Modelo pedagógico brasileiro, a Escola Paulista de Medicina (EPM) completa 80 anos calcada na evolução de seus três pilares: a graduação com hospitalização do ensino médico; grade curricular incluindo novos conhecimentos, como Gestão em Saúde, Bioética e História da Medicina; e ensino médico total no Sistema Único de Saúde (SUS), voltado à sociedade.
Com tradição em pesquisa, a chegada da Biomedicina incrementou a produção científica, colocando a EPM entre as melhores escolas internacionais. Seus projetos assistenciais, como o Xingu – realizado com os índios há 50 anos na instituição – e nas áreas ribeirinhas da Amazonas, no qual médicos residentes vão até o local, para atendimento. Na mesma região, pós-graduandos também desenvolvem pesquisas sobre possíveis novas doenças.
As mais recentes parcerias da EPM foram com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), para inovação tecnológica, e com o Hospital de Câncer de Barretos, para intercâmbios profissionais.
Hospital-escola
Tendo o respaldo do Hospital São Paulo, os principais aspectos no ensino de graduação da EPM são baseados em leito, colocando o estudante diante da responsabilidade. Mas sempre com supervisão e ensino em ambulatórios. Nas aulas de Ética e Bioética, é reforçado o humanismo na Medicina, mostrando aos alunos que não existe doença, mas doentes. “As pesquisas sempre são feitas buscando responder a questões clínicas, fundamentais para aguçar o raciocínio e educar o aluno”, relata Antonio Carlos Lopes (foto ao lado), diretor da EPM/Unifesp.
A pós-graduação conta com dois prédios de pesquisa com ambulatórios equipados. “Disponibilizamos de equipamentos necessários para o aprendizado do estudante. O ensino baseado no mecanismo da doença é fundamental. O médico se diferencia no diagnóstico, e se iguala no tratamento”, diz Lopes.
A questão tecnológica nunca foi um problema para a EPM. Embora não tenha o aparato dos hospitais privados de ponta, Lopes considera um benefício para o aprendizado profissional: “serve como estímulo, para o médico desconfiar do exame do paciente, estimular o raciocínio e ouvir mais o paciente”, comenta.
Expansão contínua marca trajetória
As primeiras turmas da Escola Paulista de Medicina (EPM) foram iniciadas em 15 de julho de 1933, com 83 estudantes matriculados. Em 1936, havia 301 alunos, muitos deles transferidos de outras faculdades de Medicina do País e até mesmo do exterior. No mesmo ano, como um passo importante para a sua expansão, a EPM também saiu na frente na conquista de um hospital que pudesse preparar os futuros médicos. Foi inaugurado então o Hospital São Paulo (HSP), primeiro hospital-escola, cuja idealização se deu pelos fundadores da EPM. Outro marco nessa trajetória foi a criação da Residência Médica, em 1957, pioneira na esfera federal.
Com o tempo, a EPM se expandiu, na década de 1960, com a criação de cursos de Ciências Biológicas – Modalidade Médica, para a formação de pesquisadores e docentes nas áreas básicas da Medicina; Fonoaudiologia, em 1968; e o curso de Ortóptica, em 1970, depois transformado em Tecnologia Oftálmica, ao qual se agregaram novas especialidades, atualmente denominadas Tecnologias em Saúde.
A pós-graduação ganhou corpo em 1969 e dois anos depois se institucionalizava com defesas de teses de doutorado e uma dissertação de mestrado. Atualmente, a EPM possui 35 cursos que contemplam graduação, doutorado e mestrado acadêmicos e profissionais.
Antes da EPM
A única opção em território paulistano para os estudantes que quisessem seguir carreira médica, de 1912 a 1933, era a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), que oferecia apenas 70 vagas a cada vestibular. Sabendo que a demanda de estudantes era muito superior ao oferecido e ao potencial do Estado, um grupo de 33 professores, liderado por Octávio de Carvalho, e 119 candidatos excedentes do vestibular da FMUSP, começaram a realizar encontros para implantar um segundo curso de Medicina em São Paulo. Dessa ideia, nasceu a EPM, no dia 1º de julho de 1933.
Transformação em universidade
Décadas antes de se integrar à Unifesp, várias tentativas foram realizadas para transformar a EPM em universidade. Entre os anos 1961 e 1964, a Escola foi associada à Universidade Federal de SP (UFSP), instituição que se incluiu temporariamente a outras entidades do ensino superior do Estado. Em meados de 1970, um projeto de lei transformaria a EPM na Universidade de Ciências Biológicas e da Saúde, sem sucesso. Somente em 15 de dezembro de 1994 foi aprovada a criação da Universidade Federal de São Paulo, que incorporou a escola e seus cursos, tornando-se a primeira faculdade especializada na área da Saúde. Em 2011, já com novo estatuto, a EPM obteve sua identidade como Unidade Universitária do Campus São Paulo.