CAPA
CARTA AOS BRASILEIROS (pág.2)
Entidades médicas direcionam carta à população sobre medidas do Governo
ENTREVISTA (pág.3)
Florisval Meinão
MOVIMENTO MÉDICO (pág.4)
Medidas do Governo Federal
MOVIMENTO MÉDICO (pág.5)
Milhares de médicos protestam na capital paulista
MOVIMENTO MÉDICO (pág.6)
Programa Mais Médicos
MOVIMENTO MÉDICO (pág.7)
Revalida obrigatório no Estado
MOVIMENTO MÉDICO (págs. 8 e 9)
Medicina 8 anos
ATO MÉDICO (pág.10)
Ato Médico
REGIONAIS (pág.11)
Novas instalações das regionais no interior
VIII Seminário Médico-Mídia (pág.12)
Telemedicina & Telessaúde
SAÚDE PÚBLICA (pág.13)
O tratamento da tuberculose entre profissionais da saúde
BIOÉTICA (pág.16)
Remuneração permitida
GALERIA DE FOTOS
MOVIMENTO MÉDICO (pág.4)
Medidas do Governo Federal
Programa Mais Médicos gera onda de protestos
Congresso Nacional e STF podem inviabilizar a MP
Universidades já se manifestaram contra a medida
Desde que foi lançado pelo governo federal, no dia 8 de julho, o programa Mais Médicos, instituído pela medida provisória (MP) 621 da Presidenta da República, Dilma Rousseff, e regulamentado por portaria conjunta dos ministérios da Saúde e da Educação, desencadeou uma série de protestos (ver páginas seguintes) por todo o País.
Além de passeatas com milhares de médicos, convocadas pelos conselhos, sindicatos e associações, o programa desagradou deputados e senadores, que apresentaram 548 emendas à MP. Decorridos 120 dias em tramitação no Congresso Nacional, a MP perderá sua validade caso não seja votada.
Os dois pontos mais polêmicos do texto são a instituição do serviço obrigatório no SUS por dois anos, para os estudantes de Medicina que começarem o curso a partir de 2015; e a atuação de médicos formados no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma. A MP também trata da ampliação de vagas de graduação em Medicina e de Residência Médica.
Foram lançados três editais do programa Mais Médicos: para atração de médicos; para adesão dos municípios que desejam recebê-los; para selecionar as instituições de ensino supervisoras do programa.
No dia 18 de julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, havia dado prazo de 10 dias para que a Presidência da República enviasse esclarecimentos, para embasar julgamento, que deve ocorrer em agosto, de um mandado de segurança contra o programa Mais Médicos, sob alegação de que não havia urgência para que o tema fosse tratado em medida provisória . Outras ações judiciais contra a MP seriam movidas em conjunto pelas entidades médicas nacionais (AMB, CFM, FENAM) e OAB-Federal.
Médico estrangeiro será dispensado do Revalida
Sem
direitos trabalhistas
As inscrições para o Mais Médicos ficam abertas até 25 de julho. Os médicos participantes receberão bolsa federal de R$ 10 mil, paga pelo Ministério da Saúde, sem direitos trabalhistas, como 13º salário, FGTS e horas extras. Será aceita a participação de médicos formados no Brasil , brasileiros formados no exterior e estrangeiros, que só serão chamados a ocupar os postos não preenchidos pelos brasileiros. Na sua primeira semana, o Programa havia registrado 11.701 médicos e 753 municípios inscritos. Do total de profissionais que deram início ao cadastro, 9.366 se formaram no Brasil e 2.335 no exterior, 10.786 são de nacionalidade brasileira e 915 estrangeiros.
Sem
estrutura para mais vagas
Além da instituição, a partir de 2015, do serviço obrigatório no SUS por dois anos – o que levará à ampliação do curso de Medicina de seis para oito anos –, foi anunciada a criação de 11.447 novas vagas de graduação até 2017, sendo que 6.887 deverão ser abertas até o fim de 2014. Sem terem sido consultadas previamente, varias universidades já se manifestaram contrárias à medida (Veja mais às páginas 8 e 9)
Também foram prometidas 12.372 novas vagas de Residência Médica até 2017, das quais 4 mil até 2015. A prioridade é nas especialidades de pediatria, medicina da família e comunidade, anestesiologia, cancerologia, cardiologia, cirurgia, clínica médica, neonatologia, medicina de urgência, neurologia, obstetrícia e ginecologia, ortopedia e traumatologia e radioterapia.
Com essa oferta, segundo o governo, será possível zerar o déficit anual de vagas. Atualmente, são 11.468 vagas de residência para 15 mil formandos em Medicina. A expansão não foi discutida com as universidades, hospitais e instituições, que já têm dificuldade de estrutura para manter os atuais programas de Residência.
Sem
revalidação
O médico estrangeiro será dispensado do Revalida e, segundo o governo, fará um curso de capacitação de três semanas. Ele deve ter conhecimento de língua portuguesa e terá seu trabalho – jornada de 40 horas – supervisionado por uma universidade pública, por secretarias de saúde e pelo Telessaúde (orientação à distância).
O governo não esclareceu como será a possível admissão no Programa, de brasileiros formados no exterior (em Cuba, Bolívia, Argentina etc) e que não conseguiram revalidação. Atualmente, sem revalidação e sem registro no CRM, se atuarem no atendimento de pacientes, eles podem ser enquadrados criminalmente por exercício ilegal da Medicina.