PESQUISA  
 
Nesta Edição
Todas as edições


CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Beatriz Rodrigues Abreu da Costa, presidente da ANMR


MELHORES MÉDICOS (pág.4)
Premiações ferem o Código de Ética


SAÚDE SUPLEMENTAR (pág.5)
Entidades médicas propõem melhorias para o cooperativismo


ATUALIZAÇÃO PROFISSIONAL (pág.6)
AMB apresenta diretrizes para revalidação de título de especialista


EXAME DO CREMESP (pág.7)
Entidades manifestam apoio à obrigatoriedade


EXAME DO CREMESP (pág.8)
Escolas médicas aprovam decisão


EXAME DO CREMESP (pág.9)
Prova manterá nível de dificuldade das versões anteriores


HONORÁRIOS MÉDICOS (pág.10)
Médicos paralisam atendimento aos planos de saúde em 6 de setembro


AGENDA DA PRESIDÊNCIA (pág.11)
Toma posse nova diretoria do Sindimed


COLUNA CFM (pág.12)
Artigos dos representantes do Estado de São Paulo no Conselho Federal de Medicina


PEMC (pág.13)
Atualização profissional promovida pelo Cremesp na capital e no interior


BIOÉTICA (pág.15)
A judicialização da saúde no banco dos réus


HOSPITAIS FILANTRÓPICOS (pág.16)
Santas Casas pedem socorro


GALERIA DE FOTOS



Edição 295 - 08/2012

ENTREVISTA (pág. 3)

Beatriz Rodrigues Abreu da Costa, presidente da ANMR


“O Provab é um tapa-buraco com mão de obra de recém-formados”

“É a Residência que dá qualidade à formação do médico

A precarização do sistema público de saúde inclui a situação dos médicos residentes, que muitas vezes fazem o atendimento sem preceptoria ou condições adequadas.  Nesta entrevista ao Jornal do Cremesp, Beatriz Rodrigues Abreu da Costa, presidente da Associação Nacional dos Médicos Residentes (ANMR), relata a dificuldade enfrentada no atendimento das reivindicações junto ao governo e critica ações como o Provab, que encaminha recém-formados a regiões remotas do país, em troca de bônus na prova de Residência Médica. Eleita em janeiro deste ano, Beatriz é R3 em Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Municipal Raphael de Paula Souza e da Maternidade Leila Diniz, no Rio de Janeiro.

 

Qual a situação dos médicos residentes no sistema público de saúde?
Temos cerca de 26 mil médicos cursando Residência no país. São eles que fazem a maioria dos atendimentos no SUS, uma vez que o sistema conta com poucos médicos. Para isso, recebem bolsa de R$ 2.384,82 mensais por uma carga horária de 60h semanais. Com a greve de 2010, tivemos um aumento de cerca de 22%, que não cobriu as perdas salariais. Nos hospitais públicos em que há Residência médica, existe o caos, mas esta ainda é a melhor forma de gerar médicos especialistas de qualidade. Os hospitais e serviços que têm Residência médica possuem melhor qualidade e, ainda, produção científica.

O que a ANMR tem reivindicado?
Temos brigado por melhores condições para que o médico possa atuar no SUS. A ANMR protocolou, em maio, junto ao MEC, pedido oficial para a reativação de um grupo de trabalho e discussão da pauta conquistada na greve e que não foi cumprida. Queremos reajuste da bolsa, que não custeia nossa subsistência e nos leva a ter outro emprego; moradia, que ainda não é uma realidade em todo o país; e valorização da preceptoria, já que apenas alguns professores titulados ganham bônus. As residentes grávidas têm direito à reposição do afastamento pelos seis meses da licença maternidade, mas, depois, têm de ser mães, fazer a Residência e ter mais um emprego, situação que seria minimizada se a bolsa fosse mais justa.

A Associação dos Médicos Residentes do Estado de São Paulo (Ameresp) tem denunciado assédio moral às médicas residentes. Isso é comum?
Recebemos essas denúncias de ambos os sexos. A Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM) realiza averiguação in loco da denúncia e, em muitos casos, o residente ingressa também com processo judicial. Se for julgado procedente, a CNRM dá continuidade, encaminhando também aos órgãos cabíveis. A ANRM  representa os residentes na CNRM e estimula denúncias identificadas. O que acontece é que, muitas vezes, no assédio moral, o  residente, por medo de se expor, não denuncia, ou o faz de forma anônima, e  não temos como agir no foco do problema. 

