CAPA
EDITORIAL (pág. 2))
Nossos votos para que 2011 seja um ano com saúde, conquistas e realizações
ENTREVISTA (pág. 3)
Luiz Fernando Ferraz da Silva, coordenador do Bandeira Científica
EVENTOS 1 (pág.4)
Cremesp debate atualizações do CEM sob a forma de palestras
EVENTOS 2 (pág.5)
Eventos sobre urgência e emergência aconteceram na capital e no interior
GERAL 1 (JC pág. 6)
Veja opções de pagamento (pessoa física e jurídica)
ATIVIDADES 1 (pág. 7)
Encontro apresentou dados de pesquisa Datafolha encomendada pela Casa
EXAME DO CREMESP (pág. 8)
Iniciativa confirma urgência na qualificação do ensino da Medicina no Estado
PLANOS DE SAÚDE (pág. 10)
Coletiva de imprensa: seguradoras não priorizam os profissionais
SAÚDE MENTAL (pág. 11)
A abordagem multidisciplinar no tratamento do paciente psiquiátrico
GERAL 2 (pág. 12)
Lei do Ato Médico e a normatização de procedimentos exclusivos da Medicina
COLUNA DO CFM (pág. 13)
Canal de comunicação dos representantes do Estado no CFM com médicos e sociedade
ALERTA ÉTICO (pág. 14)
Análises do Cremesp ajudam a prevenir falhas éticas causadas pela desinformação
GERAL 3 (pág. 15)
Destaque para a presença do Cremesp em almoço oferecido à presidente eleita
GALERIA DE FOTOS
EXAME DO CREMESP (pág. 8)
Iniciativa confirma urgência na qualificação do ensino da Medicina no Estado
Resultados do Exame do Cremesp apontam falhas no ensino médico
43% dos 533 participantes foram eliminados na 1ª fase; e 68%, na 2ª etapa
Da esq. p/a dir.: Azevedo e Luna Filho durante coletiva sobre os resultados do Exame
O Exame do Cremesp, que avalia o desempenho dos estudantes do sexto ano de medicina ou recém-formados das escolas médicas paulistas, mostrou que 43% dos 533 participantes foram eliminados na primeira fase da prova objetiva e eliminatória. Já 68% dos 264 participantes da segunda fase não atingiram a nota mínima estabelecida pelo Cremesp. Os dados foram apresentados por Renato Azevedo, presidente em exercício do Conselho, e por Bráulio Luna Filho, conselheiro e coordenador do Exame do Cremesp, durante coletiva de imprensa, realizada na sede do Cremesp, no dia 16 de dezembro.
“Somos favoráveis à realização de um exame obrigatório no final do curso para todos os estudantes de medicina por instituição externa à universidade, o que não exclui outras formas de avaliação, como o exame de progresso no 2º, 4º e 6º anos”, afirma Azevedo.
Realizado pelo sexto ano, o Exame é constituído de uma prova objetiva, eliminatória, seguida de prova prática que simula situações de atendimento médico. O Exame de 2010 apontou um índice de aprovação maior (57%) de alunos na primeira fase em relação aos últimos três anos anteriores, mas por outro lado, houve reprovação maior (68%) em relação aos últimos cinco anos.
Luna Filho ressalvou que o exame não é obrigatório, mas de caráter voluntário. Além disso, há que se considerar que houve uma diminuição do número de participantes e com mais alunos de escolas particulares que públicas, enquanto nos anos anteriores foi o contrário. Ele lembrou ainda que das 30 escolas médicas do Estado de São Paulo, alunos de três delas não formaram as primeiras turmas. Isso significa que dos 2,3 mil estudantes que se formam nas 27 escolas de medicina por ano, apenas cerca de 23% realizam o exame. “Pelo fato de o exame não ser obrigatório, a distribuição dos participantes não é homogênea entre os cursos de medicina. Não é possível, portanto, estabelecer um ranking de desempenho das escolas. O número reduzido de participantes de várias escolas não permite avaliar o desempenho individual das instituições”, avalia.
