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CAPA

EDITORIAL (pág. 2)
Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


ENTREVISTA (pág. 3)
Renato Azevedo Júnior


CADASTRO DOS MÉDICOS (pág. 4)
CNES deve ser atualizado periodicamente pelo empregador


MOVIMENTO MÉDICO (pág. 5)
SDE impede que médicos lutem por seus direitos frente a operadoras de saúde


ATIVIDADES (pág. 6)
Seminário SUS – Financiamento e Gestão


PESQUISA (pág. 7)
Pesquisa Datafolha mostra relação positiva dos médicos com a Casa


POSSE (págs. 8 e 9)
Diretoria apresenta as prioridades para os próximos 15 meses


ÁREAS REMOTAS (pág.10)
A atuação de profissionais em áreas de difícil acesso


VIOLÊNCIA INFANTIL(pág. 11)
Portaria nº 104 obriga a notificação de maus tratos, suspeitos ou confirmados


COLUNA DO CFM (pág. 12)
Canal de comunicação dos representantes de São Paulo no CFM


ENSINO MÉDICO (pág. 13)
A regulamentação de novos cursos de Medicina


LEGISLAÇÃO(pág. 14)
Resolução Normativa ANS nº 124


ÉTICA E BIOÉTICA(pág. 15)
Questões recorrentes ainda permanecem suspensas


SIMPÓSIO (pág. 16)
Maior segurança para o profissional que utiliza o ambiente virtual


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Edição 281 - 05/2011

EDITORIAL (pág. 2)

Renato Azevedo Júnior - Presidente do Cremesp


Editorial

A força da unidade médica

Somente unidos, mobilizados e dispostos a lutar por nossos direitos poderemos conseguir avanços e fortalecer a profissão.


Lançamos a campanha “Luto Pela Saúde”, em São Paulo, no dia 11 de maio, numa resposta indignada do Cremesp ao posicionamento da Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, contrária ao movimento dos  médicos que buscam ser valorizados e  respeitados pelos planos de saúde.

Neste momento em que os médicos são ameaçados em sua liberdade de expressão e no seu direito de organização coletiva, é também a hora de reafirmar que não renuncia¬remos às nossas obrigações e compromissos na defesa dos interesses da sociedade e da classe médica.

O sucesso da paralisação nacional do dia 7 de abril deu visibilidade a uma realidade insustentável, denunciou ao país a caótica relação entre as operadoras de planos de saúde e os médicos e desencadeou debates construtivos sobre os rumos do sistema de saúde brasileiro, mas também incomodou muitos daqueles que historicamente não têm se colocado ao lado dos médicos.

Daí a importância de demonstrarmos a força de nossa unidade. Em 2003, surgiu em São Paulo um movimento chamado Unidade Médica, que por duas vezes – naquele ano e em 2008 – disputou e venceu pelo voto direto dos médicos as eleições da maior entidade médica estadual do país: o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, que, juntamente com as demais entidades médicas estaduais, tem encaminhado as principais lutas do movimento médico.

Nacionalmente, essa parceria vitoriosa foi acompanhada da unidade e da atuação, cada vez mais conjunta e articulada, das três entidades médicas nacionais – AMB, CFM e Fenam.

Passou a prevalecer um ideário comum, embora não tenha se efetivado a criação de uma “Ordem dos Médicos”, como alguns defendiam, devido às implicações legais e à necessidade de manutenção das especificidades e autonomia de cada instituição.

A defesa intransigente do exercício ético da medicina e de uma adequada formação médica e a luta pela valorização do médico que atua no sistema público e na saúde suplementar mantiveram unidas as entidades nacionais, com repercussão em todos os Estados.

Conselhos, sindicatos, associações médicas, academias e sociedades de especialidades conformam uma verdadeira rede que é acionada em momentos estratégicos e vitais do movimento médico.

Os adversários são muitos e poderosos. Entre eles, destacam-se os exploradores do trabalho médico, como as empresas de planos de saúde que, sob o olhar beneplácito da agência estatal reguladora e das autoridades públicas, desrespeitam o real valor da nossa profissão. No SUS, nos três níveis de governo, não é diferente. Os gestores praticam uma remuneração ridícula, mantêm contratos precários e temporários, ignoram a carreira de médicos, não consideram a saúde como prioridade e não investem recursos suficientes. E, ainda, alguns maus empresários da educação insistem em oferecer cursos de Medicina de péssima qualidade e cobram mensalidades caríssimas com a conivência e cumplicidade de autoridades e políticos de todos os matizes.

Os médicos de São Paulo têm que saber que somente unidos, mobilizados e dispostos a lutar por nossos direitos – em prol da saúde do povo brasileiro, juntamente com outros setores da sociedade – poderemos conseguir avanços. O momento é de fortalecer nossa profissão, aprimorar o SUS e exigir respeito na saúde suplementar. Só assim, será possível oferecer melhor assistência médica à população. Unidos, talvez consigamos esses objetivos. Desunidos, jamais.

A divisão do nosso movimento não nos interessa, muito menos à sociedade, que confia nos médicos e espera as melhores respostas às necessidades de saúde. Por isso, é nosso dever e responsabilidade manter a unidade acima de disputas políticas sem relação com o movimento médico, acima de vaidades e de projetos pessoais e de interesses outros que não sejam o da saúde da população brasileira.

A adesão dos médicos à unidade e condução responsável de suas entidades representativas, a coesão em prol da saúde do povo brasileiro e a parceria consolidada com a opinião pública e outros setores da sociedade são os ingredientes de uma nova fase do movimento médico brasileiro.

O fortalecimento da nossa profissão está diretamente ligado à contribuição dos médicos para o avanço do SUS e a qualificação da saúde suplementar. Médicos bem formados, remunerados e com condições de trabalho constituem um dos principais patrimônios de uma nação que deseja oferecer assistência médica de qualidade e garantir boa saúde á sua população.


Renato Azevedo
Presidente do Cremesp



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