Deveria existir uma vaga de Residência para cada médico formado? 
Seria o ideal, mas não com tantas escolas sendo abertas sem qualidade de ensino. Queremos melhor qualidade da Residência Médica e abertura de novas vagas, desde que cumpram os critérios estabelecidos pela CNRM.

A Residência pode ser vista como uma forma de suprir a má-formação na graduação?
É a Residência que dá qualidade à formação do médico. Porém a que algumas escolas médicas oferecem pode prejudicar o seu ingresso na Residência.

Há vagas de Residência ociosas em alguns programas no país, mas não existem vagas para todos que se formam. Por quê? 
Em algumas especialidades, a ociosidade chega a 70%, como em Medicina da Família e Comunidade, Pediatria e Ginecologia, porque não há incentivo. O governo ampliou as vagas em áreas estratégicas para o SUS, com o Programa Pró-Residência, e a ociosidade se manteve. Ao mesmo tempo, tem crescido a procura por Cirurgia Plástica e Dermatologia, áreas consideradas mais rentáveis. O quadro está agravado porque paga-se cada vez menos e exige-se carga horária maior.

Qual a posição da ANRM sobre o Programa de Valorização do Profissional da Atenção Básica (Provab)?
A proposta do governo não leva em conta a qualidade da formação. Em vez de dar condições para os médicos de Saúde da Família atuarem fora dos grandes centros, adota o discurso da falta de profissionais para alocar residentes no lugar deles. O Provab é apenas um tapa-buraco com mão de obra de recém-formados, muitas vezes despreparados, em troca de um bônus na prova de Residência. Somos contra essa bonificação. A ANMR, ABEM, CFM e Fenam fazem parte de um grupo de avaliadores do Provab, porém há vieses que tentamos discutir com o Ministério da Saúde, como a falta de reuniões e de transparência nos dados dos participantes do programa. Não temos acesso aos nomes e nem onde estão alocados. Muitos estão sozinhos, sem preceptores.

Concorda com a flexibilização na validação de diplomas estrangeiros, com a possível mudança do Revalida?
Não. O atual Revalida é a melhor maneira de avaliar médicos com diplomas estrangeiros, formato defendido por todas as entidades médicas.

O Exame do Cremesp pode contribuir para trazer qualidade às escolas?
A atual Resolução do Cremesp é boa porque o formando tem de realizar essa avaliação para obter o registro. Mas, no caso de uma futura obrigatoriedade de passar na prova, o que fazer com quem estudou seis anos de graduação e não consegue atuar na profissão? A avaliação das escolas médicas deve ser feita pelo MEC durante o curso de Medicina, para que alunos e faculdades se adequem, sejam fiscalizados e que o ensino seja melhor. A ANMR começou recentemente a discutir esse assunto em todo o país.

 



Este conteúdo teve 107 acessos.


CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE SÃO PAULO
CNPJ: 63.106.843/0001-97

Sede: Rua Frei Caneca, 1282
Consolação - São Paulo/SP - CEP 01307-002

CENTRAL DE ATENDIMENTO TELEFÔNICO
(11) 4349-9900 (de segunda a sexta feira, das 8h às 20h)

HORÁRIO DE EXPEDIENTE PARA PROTOCOLOS
De segunda a sexta-feira, das 9h às 18h

CONTATOS

Regionais do Cremesp:

Conselhos de Medicina:


© 2001-2024 cremesp.org.br Todos os direitos reservados. Código de conduta online. 330 usuários on-line - 107
Este site é melhor visualizado em Internet Explorer 8 ou superior, Firefox 40 ou superior e Chrome 46 ou superior

O CREMESP utiliza cookies, armazenados apenas em caráter temporário, a fim de obter estatísticas para aprimorar a experiência do usuário. A navegação no site implica concordância com esse procedimento, em linha com a Política de Cookies do CREMESP. Saiba mais em nossa Política de Privacidade e Proteção de Dados.