“Um dos fatores do aumento de denúncias no Cremesp é a má formação médica”, aponta Luna Filho. Ele diz que em vários países, como Estados Unidos, Canadá e Austrália, há obrigatoriedade na adesão ao exame, cuja aprovação é condição básica para obter o diploma por uma escola médica.
A prova objetiva da primeira fase tem 120 questões distribuídas em nove áreas básicas de conteúdo. A nota considerada de corte é 6. Ou seja, para passar à segunda etapa, quando é aplicada a prova prática, é preciso acertar o mínimo de 60% (ou 72 questões).
Em 2010, a média obtida pelos presentes foi acerto de 74,5 pontos, dentre as 120 questões. O participante com nota mínima acertou 39 questões, e a maior nota foi o acerto de 107 questões.
Índice de reprovação
Embora o índice de reprovação na primeira etapa tenha diminuído em 2010, se comparado aos três anos anteriores, a segunda fase registrou o pior resultado desde a criação do Exame do Cremesp, há seis anos.
Podem ter contribuído para o elevado índice de reprovação na segunda fase, em 2010, o perfil dos participantes (menor participação de formandos de escolas tradicionais) e o teor de algumas questões (por terem sido selecionadas entre as melhores questões de anos anteriores, podem ter apresentado maior grau de dificuldade).
Estiveram representados no último Exame do Cremesp 23 cursos de medicina, dentre os 27 com alunos formados em 2010. Não participaram do Exame do Cremesp formandos de quatro escolas: Universidade Federal de São Carlos (Ufscar), Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Centro Universitário Barão de Mauá - Ribeirão Preto e Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – USP.
Neste ano participaram do Exame 17 formandos de outros Estados, que não foram considerados na tabulação final dos resultados.
Alunos participam da 2ª fase do Exame do Cremesp
Segunda fase reprovou 68% dos participantes
Baixo desempenho em Ciências Básicas e Clínica Médica
O desempenho dos participantes na primeira fase pode ser medido conforme áreas do conhecimento médico. Abaixo de 60% de acertos, o resultado por área de conhecimento é considerado insatisfatório. O Exame do Cremesp de 2010 demonstrou que há deficiências na formação dos participantes em campos essenciais da medicina.
Chamou a atenção o baixo índice de acertos em Ciências Básicas (54,14% de acertos), Saúde Pública/Epidemiologia (54,78%) e Clínica Médica (56,77%), especialidade que concentra a solução de muitos problemas de saúde da população.
Em 2010 o desempenho geral acima de 60% na primeira fase ocorreu nas áreas de Bioética, Saúde Mental, Clínica Cirúrgica, Ginecologia, Obstetrícia e Pediatria.
Participantes erram em situações comuns na prática médica
Questões que tiveram baixo índice de acertos podem revelar a falta de conhecimento dos participantes na solução de eventos frequentes no cotidiano da prática médica. Muitos daqueles que participaram da primeira fase do Exame do Cremesp de 2010 desconhecem o diagnóstico ou o tratamento adequado de problemas de saúde comuns e de doenças como sífilis, hanseníase e tuberculose.
Plenária divulga nota sobre avaliação do ensino médico
Em Sessão Plenária, realizada em 14 de dezembro de 2010, o Cremesp deliberou o seguinte posicionamento sobre a avaliação do ensino médico:
1 - O Cremesp defende a necessidade de um exame obrigatório ao final do curso de Medicina, realizado por instituição externa às escolas médicas;
2 - O Cremesp entende que o exame terminal obrigatório não exclui a proposta, a ser encaminhada ao MEC pelas entidades médicas, de exame de progresso ou sequencial ao longo do curso de Medicina (2º, 4º e 6º anos), realizado por instituição externa às escolas médicas;
3 - Solicita a participação de um representante do Cremesp na Comissão Nacional das entidades médicas que discute, junto ao MEC, a avaliação da graduação em Medicina.
Pela primeira vez, em seis anos, foi alto o índice de reprovação na segunda etapa: 68% (179 participantes dentre os 264 que realizaram a segunda fase) acertaram menos de 60% das questões, nota de corte utilizada pelo Cremesp para aprovação no Exame. Em 2009, nove participantes (4%) foram reprovados na segunda fase; em 2008, 26 participantes (10%) não passaram na etapa final.