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CAPA

EDITORIAL (JC pág. 2)
Gripe A - "O comportamento dos médicos paulistas tem sido exemplar" - Henrique Carlos Gonçalves


ENTREVISTA (JC pág. 3)
Walter Manna Albertoni, reitor da Unifesp, avalia o ensino médico no país


ATIVIDADES 1 (JC pág. 4)
Público recorde acompanhou a 34ª edição do Fórum sobre Publicidade Médica


ATIVIDADES 2 (JC pág. 5)
Conselheira assume a secretaria executiva da Comissão Nacional de Residência Médica


GERAL 1 (JC pág. 6)
CVS e CVE orientam médicos e profissionais de saúde no atendimento a casos suspeitos de H1N1


ELEIÇÃO CFM (JC pág. 8)
Desiré Callegari e Renato Françoso representam nosso Estado no Conselho Federal


ÉTICA & JUSTIÇA (JC pág. 10)
O desagravo público do médico está normatizado pela Resolução CFM 1.899, de junho 2009


GERAL 2 (JC pág. 11)
Destaque para a história de vida do cirurgião geral paulista Sérgio Bonanno


GERAL 3 (JC pág. 12)
Sisrel: novo sistema de cobrança terá impacto positivo nos recursos do sistema público de saúde


CFM (JC pág. 13)
Espaço reservado para comentários dos conselheiros Clóvis Constantino e Isac Jorge


ALERTA ÉTICO (JC pág.14)
Aproveite as análises realizadas pelo Cremesp e previna falhas éticas causadas pela desinformação


GERAL 3 (JC pág. 15)
PESC: desde seu lançamento, a iniciativa já beneficiou várias comunidades, especialmente as carentes


ESPECIALIDADES (JC pág.16)
JC dá continuidade à série de matérias especiais sobre especialidades


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Edição 261 - 07/2009

ENTREVISTA (JC pág. 3)

Walter Manna Albertoni, reitor da Unifesp, avalia o ensino médico no país


“A responsabilidade social é grande na relação médico-paciente”


Walter Manna Albertoni, reitor da Unifesp

Obrigatoriedade da avaliação para os egressos das faculdades de Medicina, limitação da abertura de novas escolas médicas e mais bolsas para Residência foram defendidas pelo reitor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Walter Manna Albertoni, nesta entrevista ao Jornal do Cremesp. Ele discutiu ainda o ensino médico na Unifesp, onde atualmente preside a Comissão de Reforma do Estatuto da universidade. Albertoni é doutor em Ortopedia e Cirurgia Plástica Reparadora pela Escola Paulista de Medicina (antiga denominação da Unifesp) e membro do corpo editorial da Revista Brasileira de Ortopedia e Acta Ortopédica.


O Cremesp realizou o Simpósio Nacional sobre Avaliação do Ensino Médico, em maio, no qual defendeu a obrigatoriedade de um exame de avaliação nacional para formandos de Medicina. Qual sua opinião a esse respeito?
Sei que existem opiniões contraditórias sobre o Exame do Cremesp. Particularmente, sou totalmente favorável. É uma avaliação logo ao término do ensino médico, e as avaliações são sempre bem-vindas. São elas que sempre norteiam a formação. Como temos um número bastante grande de formandos de medicina, especialmente em São Paulo, uma avaliação no final do curso é muito importante. Ela serve para balizar tanto quem está fazendo o exame, como as próprias instituições de onde provêm os alunos.

Como avalia a abertura de novas escolas de medicina sem estruturas docente e hospitalar necessárias para a boa formação do médico?
Esse é um assunto que já vem sendo discutido há anos, não só pelo Cremesp mas também pelo Conselho Federal de Medicina, pela Associação Médica Brasileira e outras sociedades de especialidades. O problema não é o número de escolas, mas a qualidade delas. Se você não tem um corpo docente e hospital de ensino adequados, além de outras ferramentas básicas de ensino, é muito ruim. Creio que as escolas deveriam ser limitadas, mas esse é um assunto político. Chegamos a pensar que já havia uma medida regulatória, mas nada aconteceu. Aí é que entra a posição do Cremesp, de exigir uma avaliação no final do curso.

O número de vagas oferecido em Residência é bem inferior à demanda nacional. O que precisa ser feito?
Quando se autoriza a abertura de escolas médicas, deveria entrar no cálculo o fato de que, ao final de seis anos, haverá um contingente de pessoas que terá de fazer residência médica. Não se trata só de criar as bolsas. Tem de haver serviços e condições de ensinar o residente. Entretanto, bolsas já ajudariam bastante. A Medicina não termina no sexto ano. Se o aluno não fizer uma residência posteriormente, fica difícil conseguir uma boa atuação profissional.
 
A Unifesp tem algum critério de avaliação do médico recém-formado?
Em 2005, foi criado o sistema de obtenção de informações de alunos egressos da Unifesp. Esse instrumento inclui informações de colocação deste profissional no mercado de trabalho, especialidade, pós-graduação, entre outras questões. Já foi aplicado e se encontra em fase de análise. Estamos fazendo a avaliação de egressos não só para o estudante de medicina, mas também para o residente que vai para os cursos de especialização e para os de pós-graduação. Procuramos saber como esses profissionais estão na vida profissional, na vida científica e no mercado de trabalho. Esse estudo é muito importante para a instituição.

Qual o índice de reprovação no curso de medicina da Unifesp?
O número é muito baixo porque o nível dos alunos que vêm estudar aqui é alto. A evasão também é muito baixa. Você pode ter reprovação em uma dependência, mas ninguém que entra em medicina quer interromper o curso, e o próprio vestibular já é um filtro.

As novas tecnologias têm alterado substancialmente o currículo dos cursos de medicina?
Sem dúvida. Cada vez mais temos que transmitir mais informações, então o currículo tem de ser dinâmico. Os seis anos de formação vão ficando cada vez mais insuficientes. A tendência é a especialização. E aí são de três a cinco anos de Residência Médica e isso é controlado pelas sociedades de especialidades científicas, que avaliam o aluno antes de conceder o título de especialista.

Na sua opinião, a relação médico-paciente ficou em segundo plano no ensino médico?
A formação do médico deve ter não só a visão científica, como também a humanística. Há uma responsabilidade social muito grande na relação médico-paciente porque, afinal, este profissional lida com vidas. Então, ele precisa ter uma formação humanística muito grande. O que vem atrapalhando um pouco mais esta relação talvez não seja somente a tecnologia, mas o formato de atendimento por convênios. Nesse modelo, o ganho do profissional depende de um atendimento mais rápido, embora isso não se justifique, porque a obrigação do médico é sempre atender bem o paciente.

De que forma a universidade poderia abrir portas para a melhoria do sistema público de saúde?
Falando especificamente da Unifesp, estas portas já estão abertas. Temos um hospital de ensino na universidade que atende o SUS. E existe uma participação importante em outros hospitais da rede, tanto municipais quanto estaduais, que são considerados padrão. E esse nível de qualidade é dado, principalmente, pela universidade.

A Unifesp enfrenta alguma dificuldade no ensino médico? A Unifesp é uma universidade plena, atua em todas as áreas, mas o campus São Paulo se responsabiliza pela formação de profissionais de saúde altamente gabaritados. Médicos e docentes de todo o país vêm aqui buscar sua especialização e seu título. Mas acredito que precisamos de uma reposição adequada de docentes. Embora isso já venha sendo trabalhado pelo MEC de uma forma bem pró-ativa, as vagas programadas ainda não chegaram.Temos um grande número de professores que vão se aposentando e, às vezes, não se tem a reposição necessária.



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